Judeus da Itália- Cristãos - Corfu (Ilha grega): GENEALOGIAS DE "os min-ha-Zequenim (dei Vecchi, Del Vecchio)" no Brasil, no mundo e São João del rei, MG- Prêmio SESC 2018 literatura:Juliana Leite/Tobias Carvalho - Origem de sobrenome Asquenazitas

Morashá | COMUNIDADES DA DIÁSPORA - Os judeus da Itália

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A perseverança nos faz vencer enquanto os desanimados ficam pelo caminho.

“ A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6,34).”

Deus nos ajuda e ajuda os que o invocam com fé e amor.

José é escolhido com Maria para serem Pais de Jesus segundo a Lei Hebraica.

Maria recebe o anúncio de Gabriel sobre o Filho de Deus que nascerá delA.

José, por consequente, aceita ser o pai nutrício por ordem do anjo.

Livro São Mateus, capítulo 1

“18. A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.

19. José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria e pensava em deixá-l'A, sem ninguém saber.

20. Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e disse:

« - José, filho de David, não tenhas medo de receber Maria como esposa, porque Ela concebeu pela ação do Espírito Santo.

21. - Ela dará à luz um Filho, ao qual darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados».

22. - Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta:

23. «- Vede: a Virgem conceberá e dará à luz um Filho. Ele será chamado Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco».

24. Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa,

25. e, sem ter relações com Ela, Maria deu à luz um Filho. E José deu-Lhe o nome de Jesus.” http://www.capelavirtual.com/biblia-sagrada/novo-testamento/index.php

Jesus louva ao Pai pelos Pequenos que são sábios do Reino de Deus

Jesus é Manso e Humilde de coração, sua carga é suave; seu fardo, leve!

Livro São Mateus, capítulo 11

“25. Naquele tempo, Jesus disse:

« - Eu Te louvo, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.

26. - Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.

27. - Meu Pai entregou-Me tudo a Mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar.

28. - Vinde a Mim todos os que estais cansados de carregar o peso do vosso fardo e Eu vos darei descanso.

29. - Carregai a minha carga e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas vidas.

30. - Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve».

A verdade de Jesus é comunicada divinamente a Pedro. E Jesus lhe entrega a comunidade dos apóstolos – a Igreja – com poderes (=as chaves) para estar à frente em nome de Jesus cuja verdade é “Filho de Deus”. Jesus é a Rocha da Igreja e Pedro é a Pedra sobre a qual Jesus edifica a Igreja.Livro

São Mateus, capítulo 16

“17. Jesus disse: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu.

18. Por isso Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la.

19. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu, e o que ligares na Terra será ligado no Céu, e o que desligares na Terra será desligado no Céu».

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Os judeus da Itália

Por vinte e um séculos, dos tempos da Roma republicana até hoje, os judeus moraram na ‘ilha do orvalho divino’, ou seja, na Ital yá,

conforme a criativa etimologia hebraica. Sua história é a somatória das vicissitudes enfrentadas por muitas comunidades, na maioria,

localizadas nas cidades.

Edição 59 - Dezembro de 2007

De Roma a Veneza, de Milão a Palermo, de Mântua a Ferrara e Livorno, estas comunidades ficaram, por séculos, reunidas em seus bairros ou guetos, ao redor das sinagogas. Mais do que uma história, trata-se de um conjunto de histórias regionais e diversificadas, intimamente ligadas à história da Itália, e que, após a queda do Império Romano (476 E.C), só voltou a ser unitário entre 1861-1870, depois das lutas do Ressurgimento.

Apesar do fato de os judeus já se encontrarem na Itália, oriundos da Terra de Israel ou da Magna Grécia, e geralmente radicados em Roma por motivos comerciais e culturais, o grande triunfo na conquista da Judéia pelo Imperador Vespasiano e seu filho Tito - responsável por feroz repressão da mais grave das numerosas revoltas dos judeus - trouxe à capital do Império algumas dezenas de milhares de judeus, entre prisioneiros e fugitivos. Alguns foram vendidos como escravos e resgatados pelos mesmos judeus que já viviam na cidade, enquanto outros se concentraram em Roma, no bairro de Trastevere e na Ilha Tiberina.

Em Roma, os judeus viveram um longo período de paz e prosperidade, com autonomia para erguer suas escolas, sinagogas e catacumbas. Com a progressiva afirmação do cristianismo - legalizado através do Edito de Constantino, em 313, e o Concílio de Nicéia, em 325, e, finalmente, declarado religião oficial do Império Romano com o Edito de Teodósio, em 380 - a religião hebraica passou de "reconhecida" a "tolerada", até ver-se completamente banida.

Os judeus foram perseguidos, embora nunca chegassem à expulsão definitiva, por serem considerados testemunhas das raízes antigas do cristianismo, além de objeto do proselitismo. Foram progressivamente privados de todos os direitos políticos, e proibidos de exercer cargos públicos e determinadas profissões. Não podiam testemunhar contra os cristãos nem podiam erguer novas sinagogas.

Os teólogos e escritores cristãos começaram a atribuir aos judeus -

e a todas as suas futuras gerações - a culpa pela morte de Jesus.

Esse fato impregnou profundamente o pensamento e o imaginário dos povos da Idade Média cristã, provocando recorrentes manifestações de desprezo e hostilidade contra os judeus. Santo Agostinho (354-430), o mais importante entre os teólogos cristãos, afirmava que esse povo, por sua própria existência, era parte do Desígnio Divino, pois eram testemunhas da "verdade" do cristianismo.

Segundo o teólogo, a posição desfavorável e a humilhação dos judeus representavam "o triunfo da Igreja sobre a Sinagoga". Esta tese foi adotada como regra da política dos Papas até os dias de hoje.

É importante evidenciar que, na península italiana, a Igreja, grande dominadora, foi o centro de todas as divisões territoriais. Assim sendo, ao longo dos séculos, conforme a política dos vários Papas e das dominações estrangeiras que se sucederam - lombardos, francos, bizantinos, árabes e outros - os judeus se depararam com proteção ou desprezo, tolerância, repressões e reclusões, em todos os seus níveis.

