"APARTHEID: NUMA PARANOIA OU NÃO"

"APARTHEID: NUMA PARANOIA OU NÃO"

Quando não percebemos o âmago do que se coloca sutilmente em nossa volta, podemos até inferir que aqueles os quais tanto reclamam, talvez estejam numa paranoia ou não, de se acharem preteridos.

Todavia, se não olharmos com acuidade, talvez seja tarde para se ver como um servo, sem se saber tão escravo, pois já está no costume, como se fôssemos um cardume ao encontro das redes.

O relativismo em relação ao que poderia se entender como harmonia, se destoa do nivelado de uma planície, pois não mais percebemos os montes e relevos, com seus jardins suspensos ou restaurantes em terraços, bem acima da névoa que recobre o chorume dos aterros sanitários, pois quem não é do "aquário", se sabe um peixe no arpão, já fisgado.

E vamos pela vida, ou seria sobrevida, num viés de liberdade que apenas é um sonho, pois os homens são medonhos canibais de seus próprios direitos, pois se Deus nos fez perfeitos, nossos irmãos lutam pra isso mudar, pois preferem como servos a própria imagem, já que não têm coragem de se fartar com as outras espécies.

Vejo o que parece preguiça, ou quiçá incompetência, pois se uso como escravo o meu próprio semelhante, é porque me sinto incompetente para moldar a natureza, vendo em quem já possui toda destreza o comodismo de não precisar capacitar. E aí eles vão só a usar quem eles querem, como mercadoria apenas, robotizando os seus iguais como se tivesse pena, pois se acham superiores.

O erro humano talvez esteja no sentimento de territorialidade, pois esse não tem sido num parâmetro inter-espécies, mas bem étnico e social, como se fosse normal rejeitarmos os irmãos, quando o certo é dar as mãos para as conquistas na galáxia. Afinal, não temos que ter nossos espaços com barreiras ou reservas, mas recantos que abraçam, transmutando nossos lagos em oceanos como lar.

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Publicado no Facebook em 20/11/2019