A vitória da corrupção, da imoralidade e da falta de ética

           É triste vermos o que está ocorrendo em nosso país em termos políticos, estamos assistindo dia após dia escândalos e mais escândalos, e a sociedade inerte, omissa sem se importar com a degradação ética e moral de nossos governantes deixando a corrupção correr solta, sem levantar e questionar aceitando passivamente, dando vazão a resposta mais escabrosa do governo. 

            De um lado, vemos parte da elite que hoje apóia o governo se beneficiando dele somando-se ao coro procurando ajudá-lo em suas mais estapafúrdias explicações. Uma sociedade que é beneficiada com políticas assistencialistas que, embora não entenda nada de política – muitas vezes não sabem nem quanto é um milhão de reais, mas se sentem protegidos pelo governo e assim, o aprovam. Ainda há inúmeras Ongs sendo beneficiadas com recursos públicos e sabe-se lá o que se tem feito com estes recursos. Tudo isto realmente tem colaborado para que não haja  indignação, e sim complacência com todas as corrupções promovidas pelo atual governo.   

            Por outro lado, vemos uma minoria que brada, clama por ética trazendo a tona toda corrupção que está havendo, porém esbarra na maioria que se sente privilegiada pelo atual governo sem se preocupar com tudo que se veicula na mídia em termos de corrupção. 

            Diante este quatro, para aqueles que não se conformam com a corrupção que está ocorrendo, resta lamentar e indignar-se apenas, esperando que este gigante anestesiado chamado sociedade acorde e de seu grito de basta, algo que parece ter possibilidade somente num sonho.

            As revoluções por democracia, o grito de liberdade, de mudança somente podem ocorrer pelo jovem, pelos estudantes. A esperança de mudança tem como centro a juventude. Tivemos um grande exemplo que foi a mobilização dos estudantes ocorrida na Universidade de Brasília (UnB). Aquela manifestação foi à prova que, somente pela juventude podemos acabar com este estado de corrupção em nosso país. 

            Quem saiu nas ruas pedindo as "Diretas Já" foram os estudantes em sua maioria. Quem exigiu o impeachment de Collor foi os caras pintadas (estudantes). Porém é preciso dizer que em muitos destes movimentos haviam neles lideres políticos enraizados com as causas sociais, que lutavam contra corrupção e pela ética.

            Hoje estes mesmo políticos líderes é situação, tendo em suas mãos os lideres de classes, os lideres estudantis. Enfim, têm em suas mãos aqueles que poderiam fazer a grande revolução pela democracia, pela ética, pela moralidade, mas que infelizmente estão corrompidos pelo poder.

            Por outro lado, a elite que pede moralidade não tem afinidade com as classes sociais, com a juventude por em períodos passados representarem as classes dominantes. Enfim, hoje os lideres políticos que fazem oposição e que tem trabalhado contra a corrupção trazem em seus passados histórias também de corrupção. Neste imbróglio fica parcela da sociedade que assiste esta imoralidade sem ação devido não conseguir fazer eco pela falta de liderança afins. 

            Em suma, a realidade política vivida hoje pelo Brasil no que tange a ética, moralidade, corrupção torna-se uma utopia, que nem mesmo as eleições podem mudar, devido a sociedade estar complacente e sem lideranças políticas para mobilizá-las. Esta hoje é radiografia política brasileira.  

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 12/06/2008
Reeditado em 12/06/2008
Código do texto: T1031338