Na Sicília e no sul da Itália, entre o século nove e onze, sob o domínio árabe-muçulmano, os judeus tiveram um período de grande prosperidade, o que favoreceu um profícuo contato entre as comunidades judaicas sicilianas e as islâmicas, que se estendiam

da Mesopotâmia à Espanha.

Dos judeus que viviam no sul da península, em particular na Apúlia

(em italiano Puglia), há importantes testemunhos.

De fato, eles se encontravam no limite entre três mundos: o bizantino, o dos bárbaros (godos e lombardos) e, posteriormente, o dos muçulmanos.

Devido a essa fragmentação, ocorriam incursões e guerras que mudavam continuamente as fronteiras, e, consequentemente, os senhores e povos.

As colônias judaicas localizadas nos portos meridionais da Apúlia (Otranto e Taranto) e ao longo da Via Appia (Brindisi, Oria, Matera, Venosa, Benevento, Cápua) se transformaram em elos(de uma corrente), que coligava a Terra de Israel e o Oriente a Roma e,

através de Roma, a outros núcleos judaicos da Diáspora Ocidental. Parece que justamente, a partir da Itália Meridional ocorreu a difusão

do Talmud, no Ocidente, além do renascimento da língua e da cultura hebraica.

Testemunhos importantes dos núcleos judaicos italianos nos são apresentados no Livro de Viagem (Sefer Massaót) de Benjamin de Tudela, judeu espanhol, comerciante de pedras preciosas, que,

entre 1159 e 1172, viajou intensamente pela área do Mediterrâneo.

Em suas famosas anotações sobre as condições das comunidades judaicas, recolhidas em qualquer lugar onde parava, Tudela relata

que, na Sicília e na Apúlia, os judeus desfrutavam de situação particularmente favorável.

No ano de 1348, chegaram ao Norte da Itália, Lombardia e Vêneto,

duas correntes minoritárias: uma procedia dos países de língua alemã, de onde os judeus eram sistematicamente banidos por causa das cruzadas e da peste; outra corrente provinha da França, devido às expulsões decretadas entre 1306 e 1394, sendo que esta última se estabeleceu nos território do Piemonte.

A partir do século 14, devido à queda de qualidade de vida em Roma, ocorreu uma migração de banqueiros judeus que, em várias etapas (Úmbria, Toscana, Marche, Emília - Romana), também aportaram no Norte da Itália. Da fusão das três correntes (alemã, francesa e romana) se originaram as comunidades judaicas da Itália do Norte e Central.

No século 16, uma onda de fugitivos de rito sefardita, procedentes das expulsões da Espanha (1492) e de Portugal (1497), dirigiram-se às florescentes comunidades de Amsterdã e Hamburgo onde, graças ao clima de tolerância encontrado, puderam retomar sua própria religião. Uma parte deles se transferiu, mais tarde, dentro do país, para os Estados de Ferrara e Módena, sob o governo dos Duques d'Este, constituindo a "Nação Hebraica Espanhola e Portuguesa" desses Estados.

Entre as famílias que aqui se hospedaram há que se mencionar a família de Samuel e Benvenida Abravanel e a de Gracia Mendes (Doña Gracia Nasi, ver artigo Morashá nº 56) e Samuel Usque. Em certo momento, estes últimos definiram Ferrara como "o refúgio mais seguro da Itália".

Também as cidades de Pisa e Livorno, sob governo dos Médici, hospedaram grande quantidade de judeus sefaradim, em particular

de cristãos novos procedentes de Portugal, que formaram a "Nação Hebraica" de Livorno. Outros sefarditas dirigiram-se a outras cidades italianas, como Veneza, Roma e Nápoles.

Outro grupo de judeus se estabeleceu na Itália por motivos políticos

ou comerciais. De fato, a condição privilegiada dos judeus, sob domínio muçulmano, transferiu-se para a Europa após a Revolução Francesa; não porque piorasse a situação dos judeus no mundo islâmico, mas porque melhoraram suas condições jurídicas na Europa. Por esta razão, tornaram-se intoleráveis aos judeus as condições reservadas às minorias étnicas no Império Otomano.

Com a anexação de Trieste, Gorízia, Merano e Fiume ao Reino da Itália, em consequência da 1ª Guerra Mundial, surgiu um novo grupo de judeus oriundos dos países dos quais faziam parte as comunidades das cidades citadas: Áustria e Alemanha.

Chegaram ainda judeus da Polônia, Hungria e também da ilha de Corfu.

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PESQUISA

Corfu ou Córcira - Kerkira (em grego) é uma ilha grega do mar Jônico situada na costa da Albânia...

Depois de Cefalônia, é a maior das sete ilhas jônicas, com cerca de

102 mil habitantes ou corfiotes. Fica na entrada do Mar Adriático,

entre a Grécia e a Itália, a apenas 2 km da costa de Saranda, na Albânia.

Com 641 km², é chamada “ilha esmeralda" - bem no centro das rotas

de comércio do Mar Mediterrâneo. Na primavera, o mar de Corfu é considerado frio, com temperaturas variando entre 15°C e 20°C.

No verão, ficam entre 25°C e 27°C.

Existem 600 igrejas, conventos e capelas.

Além da ortodoxa, há igrejas católicas, anglicanas, protestantes

e sinagogas. H´´a arquitetura renascentista, barroca e clássica,

cidade antiga (Centro Histórico) e a nova (moderna). A antiga é patrimônio mundial da Unesco desde 2007. igreja do padroeiro

de Corfu, Santo Espiridião, na praça de mesmo nome. Outro palácio interessante é o de Aquiles, na vila Gastouri, a 10 km do centro.

O palácio, atual Museu Achilleion, foi construído pela imperatriz da Áustria, Elisabeth, ou Sissi. vale experimentar o boukatsan (croissant com creme de baunilha e canela) e o pão com manteiga e mel servido na loja de laticínios... o refrigerante tsitsibira (de gengibre) e o licor kumquat. Para sentir a atmosfera das pequenas ruas da cidade, experimente tomar um drinque, cafezinho, chocolate quente

ou gelado em um dos bares no Centro Histórico.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/boa-viagem/corfu-uma-ilha-que-combina-historias-paisagens-epicas-no-litoral-da-grecia-13882257#ixzz5KnmW6ikf

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O historiador Amós Luzzatti afirma que o judaísmo italiano

não é asquenazita nem sefardita; tampouco é italiano.

