GOIÂNIA, DUAS CIDADES: UMA LINDA E OUTRA JOGADA ÀS TRAÇAS!

Às vésperas de se completar 80 anos de existência Goiânia, município brasileiro, capital do Estado de Goiás, planejada e construída para ser a capital política e administrativa de Goiás sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro vem recebendo merecidos elogios dos mais variados meios de comunicação e do povo goianiense. Goiânia é digna de tudo de bom que é dito sobre ela que é a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo superada apenas por Brasília. A capital do Estado situa-se no Planalto Central e é um importante polo econômico da região, sendo considerada um centro estratégico para áreas como indústria, medicina, moda e agricultura. Goiânia possui um rico acervo arquitetônico e ótima gastronomia, o que faz com que se destaque como importante centro turístico do Brasil. As feiras-livres da cidade estão entre as principais atrações da metrópole, tendo como uma das principais a Feira Hippie, a maior feira da América Latina a céu aberto.

A parte esportiva da cidade concentra-se, em sua maioria, no futebol, sendo sede de grandes clubes como o Goiás Esporte Clube, Atlético Clube Goianiense e Vila Nova Esporte Clube. A vida noturna de Goiânia é repleta de bares e restaurantes, além de praças e espaços para lazer, como danceterias. Tudo isso frequentado pelos que possui melhor poder aquisitivo, claro. O que quer dizer que, embora há quem queira, não há como maquiar suas dificuldades, entre as quais, a desigualdade social, crescentes problemas de trânsito e altíssimos índices de criminalidade.

Lamentavelmente, enquanto muitos aceitam que a história da desigualdade social de Goiânia já é antiga, teve seu início desde o princípio do povoamento nas mais diferentes regiões da cidade e seus problemas se arrastam até a presente data, autoridades não admitem a existência de favelas e repudiam o termo com a defesa de que como não há muitos morros no município, também não se pode considerar a existência de áreas irregulares, de risco e invasões como sendo favelas na metrópole. Entretanto, há em toda a cidade diversas áreas irregulares, chamadas de invasões, o que prova que a situação em Goiânia é maquiada pelas autoridades, já que, muitas vezes, as famílias moradoras nesses locais são retiradas e colocadas nas periferias da cidade, em conjuntos habitacionais horizontais sem infraestrutura básica, isto é, sem asfalto, sem rede coletora de esgoto, postos de saúde que nem sempre funcionam, escolas e creches que não atendem a demanda, ausência de segurança pública e ineficientes linhas de ônibus. Diante desse quadro, se se considerar favela como uma consequência da má distribuição de renda e do déficit habitacional no país, percebe-se que, por uma questão geográfica, o que não há em Goiânia são favelas verticais como aquelas existentes nos morros das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mas há as favelas horizontais espalhadas pelas regiões periféricas da capital.

Goiânia possui sim suas belezas, a começar pelas grandes áreas verdes, ao ponto de ser considerada a segunda cidade no ranking de área verde por habitante, perdendo apenas para a campeã mundial, a cidade de Edmonton, no Canadá que tem um quantitativo pouco maior de área verde por habitante. Porém, em 2010, Goiânia foi considerada pela Organização das Nações Unidas como a cidade mais desigual do Brasil e a décima do mundo.

A população de baixa renda de Goiânia é predominante na região noroeste, formada a partir de invasões e tal ocupação gerou uma série de conflitos sociais, políticos e militares. Em outros pontos isolados de Goiânia, a desigualdade social também é perceptível, onde há grandes construções verticais de grande especulação imobiliária e em outro lado casas simples sem uma infraestrutura digna.

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 20/09/2014
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