OS BLACK BLOCS:

BLACK BLOCS:

Bloco negro, nome sugestivo, jovens idealistas? Rebeldes sem causas? Simplesmente baderneiros? Ou grupo de arruaceiros manipuláveis por inconfessos e eternos semeadores do caos.

A pergunta, ou as perguntas estão no ar; só o tempo e as próximas atuações deste grupo que alguns tratam de vândalos, outros de vanguarda revolucionária fruto das perdas e descréditos das instituições politicas; da falta de lisura e clareza dos partidos atuais e dos velhos e costumazes oportunistas políticos de todos os tempos é que saberemos verdadeiramente a que vem estes que no momento atrai a atenção da mídia. E os que se assustam com manifestações violentas e de certa forma sem sentido deste grupo que cada vez mais engrossa suas fileiras atraindo aqueles jovens que não encontram um canal onde possam se manifestar e realmente exercer suas cidadanias.

A reboque de legitimas manifestações populares eles surgiram, qual onda de “unos” a devastarem o que encontram pela frente e embora a violência não seja o melhor caminho, não podemos ser ingênuos a ponto de não relacionarmos a quem eles atacam como as representações retrógadas de uma sociedade capitalista e injusta para a grande maioria; e mesmo num governo de tantos e inquestionáveis avanços sociais sempre restarão mazelas a serem questionadas e contestadas. Exemplos claros destas mazelas, saúde pública, educação e a valorização dos professores, segurança e justiça para todos; não apenas para os abastados e privilegiados dos regimes sejam eles de conotações e matizes que forem.

Aparentemente o Black Blocs difere dos (Anonymous) que se mascaravam e tudo levava a crer que suas intenções estavam atreladas aos movimentos fascistas de cunho internacionalista, pois junto as suas intervenções também violentas, surgia nas redes sociais apologias à volta das ditaduras de direita em detrimento da liberdade de expressão democrática e livre organização popular em defesa dos seus direitos. O Black Blocs também se mascara numa demonstração legitima de autodefesa e preservação de identidade, pois embora numa democracia plena em que vivemos alguns governantes, talvez de memoria curta tenta aplicar a Lei de forma desproporcional aos atos cometidos por estes novos Anarquistas do século vinte e um que apenas diferem dos Anarquistas do século dezenove e vinte em seus objetivos ainda não definidos.

Se no século dezenove surgia o movimento anarquista no seio do proletariado em contra ponto ao socialismo marxista e também na luta contra a exploração do capital e do autoritarismo de Estado, numa demonstração de rebeldia contra todas as formas de dominação do homem pelo homem; em nossos dias tudo leva a crer que os atuais rebeldes também buscam contestar o Estado organizado atual, de forma contundente na esteira das reinvindicações populares do momento. Se esta forma de atuação e luta é há melhor só o tempo dirá, mas uma coisa é bom que fique clara os movimentos revolucionários de todas as épocas começam de certa forma sempre com explosões no meio da juventude insatisfeita com a falta de perspectiva e a mudança que eles querem também nos (os mais vividos) um dia também almejamos.

Que as pessoas e as autoridades realmente democráticas e preocupadas com o real avanço democrático passem a olhar e tentem dialogar com esses grupos antes que os abutres que espreitam e de longe sentem o cheiro das sociedades em putrefação possam se apoderar de mais um movimento que surgiu no meio das massas populares e o transforme a seu bel prazer em causa própria, tirando vantagem do momento atual para se perpetuarem no controle da sociedade como sempre o fizeram em todos os tempos históricos e revolucionários que a humanidade viveu.

Valmirolino.

valmirolino
Enviado por valmirolino em 20/10/2013
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