É, de certa forma, um Kibutz Galuiot, ou seja, uma reunião de muitas diásporas.

E, por esta característica, desenvolveu-se de maneira diferente das demais comunidades judaicas do mundo.

Em 1938, quando da realização do Censo da Raça,

pelo regime fascista, viviam na Itália 45.270 judeus.

No fim da 2ª. Guerra Mundial, em 1945, depois das perseguições nazi-fascistas e a deportação, os judeus italianos eram 21.000,

aos quais se juntaram de 20 a 30.000 refugiados em trânsito, sobreviventes dos Lager, que foram reunidos em campos

e refugiados antes de sua transferência para Israel ou as Américas. Parte destes, porém, ficaram na Itália, acabando por se assimilar à população local.

Devido ao nascimento do Estado de Israel, em 1948, e às sucessivas guerras árabe-israelenses (em particular a Campanha do Sinai, em 1956), os judeus que viviam nos países árabes há vários séculos tiveram que fugir, sendo considerados "inimigos sionistas".

Muitos foram para a Itália, em particular Roma e Milão.

Em Roma, estabeleceram-se especialmente os judeus de Trípoli, enquanto a Milão aportaram egípcios, sírios, libaneses, iraquianos, persas e outros.

Todos eles transformaram profundamente a própria estrutura comunitária. Os novos grupos, que, nos países de origem, eram obrigados a viver segregados, tiveram dificuldades para se inserir seja nas comunidades locais seja na cidade.

Seguiam os próprios costumes e rituais em sinagogas separadas, falando francês e árabe.

Com a segunda geração, nascida na Itália, muitas coisas mudaram:

seus filhos estudam na escola judaica, falam italiano e são bem

inseridos na cidade e na sociedade.

O judaísmo italiano, o dos "remanescentes", caracteriza-se

sob vários aspectos, dos quais o mais evidente é a autodefinição

de Ebrei - não judeus - diversificação que, além da Itália, somente

é vista na antiga União Soviética.

Segue-se a variação dos sobrenomes, utilizando topônimos, isto é, nomes próprios designativos de cidades ou acidentes geográficos

(no caso, as cidades italianas de Milão, Perúgia, Campagnano e outras);

ou da geografia espanhola (Franco, Navarro, etc.) ou mesmo da alta nobreza (Fernandez, Diaz etc.).

Estes nomes, apesar de não serem judeus, foram emprestados para disfarçar a origem judaica, fato que geralmente acontecia com os cristãos novos.

Alguns dos sobrenomes remontam às antigas famílias nobres israelitas da Judéia, como os min-ha-Anawim (Anaw, Anav, Anau), os min-ha-Ne'arim (de' Fanciulli), os min-ha-Tapuchim (De' Pomis),

os min-ha-Zequenim (dei Vecchi, Del Vecchio), os min-ha-Adumim (De Rossi) e outros.

Alguns dos sobrenomes alemães foram italianizados, ao longo dos séculos, ou seja, foram adequados à pronúncia italiana; outros tiveram que ser italianizados compulsoriamente, por força da lei fascista. Outros sobrenomes derivam de livros sagrados (Mossé), das profissões (Orefici); de verbos (Benvenisti) etc. Muitos sobrenomes têm brasões de família usados nas Ketubot (contratos de casamento), capas de livros, túmulos, não como símbolo de nobreza, mas como referência às atividades mercantis ou profissionais de cada família.

Os "remanescentes italianos" observam um ritual particular de oração, chamado "dos filhos de Roma" (benei Romi), e nas sinagogas de rito italiano podemos constatar uma disposição bilateral do Aron Hacodesh (onde são recolhidos os rolos da Torá) e da Tebá (púlpito de onde se conduzem as preces). Os cânticos nas sinagogas têm especial musicalidade.

A pronúncia do hebraico pelos italianos tem aspectos peculiares e não era muito comum o uso da língua iídiche. Os judeus falavam o dialeto local, no qual intercalavam palavras hebraicas, ladinas, espanholas, portuguesas e dos outros portos por onde a sorte os levara. Formaram-se, assim, grupos de linguagens diferentes, sendo que os diversos dialetos não permitiam que se entendessem entre eles. Entre os mais importantes podemos citar os falados em Roma (romanesco), Livorno (bagito), Ferrara (guetaiolo), o de Veneza e outros. Existiram, também, obras literárias, poesias e peças de teatros escritas nesses dialetos, com tamanho nível de detalhamento linguístico que podem ser considerados verdadeiros idiomas.

O processo de italianização não impediu aos judeus italianos conservarem, ainda que não homogeneamente, suas próprias peculiaridades étnicas e religiosas.

Acho importante falar um pouco mais da história, pouco conhecida, da presença na Itália dos judeus asquenazitas.

Como já dito, entre 1348 e 1349, todas as comunidades da Alemanha, exceção feita talvez a Ratisbona (Regensburg) e Viena, foram submetidas a massacres sistemáticos.

Poucos conseguiram fugir e uma parte destes procurou asilo na Itália, onde a peste também fizera muitas vítimas.

Mas o equilíbrio da população e a intervenção da Igreja haviam poupado aos judeus a desonra e os castigos por serem considerados os "propagadores" da doença.

Os asquenazitas procuraram asilo na Itália por vários motivos: enquanto trampolim para Eretz Israel; porque a Itália era considerada - entre 1200 e 1300 - o berço dos estudos hebraicos na Europa; pela existência de famosos rabinos no Sul da Itália, discípulos estes, em parte, das academias talmúdicas da Mesopotâmia.

Ainda estava viva em sua memória a família dos Calonimidi de Lucca, que, no século 8, introduziram na Alemanha o estudo do Talmud e a corrente do misticismo.

O próprio ritual alemão foi influenciado pelo romano.

