O turismo da maconha

" Legalizar a maconha vai eliminar o tráfico e acabar com a violência". Esta avaliação é uma balela sem precedente, sem sustentação, uma apologia ao consumo de droga; um atentado contra as lágrimas das mães de dependentes químicos. E quem vai socorrer os doentes mentais da maconha? Por acaso tem tratamento? Legalizar a maconha para ser usada por pessoas viciadas é simplesmente uma aberração legislativa. Por outro lado, ninguém acabará com o tráfico, nem mesmo nos países mais evoluídos ou onde a maconha possa ser liberada. Ele é multinacional. Se o Estado intermediar a produção e a distribuição, logo surgirá o concorrente, a figura do traficante. O Estado é serviço público e o servidor não tem estrutura e motivação para competir com o traficante o qual está presente em todos os segmentos sociais, em todos os locais e durante vinte e quatro horas por dia, continuamente. Além do mais, a corrupção impera em todas as sociedades. Para quem não estiver amparado pela lei para comprar sua porção da droga, o traficante será a solução mais próxima, viável, nada de burocracia e sem conveniência de governo. Isto não é fácil mesmo. Muitos usuários de droga não se contentam com um pequeno consumo diário, pois a dependência transcende aos limites da lei. Resta apelar para o narcotráfico e isto ninguém impedirá. O trafico existe para quase todos os produtos de consumo, até na venda de cartões para entrar nos estádios, logo nada extinguirá o tráfico. Não existe maconha suficiente conforme a demanda da procura, até porque o consumo permitido faz aumentar a procura em larga escala, descaradamente. Se a lei permitir o consumo da maconha também tem que facilitar o comércio, a distribuição, o preparo e a produção no meio rural e até em apartamentos. Terá toda a cadeia logística incentivada, aliás, protegida por lei, caso contrário faltará e a abstinência será mais grave do que o consumo. E o que vão fazer com as demais drogas? Quem usa maconha também deriva para outras drogas. Liberar a maconha não é liberar as drogas e nem extingui-las, elas continuarão em pleno ápice, venda e consumo. Há uma infinidade de produtos alucinógenos que pertence ao reino do narcotráfico, logo o tráfico continuará atuante até em maior escala com as chamadas drogas pesadas, inclusive a Krokodil, a mais nova droga, a mais devastadora de todas. Sem dúvida esta liberação vai contribuir mesmo é para ampliar os casos de psicose e outras doenças psiquiátricas decorrentes do uso da cannabis sativa. Isso também atrairá um novo segmento, uma nova receita, uma outra atividade, uma diferente capacitação profissional, o turismo da droga, uma vergonhosa lei. Logo surgirão os empresários da droga, agronegócio, indústria, comércio, logística, etc. Acredito que nenhum empreendedor vai manter um viciado como seu funcionário só por que a lei ampara. Em silêncio, imaginemos a qualidade do serviço prestado por um profissional usuário de maconha. Ser contrário à liberação da maconha não é hipocrisia, mas é não concordar com esse proselitismo oportunista, que não se sabe o que existe por trás desta retórica. E quem são seus defensores? Claro que são pessoas influentes.

Será que não existe coisa mais saudável para oferecer ao povo, uma boa escola, uma saúde pública que funcionasse mesmo. É isto que o povo precisa. Ninguém pode aprovar uma lei para entorpecer a população jovem. A liberação da maconha pode até ir de encontro aquilo preconizado nos estatutos da criança e do adolescente. Por um Brasil sem drogas.