RESIDENCIAIS JARDINS DO CERRADO, UM BAIRRO PERIFÉRICO ESQUECIDO – SAÚDE - PARTE IV

Apesar de ter recebido seus primeiros moradores no dia 1º de outubro de 2009, os Residenciais Jardins do Cerrado e Mundo Novo, foram oficialmente inaugurados pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva somente no dia 12 de fevereiro de 2010, quando ele reclamou da deficiência na infraestrutura da minicidade, uma vez que, segundo o presidente, as moradias precisavam receber muros nos próximos meses, a contar daquela data, e a minicidade, por si só, precisava de equipamentos esportivos, asfalto e mais escolas. Mas ainda continua precisando de tudo isso e mais um pouco. Na época da inauguração, o bairro também possuía um pequeno Posto de Saúde da Família (PSF), inaugurado posteriormente pelo então prefeito Íris Rezende.

Dois anos mais tarde, precisamente em 15 de maio de 2012, mais um posto de saúde, uma Unidade de Atenção Básica de Saúde da Família (UABSF) foi inaugurada na etapa VI, agora pelo prefeito Paulo Garcia, com aptidão para atender cerca de 1800 famílias que já habitavam a etapa VII da minicidade. Os 700 metros quadrados de área construída foram divididos entre consultórios, auditório para reuniões, farmácia, sala de vacina e sala de observação para urgências. A estrutura física do local tem capacidade para atendimento de três equipes completas simultaneamente, incluindo saúde bucal, porém, apesar da infraestrutura do equipamento, assim como em todo o Brasil, o atendimento, ou mesmo a falta dele, não tem contribuído muito com a população da minicidade, o que coloca em risco, a saúde dos moradores, cotidianamente.

No Posto de Saúde da Família (PSF) da etapa IV da minicidade, por exemplo, o atendimento é feito a partir de um sistema de rodízio, como se quem fosse adoecer tivesse que agendar sua enfermidade, isto é, se num dado dia em que o profissional da saúde estiver ali para atender pacientes da etapa III, por exemplo, ninguém da etapa II poderá ficar doente, pois não será atendido.

Não se trata de colocar a culpa em cima de um gestor público ou de outro, tampouco isentá-los, ora, muitas vezes, certas coisas que acontecem nas unidades, seja de saúde, educação ou em qualquer outra repartição pública, as autoridades maiores nem chegam, a saber, pois são camufladas com pele de silêncio por muitos servidores dos baixos escalões.

O problema é nuclear e se ramifica Brasil adentro. Está mesmo na ingerência governamental brasileira e não é de hoje. O Sistema Único de Saúde (SUS) já surgiu com uma escala problemática e sua precariedade continua se alastrando com o passar do tempo, ou seja, em qualquer lugar do Brasil a saúde é uma incógnita. Ou não?

Não se pode colocar a culpa na falta de liberação dos recursos, pois somente para o ano de 2014 foram orçados, segundo o Portal de Transparência da Prefeitura de Goiânia, R$ 1.612.161.000,00, para serem aplicados na saúde municipal em Goiânia.

Mais especificamente no caso da minicidade, o problema se acentua porque a massa de necessitados usuários do sistema é muito grande em relação ao número de profissionais nas unidades de saúde, de modo que moradores de diversas etapas da minicidade ficam, às vezes, até três meses sem atendimento médico local.

Por conta disso, muitos moradores da minicidade quando necessitam de maiores cuidados médicos, buscam as unidades de outros bairros mais próximos, como Centro de Assistencia Integral a Saúde (CAIS), Centro Integrado de Assistência Municipal a Saúde (CIAMS) e hospitais. Neste caso, os mais frequentados pelos moradores da minicidade são o do Bairro Goiá, Cândida de Morais e Finsocial, além dos diversos hospitais do estado, espalhados na Grande Goiânia.

No nosso próximo artigo vamos falar sobre como anda a Assistência Social em nosso bairro já que ela é uma política pública, direito do cidadão que dela necessitar e um dever do Estado. Aguardem!

Gilson Vasco

escritor

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 07/05/2015
Reeditado em 25/10/2016
Código do texto: T5233495
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