Ademais, os judeus alemães já mantinham relações comerciais regulares com a Itália e freqüentemente visitavam a península para tratar de negócios. Os judeus de Graz, por exemplo, detinham em suas mãos

o comércio de Veneza.

A imigração alemã progredia à medida que progrediam as perseguições nos países alemães. Os imigrantes fixaram-se primeiro na Itália Setentrional, cuja população judaica era muito escassa, enquanto

os judeus que provinham da Terra de Israel estabeleceram-se no Sul.

Estes, aos poucos, espalharam-se por todo o Vêneto, a Lombardia e o Piemonte, chegando até o Estado do Mar da República de Veneza e das Marcas. Ao redor de 1490, numerosos judeus alemães teriam chegado às cidades do Reino de Nápoles, devido à excepcional concessão, em 1498, do direito de cidadania plena para qualquer pessoa que escolhesse como residência uma de suas cidades.

A população judaica local, bem como as autoridades, acolheram os imigrantes com cordialidade e as relações entre os dois grupos foram geralmente muito boas. Logicamente essa massa imigratória transformou a fisionomia do judaísmo italiano, especialmente na Itália do Norte, onde, no início de 1500, as comunidades alemãs se tornaram predominantes.

Depois das expulsões da Itália do Sul, em 1492, governada pelos espanhóis, e a chegada dos judeus espanhóis, nas primeiras décadas de 1500, a relação entre judeus italianos e alemães ficou mais estreita.

A razão para tal aproximação foi o fato de os dois grupos se sentirem rejeitados pelo novo elemento, rico ou mesmo abastado, com seus rituais diferentes e uma atitude arrogante frente aos correligionários locais.

De qualquer forma, nas comunidades e dentro das famílias, os três principais ritos - italiano, alemão e espanhol - conservaram-se aos mínimos detalhes, através dos séculos, até tempos recentes.

Este fenômeno, totalmente especial ao judaísmo italiano, nunca mais se repetiu nos países da Diáspora. Com o passar o tempo, porém, devido às influências recíprocas, os contrastes foram mutuamente atenuados.

Os rabinos alemães possuíam profunda cultura talmúdica, eram grandes peritos nos diferentes períodos talmúdicos (posequim) e era total a observância às leis da Torá.

Mas possuíam escasso conhecimento da cultura geral, do método científico, do estudo da medicina, do latim e do grego.

Estes judeus aprenderam, na escola de Gutenberg (que imprimiu a estampa da sua Bíblia em 1456), a arte da tipografia e a introduziram na Itália. Os tipógrafos da família Soncino contaram-se entre os mais famosos do período e eram bem conhecidos também no mundo cristão.

O fundador da família Soncino foi o Rabino Moshé de Spira (Speyer), cujas tipografias se espalharam pela Itália do Centro e do Sul, representando, seus livros, verdadeiras joias da arte tipográfica.

Como dito acima, os judeus alemães emigrados para a Itália, de 1300 até 1500, falavam o iídiche! Este dialeto judeu-alemão possuía características diferentes conforme a proveniência das várias regiões da Alemanha e da Áustria.

Ao lado do dialeto falado pelas massas, foi-se desenvolvendo na Itália uma verdadeira literatura própria judeu-alemã e seus cultores valeram-se das tipografias italianas para a publicação e propagação de suas obras. Foi assim que as primeiras publicações da literatura iídiche da Europa Oriental e da América foram estampadas na Itália.

Sejam os judeus asquenazitas sejam os sefarditas, ambos os grupos deixaram na Itália importantes marcas de sua presença e em diferentes campos: literário, estudos hebraicos, medicina e outros. Os vestígios mais evidentes são as lápides funerárias que se encontram nos cemitérios de Livorno, Pisa e Veneza.

Bibliografia:

Campagnano, Anna Rosa; Petragnani, Sema, A milenária presença de judeus na Itália. Resgatando a memória da imigração de judeus italianos no Brasil (1938- 1941), São Paulo, Ed. Atheneu, 2007.

Jomtov, Ludovico Bato, L'immigazione degli ebrei tedeschi in Itália dal Trecento al Cinquecento. In Scritti in memória di Sally Mayer (1875-1953), Saggi sull'ebraismo italiano. Ed. Fondazione Sally Mayer, Jerusalem , 1956.[= A imigração de judeus alemães em Itália do século XIV ao XVI. In: Scritti em memória por Sally Mayer (1875-1953), Ensaios sobre o judaísmo]

Sacerdoti, Annie. Gli ebrei in Itália. Ed Marsílio, Veneza, 1997

Segre, Bruno. Gli ebrei in Itália, Ed Giuntina, Florença , 2001. [=Os judeus na Itália}

FONTE:

MORASHA: Comunidades da Diáspora: Os judeus da Itália (Del Vechio) - 26 Tammuz 5778 | 09 JULHO 2018- Edição 59 - Dezembro de 2007. Disponível em: http://www.morasha.com.br/comunidades-da-diaspora-1/os-judeus-da-italia.html. Acesso em: 09 de jul. de 2018.

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Obs.: No artigo abaixo, não aparece os Del Vechios!

Origem e significados dos sobrenomes Asquenazitas

POR SIB E-NEWS NOVEMBRO 9, 2016 ASHKENAZIM

CURIOSIDADES

ROBERTO LEON PONCZEK

ROBERTO PONCZEK

Por Roberto Leon Ponczek*

Os Judeus asquenazitas estavam entre os últimos europeus a usarem sobrenomes. Alguns judeus de língua alemã começaram a usar sobrenomes no começo do século XVII, mas a maioria dos judeus que vivia na Europa Oriental não usava sobrenomes até serem compelidos a fazê-lo. O processo começou a se acelerar no Império Austro- Húngaro por ordens do Imperador Franz Josef, no final do séc. XVIII e se consumou na Leste europeu em meados do séc XIX. Antes desse período, os sobrenomes usados pelos judeus asquenazitas em geral mudavam com cada geração. Por exemplo, se Ari(el), filho de David (Ari ben David ) casou-se com Sarah filha de Rebeca (Sara bat Rifke), e se tivessem um filho de nome de Samuel (Shmuel), ele seria chamado Shmuel ben Ari(el). Apesar de terem sido forçados a usar sobrenomes, a princípio eles eram usados apenas para fins oficiais. Entre si, eles mantiveram seus nomes tradicionais. Com o tempo, os judeus asquenazitas aceitaram os sobrenomes, que eram essenciais para aqueles que procuravam prosperar dentro da sociedade secular, como também para os que abandonaram as shtetles para viver nas grandes cidades, fenômenos estes atribuídos ao Iluminismo Francês e ao Iluminismo judaico (Haskalá).

