Da ira ao caos.

Aproximadamente 7,5 milhões de alemães não sobreviveram à guerra (se você não faz ideia desse número, imagine todas as pessoas das zonas Leste e Sul de São Paulo aniquiladas). Na Alemanha de 1945, havia inúmeras crianças órfãs, vagando desesperadas pelas ruas, roubavam o que encontravam pela frente, muitas tiveram que recorrer à prostituição como forma de sobrevivência. Eram 40 milhões os refugiados, cruzando fronteiras de países da Europa, na tentativa de encontrar um retorno para suas casas, sofrendo humilhação e vingança de outros povos, ao longo do caminho.

A estatística na Europa chegou à faixa de 19 milhões de europeus (não combatentes) mortos, muitos morreram enquanto dormiam. Já os soldados, somaram 17,5 milhões. Ao todo, foram mais de 36,5 milhões de pessoas mortas durante a Segunda Guerra, aproximadamente 5,5 milhões eram militares alemães. Verdade seja dita, muita gente na Alemanha perdeu um, ou mais, membro da família. O número de prisioneiros de guerra chegou a 11 milhões, muitos deles feridos. Houve quem, finalmente, encontrou seu caminho de volta para casa (alguns, anos após o conflito), tarde demais para encontrar suas esposas vivas, que haviam sido abandonadas, suas crianças eram quase que estranhas, suas vidas eram vazias e tristes.

Filmes americanos, que contam histórias de veteranos do Vietnã (sofrendo os pesadelos da guerra, vivendo assustados e depressivos), foram exibidos "aos montes" nos cinemas, mas se a vivência dos veteranos alemães fosse igualmente (e fielmente) contada por Hollywood, os filmes do Vietnã não passariam de verdadeiros contos de fada. O Cinema Hollywoodiano é tendencioso, jamais seria capaz de apontar algumas das atrocidades e maldades também realizadas pelo lado vencedor. Alguns “soldados” alemães eram apenas garotos de 14, 15, 16 anos manipulados por canalhas nazistas. Claro, não estou aqui a defender os soldados alemães, e até penso que a Alemanha só "colheu" o que ela mesma "plantou". Indubitavelmente, o mundo é um mundo "melhor" com a derrota dos nazistas, mas não há espaço para se "romantizar" uma guerra, pois não há "nobreza" nela. Dito isso, o que se viu na Segunda Guerra foi um verdadeiro aglomerado de carnificina (vindo de todos os lados: russos, ingleses, americanos e alemães).

Para concluir, infelizmente, o ódio ainda é contagiante na sociedade contemporânea, muitas vezes, passa-se por ingênuo e inofensivo (isso é plenamente perceptível num “inocente” jogo de futebol cujo comportamento de alguns torcedores deixa-nos evidências bem nítidas). Entretanto, a verdade por trás de tudo é que ele é um monstro, corrosivo e venenoso, um aniquilador da razão, mais que isso, de vidas inocentes. O ódio não apenas destrói sonhos, destrói culturas, comportamentos e vidas humanas.

Os alemães pagaram um preço HORRÍVEL pelo apoio a Hitler e por se deixarem “contagiar” por suas palavras (preço moral, social e econômico). Segundo cálculos de historiadores alemães, a Alemanha já custeou, até os dias atuais, um total de 951 bilhões de euros em compensações, dos quais 76,7 bilhões foram para reparações individuais. Ou seja, um autêntico atestado de imbecilidade e irresponsabilidade coletiva. NADA PODE VIR DE BOM DE UMA PESSOA QUE PROPAGA DISCURSO DE ÓDIO. Para alguns, o amor até pode ser uma utopia, mas, definitivamente, não será o ódio o caminho a ser percorrido pela humanidade. A História já nos deixou muitas lições, amargas lições, cabe a todos evitá-las. Como? Muitos simples, não cometendo os mesmos erros.

Edilson Neres
Enviado por Edilson Neres em 01/05/2024
Reeditado em 01/05/2024
Código do texto: T8054181
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