INTOLERÂNCIA

Leio agora que acordei, que em Orlando, nos Estados Unidos, um maluco entrou numa boate gay e matou cinquenta pessoas e feriu outras dezenas.

Cinquenta vidas tiradas gratuitamente e cruelmente de pessoas que fizeram apenas a opção de serem diferentes.

Ser diferente é não ser aquela caixinha quadradinha, disciplinadinha, que tira a graça da vida.

E lembre-se: "nenhuma vida pertence ao homem; todas pertencem a Deus".

Ser igual e fazer desta mesmice o poço do ódio, é como canta Nara Leão, na música "Caixas", composta nos anos sessenta:

Uma caixa bem na praça, uma caixa bem quadradinha

Uma caixa, outra caixa, todas elas iguaizinhas

Uma verde, outra rosa e uma bem amarelinha

Todas elas feitas de tic tac, todas elas iguaizinhas

As pessoas dessas casas vão todas pra universidade

Onde entram em caixinhas quadradinhas iguaizinhas

Saem doutores, advogados, banqueiros de bons negócios

Todos eles feitos de tic tac, todos, todos iguaizinhos

Jogam golf, jogam pólo, bebendo um bom martini dry

Todos têm lindos filhinhos bonequinhos engomadinhos

As crianças vão pra escola, depois pra universidade

Onde entram em caixinhas e saem todas iguaizinhas

Os rapazes ficam ricos e formam uma família

Todos eles em caixinhas, em casinhas iguaizinhas

Uma verde, outra rosa e outra bem amarelinha

E são todas feitas de tic tac, todas, todas iguaizinhas

Como se dizia no meu tempo jovem, a cabeça não foi feita só para usar chapéu.

A cabeça é para pensar e ser usada com o coração, a criar os melhores sentimentos de amor ao próximo.

É o que nos difere das feras, dos zumbis e outras criaturas estúpidas que pensam sempre tudo igual, é a obra divina.

Obra divina é a diversidade.

Aquilo que a gente não compreende a gente contempla.

Observa; aprende.

Quem carrega no coração a intolerância é critico da obra de Deus.

E quem se considera melhor que Deus e critica a Sua obra é um estúpido idiota.

E quem mata por isso é um verme assassino, que já perdeu a alma há muito tempo.

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Certa vez, numa cerimonia de casamento realizada numa igreja protestante de Londrina, tudo lindo e perfeito, o pastor encasquetou de falar mal dos homosexuais.

Ficou numa ladainha horrorosa por mais de vinte minutos ou mais.

Acho que dei sinais de enfado.

Uma senhora, austera a bem vestida, sentada ao meu lado, com o marido do outro, deve ter percebido, porque quando nossos olhos se cruzaram ela disse:

"Ele tá louco prá soltar a franga; e quem tá perdendo são os noivos".

Rimos muito.

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Obrigado pela leitura; bom domingo e

fiquem com Deus.

Sajob - junho / 2016