SOB O FOGO, SEM TETO, SEM ÁGUA, COM PÃO AO PREÇO DE BANANAS

DO CENÁRIO URBANO DE SAMPA: OPINIÃO.

Adoro bananas e vou começar por elas.

Há dias atrás, dentro dum supermercado da cidade, me assustei com o número escasso da oferta e com o preço das bananas.

Não é de hoje a carestia da deliciosa e nutritiva frutinha, mas é que a coisa piorou muito.

Obviamente que toda dinâmica econômica depende de vários fatores que influenciam a lei da " oferta e procura", e também recentemente uma reportagem nos mostrava certa dificuldade atual no plantio dos bananais nordestinos.

Talvez tal nos explique o atual preço das bananas a peso de ouro.

Nem as bananas , coisa da terra, conseguimos produzir a contento!

Aqui vai meu triste recado, bem a atual, à Carmem Miranda, artista brasileira que divulgou ao mundo nosso país via nossas deliciosas bananas, a cantar: "Yes, nós temos bananas!":

Não Carmen, os tempos são outros, " we don't have bananas eitheir!"

Que pena!

Foi-se, portanto, a era da expressão popular referente ao barato irrisório- "a preço de bananas". Esqueçam, isso também já não nos pertence mais.

Se for a preço de bananas fujam, que é extorsão!

Banana, entre nós, é artigo de luxo.

Bananas estão tão caras quanto o PÃO NOSSO DE CADA DIA, e nem adianta rezar porque, com a importação do trigo, nosso pão encareceu "a preço de bananas".

Pois bem, paralelamente à expressão popular linguística que antigamente expressava as dificuldades sociais de alguém , a que dizia "fulano está a passar com água , pão e bananas", saibam: quem conseguir encontrar água potável engarrafada, pão e bananas ao justo preço do antigo " a preço de bananas", sinta-se um privilegiado social e comemore sua ascensão no IDH urbano da vida de São Paulo.

O quê?

Não bastasse a falta de água também nos mananciais, a que queda a cada dia, as comunidades em dificuldades sociais acampam nos terrenos, inclusive nos de proteção ambiental, enquanto outras queimam à luz do sol triste de Sampa, num infernal rescaldo social que assusta até aos gestores dos infernos do "inframundo".

Olhando toda a situação dos sistemas de abastecimento das águas da cidade, não é difícil deduzir que logo logo também vai nos faltar água para apagar tantos incêndios.

Resumo do panorama? Só Deus por TODOS nós!

Só uma dúvida que me surge, estamos em desenvolvimento mesmo?

Bem, esqueci, é que nos faltam professores para responder às questões com certeza técnico-científica.

E quando tem...ninguém quer escutá-los.