A velha fórmula judaica (nome) ben (nome do pai) foi substituída por pelo sufixo “filho”que em alemão seria “son”, “Sohn” ou “er”, e na maioria das línguas eslavas, como a polonesa ou russa, seria “wich”, “vitz”ou “vitch”. Por exemplo: o filho de Mendel tomou o sobrenome Mendelsohn, o filho de Abraão tornou-se Abramsohn ou Avramovitch; Rabinovitz – filho de rabino, Davidovitz / Davidovitch; filho de David; Lazarowitz, filho de Lazar; Leibovitz – filho de Leib etc.

Outra fonte comum de sobrenomes asquenazitas é a de cidades ou regiões onde habitavam. Por exemplo, Bayer – da Baviera; Deutscher – Alemão, Horowitz, Hurwich, Gurevitch – a partir de Horovice na Boêmia; Krakauer – de Cracóvia, ou Warszawski – de Varsóvia ou Polanski da Polônia; Landau; Lipsky – de Leipzig, na Alemanha, Litwak – da Lituânia; Berlin / Berliner – de Berlim; Wiener – de Viena; Moszkowski – de Moscou.

Nomes a partir de lugares montanhosos são também utilizados: Berger, Berg – montanha, Grünberg – montanha verde; Rosenberg; – montanha de rosas; Steinberg – monte de pedra; Goldberg – monte de ouro; Schwarzberg – monte negro; Vainberg / Weinberg – monte de vinhais; Bergson – filho de montanhês; Weissberg – monte branco; Wilder – da selva, selvagem; Muito comum, também, são os sobrenomes derivados das profissões: Ackerman – lavrador; Baker./.Boker – padeiro; Blecher – funileiro; Fleisher./.Fleishman /.Metzger – açougueiro; Cuperman – latoeiro/lanterneiro; Einstein – pedreiro; Farber (de farb, tinta) – pintor / tintureiro; Fisher – pescador; Steiner – joalheiro; Wasserman – carregador de água/ encanador, Garfinkel / Garfunkel – comerciante de diamantes; Holzman / Holtz / Waldman – negociante de madeira; Kaufman / Kauffman – comerciante; Salzman – comerciante de sal; Juwiller – joalheiro; Perelman – comerciante de pérolas; Seid / Seidman – comerciante de seda; Zuckerman – comerciante de açúcar, Kravitz / Portnoy / Schneider – alfaiate, Zimerman – camareiro; Schumacher – sapateiro; Fischman – pescador; Maler / Mahler – pintor; Glaser / Glazer / Glaizer, vidraceiro; Heuberg / Heuberger – monte de feno ou aquele que trabalha no feno; Exman / Oxman – boiadeiro; Nussman – vendedor de nozes e castanhas etc.

É comum entre todos os povos tomar sobrenomes do reino animal. Baer / Berman / Beerman / Berkowitz / Beronson – urso; Adler – águia; Einhorn – unicórnio; Falk / Sokol / Sokolovksy – falcão ; Fuchs / Fuks / Liss – raposa, Loeb / Löwe / Lew – leão; Wolf, Wolfovitz, Wolfsohn – Lobo; Hirsch – cervo, gazela; Vogel – pássaro etc.

Os nomes de árvores eram também comuns: Rosenbaum – roseira, Applebaum – macieira, Mandelbaum – amendoeira, Grünbaum – árvore verde; Birnbaum – pereira; Kirschbaum – cerejeira; Nussbaum – nogueira; Baumgartner – árvore de jardim etc. Como também os nomes de cores: Roth – vermelho; Blau – azul, Weiss – branco, Schwarz – negro; Gelb – amarelo; Grün – verde. Também os nomes de frutas e seus derivados: Kirsch – cereja, Weintraub – vinho de uva; Mandel – amêndoa; Mandelbrot – pão de amêndoas. Como também os nomes de metais e pedras preciosas: Gold – ouro; Kupfer – cobre; Silber – prata; Eisenstein / Eisenberg – pedra ou monte de ferro; Rubin – rubí; Saphir – safira; Diamant – diamante; Feinstein / Edelstein – pedra preciosa, Saltzstein / Zaltstajn- pedra de sal.

Entretanto, algumas famílias mantiveram sobrenomes tradicionais bíblícos e do Talmud. Os dois mais comuns são Cohen (equivalentes; Cohn, Kohn, Kahan, Kahn, Kaplan) e também Levi (equivalentes; Levy, Levini, Levinsky, Levitan, Levenson, Levitt, Lewin, Lewinsky, Lewinson (sohn). Outros adotaram ainda: Araão; Aaron – Aronson, Aronoff; Aronovitz, Asher; Benjamin; David – Davis, Davies; Efraim, Ephraim; Simon – Simão; Solomon – Salomão; Josef – José; Baruch – Bento, Bendito etc

Famílias mais abastadas podiam comprar, nos registros civis, sobrenomes com belas sonoridades ou remetendo a coisas agradáveis: Blum / Blumen – flor, Goldblum – flor de ouro; Rosenblum – flor de rosa; Blumenfeld– campo de flores, Wald – bosque; Feld / Feldman – homem do campo; Löewenhertz – coração de leão; Landman – compatriota ; Süssekind / Süskind – criança doce; Sheinberg/ Shönberg; belo monte.

Finalizo com alguns sobrenomes que aparentemente não se enquadram nas regras anteriores, como os nomes que reúnem atributos: Rechtman – homem belo / direito; Grossman – homem grande; Klein – pequeno; Gottesmann/ Gottesman – homem de Deus; Gottlieb – que ama Deus; Feinman – homem fino; Freund- amigo; Spitz – pontiagudo; Kurtz – curto; Ponczek, o sobrenome da família de meu pai é, literalmente em polonês, o doce que chamamos de sonho no Brasil, ou seja, uma rosquinha recheada de geléia por dentro. Em inglês, donut e em hebraico sufganiá que é oferecido na festa de Chanuká.

