DEPRESSÃO...O MAL DOS SÉCULOS

DEPRESSÃO...O MAL DOS SÉCULOS

Já nos primórdios, lendo livros de história, constatamos que gerações passadas já sofriam desse mal sem se darem conta dos motivos e do modo melhor para combatê-lo. Como disse antes, não tenho capacidade para alinhavar tal assunto por meios técnicos ou terapêuticos, mas o que considero importante são as experiências vividas no dia a dia, e das quais tiramos lições que servirão para toda a vida e até para auxiliar outras pessoas caso estejam passando pelos mesmo problema. "A prática é o exercício da teoria". Para mim há quatro pontos cruciais nas causas da "depressão". [São considerações de uma pessoa leiga]

 

1- HORMÔNIOS: mudança no equilíbrio dos mesmos no organismo.

2- GENÉTICA: é mais comum em pessoas com histórico familiar de depressão.

3- ACONTECIMENTOS NO DECURSO DA VIDA: morte ou perda de um ente querido, problemas financeiros, problemas de ordem profissional, afetivos, pressões externas.

4- TRAUMA DE INFÂNCIA: eventos traumáticos, abusos sexuais ou não, perda da família que podem causar alterações permanentes no cérebro tornando-o suscetível à depressão.

 

Bem, agora vamos falar de experiências na prática. Tenho casos de depressão na família, o meu pai era um homem deprimido não só pelas contingências da vida, mas pelo histórico familiar, só aqui já estamos usando duas causas para o problema, a segunda e a terceira. Não obstante ser ele um homem austero, [militar] forte, [nosso herói] foi um pai educador, cuidadoso, sábio, sempre pronto a ouvir e a ensinar, mas muito fechado, taciturno, introspectivo. Ficava horas ouvindo músicas clássicas, [que bem nos trouxe] homem de poucas palavras, mas de muitas ações; era o nosso "porto seguro". Nada disso o impediram de viver uma vida quieta e sossegada; tinha saúde física e mental; quaisquer dúvidas que tínhamos, corríamos para saber dele a resposta e receber seus conselhos.

 

Veio a falecer aos 93 anos de idade, sem passar por hospitais, casou-se por duas vezes, pois não queria viver só e nem aceitava viver na dependência de filhos. Minha mãe ao contrário era alegre, expansiva, companheira, amava ter a casa cheia não só da família, mas, dos familiares e amigos. Quando os dez filhos já casados e com família se reuniam nas festas de final de ano ou na data dos aniversários, ela quase sucumbia de tanto contentamento e prazer. Duas pessoas antagônicas, mas que souberam conviver com as diferenças. O que quero dizer é que, apesar do histórico familiar, meu pai nunca se entregou ou nunca se abateu, deixou-nos como legado o seu exemplo e, o maior deles foi a fé em Deus; este foi o principal motivo por ter vencido as vicissitudes que a "depressão genética ou congênita" lhe impunha.

 

Portanto, eu creio, por maiores que sejam os problemas do ser humano, se ele tem fé poderá vencer este terrível mal que vem dizimando vidas conforme citam as estatísticas comprovadas. O homem é um ser intrinsecamente espiritual, tem dentro de si uma força capaz de fazê-lo sair ileso e mais forte das maiores agruras, enfermidades, quadros de depressão aguda que o poderiam levar à síndrome do pânico, se souber usar esta força motriz que movimenta o "universo".

O fato é que muitos se entregam se deixam levar pelas circunstâncias pensando não haver solução para os seus problemas que, se agigantam mediante a dor daquele momento, se sentem sozinhos, desamparados, se fecham em seu "pequeno mundo", não buscam ajuda, se esquecem da família, dos amigos e do Criador!

 Todos nós estamos sujeitos aos mesmos tipos de problemas e enfermidades, somos iguais, não existe dor maior ou menor, a diferença está em saber administrar os momentos ruins inerentes à vida. Quando se tem fé não há lugar para a sorte ou azar, afinal quem precisa de sorte quando se tem aquele que muda circunstâncias para nos abençoar?

Um dos momentos mais difíceis que vivi foi quando me tornei viúva, era uma situação que exigia muito mais que apenas continuar vivendo, tinha duas opções: reagir ou então me entregar ao desânimo, frustração, solidão e por fim à depressão. Confesso que tive momentos de fraqueza, me abati, chorei rios de lágrimas, mas não podia continuar estática afundada em minha agonia. Meus filhos precisavam de mim, uma netinha que acabara de nascer, devia lutar para continuar mesmo com o coração triste, me lembrei do meu pai, de sua fé e resolvi agir.

 Hoje graças a Deus, estou ótima, aprendi a driblar a tristeza e os momentos de solidão, escrevo minhas memórias, meus artigos, minhas poesias, mantenho boas amizades, me correspondo com muitos amigos, estou na ativa, estou viva!!!