Simulacros

Hoje somos simulacros de seres humanos; falando menos filosoficamente, apenas etiquetas, e, suamos para parecermos como a maioria, mesmo que esta seja ridícula. Somos etiquetados, quando compramos aquela roupa de grife, mesmo a mais barata sendo a mesma coisa. É um afã para esnobar e não ficar de fora do bando. Vivemos a era da curtição, embora pouco me importe com as curtidas; na era hippie isso tinha outro significado; apenas que apreciou algo descolado, que não era caro a pessoas de outras eras ( os ditos quadradões; excelente representação, pois não há formas retas na Natureza; nós é que inventamos a linha reta e a ideia de cimentar tudo!).

O que é curtido é IN , mesmo que seja uma boçalidade de quatro costados, como curtir a comida que comi no almoço, o pau de selfie, o selfie em si; Narciso , ao se olhar refletido na água é fichinha, perto dos egocentristas de hoje.

E para isso se faz o sacrifício imenso de ser quem não se é para parecer aos outros aquilo que não quer ( e , sem poder!) A sociedade de consumo e principalmente seus banqueiros se regalam com isso.

Os outros, ao contrário de Sartre, são um espelho tosco do que devemos ser para enriquecer as contas dos donos da Pátria Amada, salve, salve! A mesma etiqueta do supermercado, da roupa, passa para nós e, nos perguntamos : quem somos nós? Dispersos e desmembrados na era moderna , como insinuava Carlitos em "Tempos Modernos".