*Nota do autor: se seu sobrenome não constar desta lista e você souber seu significado, mande um email para:

roberto.ponczek@gmail.com

Referencias:

1-http://www.yeshuachai.org/forums/topic/os-judeus-asquenazitas-e-sobrenomes

2- http://m.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1525027/jewish/Sobrenomes-Judaicos.htm

https://sibenews.wordpress.com/2016/11/09/origem-e-significados-dos-sobrenomes-asquenazitas/

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Prêmio Sesc de Literatura tem dois novos vencedores

Obras foram selecionadas entre 1.540 autores inscritos

POR CNC Conteúdo de responsabilidade do anunciante

29/06/2018 8:51

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J

Juliana Leite venceu com o romance Magdalena usa as mãos

Divulgação

Juliana Leite, do Rio de Janeiro, com o romance Magdalena usa as mãos, e o gaúcho Tobias Carvalho, com a coletânea de contos As coisas são os dois novos talentos revelados pelo concurso literário do Sesc. Os trabalhos foram selecionados entre 1.540 inscritos, sendo 720 livros na categoria Contos e 820 na categoria Romance.

Este ano, o concurso literário completa 15 anos de criação. Além do reconhecimento nacional, os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, com tiragem inicial de 2 mil exemplares.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/economia/cnc-noticias/premio-sesc-de-literatura-tem-dois-novos-vencedores-22834094#ixzz5Knusp1Ce

https://oglobo.globo.com/economia/cnc-noticias/premio-sesc-de-literatura-tem-dois-novos-vencedores-22834094

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Escritor de 22 anos, Tobias Carvalho vence prêmio nacional com contos que buscam aprofundar temas LGBTI

O jovem autor gaúcho conquistou o Prêmio Sesc de Literatura 2018 com o livro "As Coisas"

02/07/2018 - 18h00minAtualizada em 02/07/2018 - 19h44min

GAÚCHAZH

Foi pelas estantes de livros da dinda Ana Paula e da vó Norma que a literatura entrou na vida de Tobias Carvalho.

Quando pequeno, o porto-alegrense passava horas descobrindo escritores e referências literárias nas bibliotecas que elas tinham em casa. Passados alguns anos - não muitos -, o estudante de Relações Internacionais de 22 anos se tornou o vencedor, na categoria contos, do Prêmio Sesc de Literatura 2018, que tem como objetivo revelar talentos ainda não publicados.

Em 15 anos de Prêmio Sesc, Tobias é o segundo autor mais jovem a ser reconhecido. O escritor fica atrás apenas da também gaúcha Luisa Geisler, vencedora em 2010 e 2011 - aos 19 e 20 anos de idade.

Para o concurso, Carvalho inscreveu As Coisas, livro que reúne 25 contos sobre personagens homossexuais cujas histórias se entrelaçam e se contrapõem sob diferentes gêneros e perspectivas. A obra deve ser publicada no final de novembro pela Editora Record, com tiragem inicial de 2 mil exemplares. O jovem escritor também participará de uma mesa da Festa Literária Internacional de Paraty deste ano, ao lado de Juliana Leite, que levou o prêmio na categoria romance.

— Decidi escrever um livro porque já tinha vários contos prontos que, reunidos, formavam uma unidade. A partir dessa ideia, compilei os textos que estavam feitos e escrevi outros que girassem em torno da mesma temática. São 25 histórias escolhidas para que os personagens do livro tivessem um arco que fizesse sentido dentro da ordem dos textos. De certa forma, eles se conectam, embora seja por meio de uma simetria falha — explica Tobias.

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176 Goffman (1982, p. 14) destaca que há três tipos de estigmas. O primeiro refere-se às abominações do

corpo, isto é, às variadas deformidades físicas. O segundo remete às culpas de caráter individual, tais

como “vontade fraca, paixões tirânicas ou não naturais, crenças falsas e rígidas, desonestidade,

sendo essas inferidas a partir de relatos conhecidos de, por exemplo, distúrbio mental, prisão, vício,

alcoolismo, [...] tentativas de suicídio e comportamento político radical”. Por fim, há o estigma de

religião.

Do texto abaixo - citado logo a seguir:

JFreitas, Jordânia Lopes de, 1982-

F866o O “outro” sob o olhar cristão: representação dos judeus na Disputa de

Tortosa (Hispânia, 1º quarto do século XV) / Jordânia Lopes de

Freitas. – 2015.

144 f.: il.

Orientador: Sergio Alberto Feldman.

Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Espírito

Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais.

1. Santa Fé, Jerônimo de. 2. Cristãos. 3. Judeus. 4. Liberdade religiosa.

5. Representações sociais - Aspectos religiosos. 6. Tortosa (Espanha) –

História. I. Feldman, Sérgio Alberto. II. Universidade Federal do Espírito

Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais. III. Título.

CDU: 93/99

Palavras-chave: Identidade cristã – Jerônimo de Santa Fé ‒ Intolerância religiosa – Representação – Debate judaico-cristão.

