Divergência também pede Cotas

Minha opinião quanto as cotas para Universidades e Concurso Público:

1) Não se pode falar que é contra, pois é "reacionário", "senso comum", etc. Todavia, se apoiar, aí tem direito para falar, se expressar, etc. Os próprios estudantes de Direito são contra ou tentam limitar a liberdade de pensamento e expressão.

2) Os que são a favor de tais medidas, são aqueles que buscam a igualdade, ou aplainá-la a todos. Todavia, são contrários a dar ouvidos a que os demais tem a dizer.

3) Os que são a favor, são a favor também do Socialismo (em tese). Todavia, ainda compram, ainda utilizam o Facebook (tanto é que estão comentando e postando toda a hora), ainda escutam música no Samsung Galaxy 4... Será que doariam o Samsung para alguém ou compartilhariam para que outro tenha o mesmo acesso a tecnologia? Ou viveriam sem o Facebook, que nada mais é que uma ferramenta refletindo e alimentando o ideal capitalista? Pergunto ainda mais: E comprar... tudo bem, mas compra com o quê? E compartilha a roupa que compra? Compra duas camisetas, sendo uma doada para a pessoa que não tem condição de comprar? O alimento que compra é compartilhado?

4) Os que são a favor: "cotas são para os negros, pois sofreram a escravidão". Engraçado: eu lembro das minhas aulas no Ensino Médio e vejo em todos os livros de História que a escravidão era um fato social típico em quase TODAS as Eras da História. Por que a escravidão só é considerada escravidão para esses, num período de, aproximadamente, 200 anos em face das centenas de milhares de anos que a Humanidade possui?

Por fim, creio que o ideal socialista (que creio ser viável em algumas ideias, outras, nem tanto assim) é confundido por muitos como algo absoluto, "perfeito" para a Humanidade, que é o caminho a ser seguido. Alguns agem com mais fanatismo que muitos religiosos por aí. Somente em tese tal teoria seria perfeita, pois, tudo o que sempre moveu o mundo foi o dinheiro ou, até mesmo, o escambo: você trocava um objeto que tinha sobrando para outro que você queria.

Sempre houve um - > ganho < -, uma necessidade de ganhar algo, algo que ninguém tem, algo que te torna original, único, perante todos.

Diminuir desigualdades sociais deve ser feito, porém, o Ser Humano não é e jamais será pacífico e bondoso o bastante para se contentar a viver no mesmo nível dos demais. Até porque nem todos querem, outros querem muito, para outros "tanto faz"... o Ser Humano é um plural, não singular. Não se contenta com a igualdade absoluta e irrestrita. Essa é verdade.

Contudo, concordo que PARA TODOS devem haver as mesmas oportunidades, mas de forma que seja debatido o que é melhor para todos e não somente para um grupo específico.

As maiores desigualdades sociais são causadas pela renda... a escravidão nunca teve cor, o preconceito nunca teve limite de peso, de altura, de perfeição ou imperfeição, de orientação sexual ou de crença. Agora, sem dinheiro, o mundo não gira, o ser humano não vive, não se alimenta, não estuda. Basta que o Capitalismo seja mitigado, com foco nas desigualdades sociais, na educação e medidas paliativas - como as cotas - sequer seriam criadas.

Por fim, pergunto-lhes: a Suprema Corte Norte-Americana, mediante análise de sua Constituição (uma inspiração para nossa CF/88), é contra as cotas por ferir a igualdade. Um país que possuiu e pregou o apartheid. Todavia, possuem Ações Afirmativas (que NÃO são cotas). Por que no Brasil a solução é, somente, reservar vagas para que talvez haja inclusão social?

Alguma coisa se perdeu no raciocínio tupiniquim quanto a "igualdade"...

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 22/05/2014
Reeditado em 22/05/2014
Código do texto: T4816046
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