A VIOLÊNCIA QUE CAMPEIA EM NOSSO PAÍS

A VIOLÊNCIA QUE CAMPEIA EM NOSSO PAÍS

Em primeiro lugar eu quero dizer aos leitores que, eu vou dissertar sobre violência expondo o meu ponto de vista particular, como um cidadão comum, portanto nunca pretendi ser o dono da verdade, destarte, minha opinião poderá ser rechaçada pelos leitores, porém minha dissertiva é fundamentada na experiência de cinquenta e nove anos de vida, com quinze anos no magistério como professor de Língua Portuguesa, em escolas de ensino médio, públicas e particulares em Belém, somada a experiência de dez anos como Delegado de Polícia Civil.

Até o início dos anos setenta, não se vivia e não se verificava nos centros urbanos, a violência que enfrentamos hoje, mais tranquila ainda, era a vida nas cidades interioranas de nosso país, as famílias sentavam nas portas das residências depois do jantar, as crianças brincavam de roda, bandeirinha e outros tipos de brincadeira, as bicicletas dormiam na porta das casas e lá amanheciam, os jovens voltavam das festas nas madrugadas, tudo na maior tranquilidade, era um fenômeno raro quando alguém se queixava que foi agredido quando voltava para sua casa do trabalho ou do lazer, não havia invasão de terra, se respeitava a propriedade alheia.

Mas vejamos os vários fatores que contribuíram para o estado desenfreado de violência que campeia no solo brasileiro e estamos enfrentado hoje nas grandes cidades, assim como nas pequenas cidades interioranas. Nos anos setenta onde a pseudo ditadura - ou estado de exceção da DEMOCRACIA-, período em que o Governo Militar estava no poder, colocou-se nas cadeias comuns, aqueles revoltosos que não aceitavam pacificamente o regime Militar, porém dentre esses presos políticos tinham alguns que haviam passados por treinamento de guerrilha, em Cuba ou na União Soviética, pois pretendiam retirar o poder dos militares através da força, utilizando-se de uma revolta camponesa - podemos constatar esse fato com a Guerrilha do Araguaia - então esses presos políticos ensinaram aos presos comuns a se organizarem nas cadeias públicas, foi quando iniciou-se as rebeliões nas casas penais, daí surgiram facções como Comando Vermelho nas cadeias do Rio de Janeiro e o Primeiro Comanda da Capital nas cadeias Paulistas, isso é um fato.Some-se a outros fatores como: êxodo rural por falta de um projeto que fixasse o homem no campo; a falta de planejamento familiar ou mesmo um controle a natalidade, visto que a que hoje existe é um factóide; a falta de religiosidade, o Homem voltou-se as costa a Deus, as aulas de religião nas escolas que muito era útil na formação do caráter do cidadão, passaram a ser optativas; a Mulher passou a trabalhar fora de casa, pois optou por sua realização pessoal nas suas diversas profissões, foi um direito conquistado pelas mulheres, mas a criança perdeu aquele aconchego feminino das mães que as tornavam mais dóceis e sensiveis, foi jogado ainda para a Escola a obrigação de educar sozinha os filhos, os pais se desvencilharam de suas obrigações; a falta de escolas que formassem profissionais para que hoje o jovem tivesse uma perspectiva de seu futuro como um partícipe engajado no desenvolvimento da sociedade em que vive; e vejam que um aluno em qualquer Escola Pública, custa menos para os cofres públicos que a manutenção de um delinquente nas cadeias públicas, um prisioneiro custa muito caro para o Estado, saibam que no pará há uma população de aproximadamente dez mil encarcerados, era para ter vinte mil, se não houvesse fuga todos os dias, e se os mandados de prisão decretados pelo judiciário, todos fosem cumpridos; deve-se ainda ao câncaro social que foi a expansão e diversificação da DROGA, o maior combustível para violência que estamos sofrendo, ainda com apoio apológico de ex- Presidente da República, ex-ministro de Estado, Deputados federais e outros artistas famosos, seria risível se não fosse trágico, um Deputado, na Câmara Federal, estava com um projeto que se plantasse maconha em cooperativas, esse está na contra mão da história; some-se ainda a expansão de uma mídia perversa para nossa juventude, onde mostra que só tem valor aquele jovem que usa roupas, sapatos e outros objetos de marcas, sempre agregado com um valor muito caro, inclusive agregado os custos com a publicidade, que na grande maioria os pais não podem oferecer aos seu filhos, nem quero falar dos programas televisíveis nocivo aos jovens; atualmente a internet está sendo alcançada por toda camada social, está também dando sua colaboração para o crescimento da violência, mormente quando se trata de pedofilia.

Acima de tudo já falado, temos a impunidade cantada em verso e prosa, em consequências das nossas leis serem indulgentes, se cada um condenado cumprisse a metade de sua pena, PRESO como diz o Código Penal, a violência cairia pela metade, visto que só se ver e ouve-se que quem está cometendo os mais diversos crimes, estão gozando de regime progressivo das Leis de Execuções Penais, são foragidos, ou estão soltos pelos beneplácitos da lei, portanto o que estamos sofrendo são as consequências das causas citadas ao Norte, assim sendo, não há planejamento de segurança e nem Polícia que resista a tantas adversidades.

Samuel Alencar da Silva.

Delegado de Polícia Civil de Nova Timboteua

Respondendo pelo Expediente de Bonito, Santarém Novo e Peixe-Boi.

Membro Imortal da Academia Capanemense de Letras e Artes, titular da Cadeira nº 07

salencar
Enviado por salencar em 04/12/2013
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