A Bíblia hebraica (Tanak) contém 24 livros, divididos em três partes, a saber: Lei (Torá), Profetas

(Nebihim) e Escritos (Ketubim). Os seguintes livros compreendem a Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico,

Números e Deuteronômio. Os Profetas contêm os livros de Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis,

Isaías, Jeremias e Ezequiel; mais os “Doze”: Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum,

Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os Escritos são: Salmos, Jó, Provérbios e os “Cinco

Rolos”, assim designados pois foram escritos, individualmente, para ser lido nas festividades judaicas:

Rute no Pentecostes, Cântico dos Cânticos na Páscoa, Eclesiastes (“Coélet”) na festa dos

Tabernáculos, Lamentações no aniversário da destruição de Jerusalém e Ester no Purim. (p. 15)

“Do grego Katholikos, formado a partir do radical holos, que constitui um todo, e do prefixo kata,

conjunto. Portanto, a palavra significa: “o que representa todo o conjunto de uma coisa, sua unidade

na complexidade de seus elementos”. O primeiro a qualificar de “católica” a Igreja cristã foi Inácio de

Antióquia, no início do século II, “frisando sua unidade essencial na diversidade nascente de seus

costumes. Onde estiver o Cristo Jesus, estará a Igreja católica’. Foi o que levou a traduzir católico por

universal” (MATHIEU-ROSAY, 1992, p. 81). (p. 21)

14É importante levar em consideração o processo de rápida urbanização das cidades no ocidente a

partir do século X, que proporcionou a transformação do perfil sociocultural da comunidade judaica

(BONFIL, 1998, p

5 O judaísmo hispânico recebeu, ao principio, inspiração das grandes yeshivoth (academias de estudo)

de Babilônia. Nenhum campo ficou alheio à criatividade dos judeus hispânicos: poesia, literatura,

ciência, filosofia, medicina, halája, etc. Junto a isso, temos que acrescentar o gênero Responsa, isto

é, contestações dos grandes rabinos a diferentes problemas e assuntos que lhes foram sugeridos por

escrito pelas comunidades (BEL BRAVO, 1992, p.16, nota 3).

16A Cabala ou Kabalah (palavra hebraica que mantém o sentido de “tradição”) é uma forma mística de

interpretar os textos das Escrituras, utilizando-se inicialmente do alfabeto hebraico, com 22 letras, em

que cada uma delas apresenta valor numérico específico (sephirots). A Cabala surgiu durante o exílio

babilônico, mas sua doutrina foi sistematizada, posteriormente, durante a Idade Média. Para uma

visão geral dos cabalistas envolvidos nos debates medievais; cf. (LOMBA, 2003, p. 274-82).

17O Talmude é uma vasta coletânea da Lei Oral criada através de séculos. A primeira parte chama-se

Mishná e foi compilada e organizada somente no final do séc. II, por R. Iehudá Ha-Nassi. A segunda

parte foi escrita por diversos rabinos sendo denominada Guemará, tanto na Guemará da Palestina,

quanto na Guemará da Babilônia. Em decorrência disso, dois Talmudim foram criados: o de

Jerusalém e o da Babilônia, provenientes da junção da Mishná com as duas Guemarot.

18A Escola dos Tradutores de Toledo não era uma instituição regular formada por edifícios e que

possuísse funcionários e meios materiais; tratava-se de um encontro (SUAREZ FERNANDEZ, 1992,

p. 42-3). Nela desenvolveu-se vasta produção intelectual, a partir do século XII, com a tradução de

versões latinas de textos científicos árabes e, consequentemente, gregos. Toledo foi a capital da

Hispânia visigótica, desde o reinado de Leovigildo até a conquista muçulmana da Península Ibérica

no século VIII, e conheceu considerável prosperidade sob o Califado de Córdoba. Depois da

fragmentação deste, em 1035, tornou-se capital do Taifa (reino) de Toledo. Afonso VI de Castela

ocupou Toledo, em 1085, e estabeleceu controle direto sobre a cidade. Dessa forma, Castela

substituiu a Andaluzia como o centro da cultura judaica. Toledo possuía comunidades de judeus e de

muçulmanos e destacou-se pela tolerância religiosa (LOYN, 1997, p. 336).

A Bíblia hebraica [é] fonte primeva sobre a qual se edifica todo o patrimônio

cultural da religião judaica [...], identificado por seus costumes e tradições

religiosas. Ao ser edificado sobre uma literatura sagrada, o povo judeu

também passou a ser identificado com o povo do livro: um povo, um livro,

um Deus. Ou seja, a cultura ou civilização judaica emana de um universo

social, étnico e religioso complexo, alicerçados na Bíblia, e se firma de

modo definitivo sob o trabalho de promulgação da Mishná e do Talmude dos

sábios rabis. É com a redação dos Talmudes que o judaísmo – agora

chamado de talmúdico ou rabínico – atinge seu grau mais elevado da

identidade do povo judeu, legado que irá consolidar a orientação definitiva

do judaísmo até os dias atuais.

20 Além de sua natureza essencialmente

religiosa, o judaísmo moldou-se numa civilização étnico-religiosa-literária

que transcende terra, língua e ideologias políticas conflitantes (SCARDELAI,

2008, p. 130).

Sefarad é um vocábulo hebraico pelo qual os judeus designavam a Hispânia. Já o termo sefardí

significa judeus ibéricos.

45Ortona (2004, p. 40-1) esclarece que o termo antijudaísmo se refere à “hostilidade direta contra os

judeus considerados como comunidade complexa, nas suas conotações étnicas de povo e de

religião”. Nesse sentido, as manifestações antijudaicas daquela época não estavam diretamente

relacionadas ao aspecto econômico, por exemplo, a discordância, na Idade Média, entre um

banqueiro cristão e um banqueiro judeu. O antijudaísmo é quase inexistente durante a Alta Idade

Média, exceto, quando alguns nobres manifestavam o desejo de apropriar-se das riquezas de algum

judeu, ou outro tipo de caso excepcional. A partir do século XII, com o reflorescimento comercial, os

judeus perderam o monopólio do comércio europeu (antes destinados, em grande parte, ao

financiamento do rei e da nobreza), passando a fazer o pequeno empréstimo ao camponês e arraia

miúda das cidades.

172 Midrash significa investigação. Os midrashim são comentários (em hebraico) das Escrituras, com

predominância do elemento hagádico sem se preocupar com a interpretação normativa (halákica)

encontrada no Talmude. Trata-se de uma compilação de sermões rabínicos e histórias das Escrituras.

73 Targum significa tradução. Trata-se da tradução aramaica da Bíblia; a mais famosa é a de Onkelos.

Assim, são inseridas interpretações, exegese, midrashim como acréscimos que ampliam o texto.

179Para uma visão detalhada sobre o Messias como servo sofredor e o Messias filho de Davi com base

nas Escrituras e escritos rabínicos, ver Cook (2003).

