DO SOFRIMENTO DO MUNDO E ACONTECIMENTOS ATUAIS
 
 
                “A vida do indivíduo é uma luta contínua com a necessidade e o tédio, e não apenas no sentido metafórico. Por toda a parte o homem encontra oposição, vive continuamente em luta, e morre segurando suas armas” (Arthur Schopenhauer, filósofo alemão). Após ler esse capítulo da obra do autor, cujo nome era “Do sofrimento do mundo”, lembrei os acontecimentos atuais, com conflitos que presenciamos do avião ucraniano abatido e aquele que ainda perdura no Oriente Médio, de longa data, entre judeus e palestinos. Vemos assim a barbárie assolar a Terra Santa e ainda a Rússia mostrando que apesar de já ter passado a Guerra Fria, ainda existe o poder militar em sua posse. Mas até onde perdura esse pessimismo? E onde estamos longe disso?
            Reclamamos de nosso país, mas ao menos temos a paz. Apesar de perdermos recentemente a Copa do Mundo, e em casa, vejo que ainda resta a esperança em um país que até pagou a dívida externa. Temos uma grande ampliação da formação acadêmica e houve uma redução na miséria. Claro que possuímos uma situação preocupante em desenvolvimento humano, porém algo melhora. Passamos por revoluções no passado, e isso talvez tenha ficado mais em livros de história do Brasil, mas ao observar o mundo, sentimos que não é ruim nosso país. Há ainda situações mais infelizes e sofridas, e em regiões da África, ocorre uma situação preocupante. Mesmo haitianos que por aqui habitam, falam que não sabemos ainda o que é pobreza, comparado ao que eles viviam lá.
            Outro dia ouvi comentário de amiga falando de um alemão que comentou nossa reação pessimista para com a nossa Seleção. Porque é agora que deveríamos apoiar, lembrou ele. Certamente temos de crescer em cultura e mesmo em sabedoria para apoiar quem perdeu. O pessimismo do filósofo Schopenhauer cai bem, uma vez que esse homem passou por tristeza e fama. Quando professor, ele era repudiado, sendo que em uma grande sala de aula, teve apenas três alunos que agüentaram sua explanação, e em seu tempo era famoso outro pensador, o Hegel, que lotava auditórios. Mas no final da vida ele teve certa fama, e seus livros acabaram vendendo. Fato é que mesmo eu de escritor sou pessimista, porque há uma grande indústria que vende toda a sorte de livros, menos algo edificante. E ele falou que um pássaro engaiolado não canta de alegria, mas de raiva. E mesmo o cão, que é o melhor amigo do homem, e mesmo assim vive preso a correntes e coleiras. Talvez sejamos aves presas em antigos pontos de vista, sem compreender o sentido do vôo da liberdade. 
              Mas voltando aos conflitos atuais, desse avião civil abatido, bem como das atrocidades em Israel, eles nos fazem pensar se Deus não se arrependeu mesmo de ter criado o homem ou humanidade, e se Ele vendo o futuro e as guerras, não pensou em acabar com esse mundo. Vemos no dilúvio e mesmo em Sodoma-Gomorra uma parte dessa verdade. Mesmo pensadores ateus não caem no otimismo, de se ignorar os acontecimentos, e achar que não há problema. Mas o conflito religioso e nacional já foram mais fortes, e lembramos das guerras entre católicos e protestantes, e mesmo daqueles conflitos recentes, que colocaram a desculpa de mera oposição ao terrorismo (11 de Setembro, Guerra do Afeganistão, Guerra do Iraque). Temos esse paradigma atual, que é também resolver essas crises internas, de corrupção e mesmo superar a pobreza. Certo é que com uma reforma ética e com uma busca de transformação cultural, tenhamos essa experiência de aprender com a filosofia, teologia e mais uma dezena de saberes, a fim de reduzir o sofrimento do mundo e de purificar a aura da Terra, esse ser vivo que nos acolhe com amor. O ser humano precisa antes encontrar a paz em si mesmo, para depois procurar esta em sua nação e mundo.