Um falso país laico

Estamos no século das mudanças! Algumas, radicais... A nossa constituição nunca sofreu tantas "emendas" como nos últimos tempos, onde uma classe específica, com nível educacional diferenciado, usa-a a seu bel prazer, deixando ao povo somente a informação de que devem acatar o que foi determinado e, como sempre, fazer-se de cego e surdo para tudo, ainda que esse tudo possa destruir a sua qualidade de vida. Uma dessas mudanças radicais foi a transformação do Brasil em um país laico. Para quem não lembra, laico é aquele país ou estado que não possui religião oficial e permite a manifestação de várias doutrinas religiosas, desde que certos limites sejam respeitados. Certos limites? Sim! Os limites que não ofendem os praticantes dessa ou aquela religião. Não quero aqui levantar bandeiras, mas desconstruir esse falso discurso de país laico. Não somos, não seremos e não queremos ser um país laico, pois isso significaria assumir as nossas raizes, além de abrir espaço para o que, para muitos, é bizarro, exótico, estranho e, porque não, demoníaco. Sim, porque o demônio, desde o século IV, quando Constantino decidiu, por interesses políticos, oficializar o Cristianismo, tornou-se o principal dono de tudo aquilo que não condizia com os preceitos e dogmas dos cristãos. Não digo dos cristãos, mas da elite. Sim, porque a religião nada tem a ver, mas seus praticantes são os responsáveis por destruir o que acreditam estar protegendo, que seria os princípios firmes baseados no amor. Amor? Ora, não sejamos ingenuos. O amor, nas palavras do apóstulo Paulo, tudo aceita. Sendo assim, soa hipócrita um discurso que prega aceitação e age com rejeição ao que não lhe agrada. Se os deuses gregos, egípcios e romanos sofreram com o "bullying" da ignorância fanática, não pode ser surpresa que as religiões politeistas do século XXI, dentre elas as de matriz africana, não sofram o mesmo. Os orixás são,nas palavras dos alienados, seres malignos, entidades do mal, demônios ou seja lá mais que infâmias lançam contra eles. Pura ignorância...não burrice, mas ignorância de ignorar, desconhecer, que é a real etimilogia da palavra...As pessoas, por ignorar, falam impropérios, ofendem, atingem, machucam as pessoas e suas crenças, baseados em ideias defasadas e apoiados em uma lei volátil e subserviente, que acaba por beneficiar apenas os que deseja. Não, não existe país laico. Não, você não pode usar o seu terço, ojá ou seja lá que elemento da sua crença sem ser contestado ,ofendido ou ignorado. Não...não existe essa democracia que tentam empurrar em nossas cabeças contando com nossa "burrice", senhores. Não...

Raizes
Enviado por Raizes em 26/01/2017
Código do texto: T5894004
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