180 A propósito da questão das dificuldades encontradas na genealogia descrita em Mt 1.16, Cunha

(2013) apresenta uma longa discussão. Esta genealogia seria de Maria (Miriyan) e não de José

(Yosef); sendo o contrário do que afirma a tradição cristã. A partir dessa interpretação, ele considera

que seria possível solucionar a problemática contida em Mateus 1.17 a respeito das somas das

genealogias desde Abraão a Davi (1º bloco de 14 gerações); de Davi até a deportação para Babilônia

(2º bloco de 14 gerações) e Exílio da Babilônia até o aparecimento do Messias (3º bloco de 13

gerações + 1). Assim, o autor assevera, com relação ao último bloco que houve um equívoco; pois a

12ª geração é de Oved Ammon Yosef (pai de Maria). O termo aramaico Ga’bra deve ser traduzida

como pai e não esposo. Nesse sentido, a 13ª geração se refere à pessoa de Maria (Yishai Yoshiyahu

Miriyan) e a 14ª, a do Messias (Davi Y’chanyah Yeshua).

__-

O termo Messias vem do hebraico

leashiasch, que significa “ungir com óleo sagrado” (p. 115)

__

192Após 1275, a Cabala medieval sofreu grande influência do Sefer ha-Zohar (Livro do Esplendor). É uma

doutrina mística cujo principal objetivo é o conhecimento e a descrição das obras misteriosas do Deus

oculto desprovido de qualidades e atributos (o Zohar e os cabalistas chamam de En-Sof, ou seja, o

Infinito). A obra possui quase mil páginas conforme a edição aramaica de Mantua, cujas temáticas da

Criação e da Redenção são bastante discutidas. “Foi durante muitos séculos o único texto

considerado canônico e ocupou um posto junto a Biblia e o Talmude. Escrito em forma

pseudoepigráfica, o Zohar apresenta as discussões teológicas e didáticas do rabino Simeón bar

Yochai (século II) com seus amigos e discípulos. Os investigadores criam que esta obra fosse uma

compilação de textos de origem diversa, cujas ideias remontariam ao rabino Simeón. Porém,

Gershom Scholem, demonstrou que o autor desta ‘novela mística’ é o cabalista hispânico Moisés de

León (ELIADE, 1983, p. 221).

193 Na tradição cristã, Farés (Peret

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Zohar (Redirecionado de " Book of Splendor ")

Ir para navegação Ir para pesquisa

Capa da primeira edição do Zohar , Mantua , 1558 . Biblioteca do Congresso.

O bom ponto que a pessoa encontra em si mesmo é parte da Divindade, porque todo bem vem do Santo, bendito seja Ele. A Torá, o Povo Judeu e o Santo, abençoados sejam eles, são uma unidade (Zohar, Introdução). Então, quando um bom ponto existe em um judeu - uma mitsvá ou uma boa ação - esse bem é completamente unido ao Santo, bendito seja Ele. Pois "Deus é bom para todos" (Salmo 145: 9) e também está escrito: "Veja e veja que Deus é bom" (Salmo 34: 9). Todo bem que existe, qualquer que seja a forma em que é apresentado, emana realmente do Santo, bendito seja Ele."

Breslov, Rebe Nachman. Azamra! Eu vou cantar! (Likutey Moharan I, 282) ( Kindle 419-425). Instituto de Pesquisas Breslov

https://es.wikipedia.org/wiki/Zohar

pesquisa de j b pereira

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“No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus”. No

Targum Yohanan (João) para Isaías 45.25, a palavra verbo é substituída por Memra,

conforme a linguagem judaica: “No princípio era o Memra, e o Memra estava com

Elohim, e o Memra era o Elohim”.208 Assim, explica-se que os rabinos antigos

compreendiam Memra como voz e não como outro ser; o que anula qualquer

entendimento relacionado à Trindade:

Yohanan simplesmente diz o que todos os antigos rabinos diziam, que o

Mashiach é o Memra de Yah. Isso não contradiz o Shemá e ainda confirma

a Torá e o Tanach: ‘Mas em Memra de IHVH toda a descendência de Israel

será justificada’ [grifo nosso] (POR QUE OS JUDEUS NÃO ACREDITAM

EM JESUS? 2010).

08 “A voz, a palavra de Elohim é vertida para o aramaico como Memra pelos rabinos antigos. Sempre

aparece na Torá: ‘A Memra de Yah falou a Moshé’. Mas não era D’us que falava com Moshé? Então

a Memra de Yah, era Yah falando. Mas a Memra de Yah estava com Yah, e não era a mesma pessoa

ou o mesmo ser. A Memra de Yah falava em nome de D’us, a Memra de D’us falava sua vontade,

portanto quando ouvíamos a Memra, ouvíamos D’us. Isso todos os antigos rabinos sabiam,

entendiam e ensinavam. Esta ‘representação’ não é trindade, e sim um conceito conhecido no

judaísmo antigo” (POR QUE OS JUDEUS NÃO ACREDITAM EM JESUS? 2010).

209 Cunha (2012) analisa a genealogia de Gênesis 5, cujos nomes significam: 1) Adam=homem feito do

pó; 2) Shet= apontado como; 3) Enosh= mortal; 4) Kenam= triste, infeliz; 5) Mahalalel = bendito

(Elohim); 6) Yered= irá descer; 7) Hanoch= ensinar; 8) Metushelah= com sua morte; 9) Lemeck= irá

trazer; 10) Noach= conforto, descanso; 11) Shem= nome; 12) Ham ou Cham= quente, agradável; 13)

Yafet= belo. Dessa maneira, o autor conclui que o sacrifício de animais no 2º Templo já não era mais

recebido por Deus sendo interrompido no momento da destruição de Jerusalém (no ano 70) pelos

romanos.

http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/3543/1/tese_7649_jordaniafreitas-disserta%2B%C2%BAao20150721-152142.pdf

J B Pereira e https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/livros/noticia/2018/07/escritor-de-22-anos-tobias-carvalho-vence-premio-nacional-com-contos-que-buscam-aprofundar-temas-lgbti-cjj4nyg4k0iar01pae974ugs0.html
Enviado por J B Pereira em 16/07/2018
Reeditado em 16/07/2018
Código do texto: T6391188
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