Segurança Sinérgica

As ações de segurança no País não se resumem só em atos externos de polícia ostensiva nem só em atos burocráticos de polícia judiciária. A segurança pública tem responsabilidade de largo espectro e em razão desta amplitude não pode se limitar apenas às iniciativas isoladas dos policiais, das investigações e nem das chamadas ações integradas das polícias. Antes de tudo é necessário conhecer os sintomas da criminalidade como um todo e de cada tipo de infração em particular em todo segmento social e urbano, tudo definido numa diagnose pormenorizada para efeito da formação de um laudo e de uma propositura estratégica de controle e prevenção. A segurança não está só ao alcance dos braços armados de nenhuma polícia.

O serviço policial não carece só de bons delegados e nem apenas de grandes efetivos de policiais ostensivos e nem só de patrulhas para atendimento às ocorrências recorrentes diárias. Ela precisa de bons técnicos em violência humana e de bons estrategistas em segurança pública que apresentem medidas compatíveis que inibam atos de violência e de Insegurança Pública. Não basta prender, pois os calabouços estão carentes de oportunidade e repletos de internos sem rumo; algemar não resolve o problema e até cria outro pior, assim como os julgamentos e as sentenças condenatórias devem ser apenas conseqüências e não serem tomadas como um mecanismo pedagógico, pois isto nunca se efetivou e em nada consertou, ao contrário, ao invés de alunos, passaram a ditar comportamento e assumiram o papel de docente do crime organizado, pois dispõem de tempo e alguns se mostram galvanizados pelo manto dos privilégios da retórica da ressocialização. Os calabouços estão virando escola da criminalidade e aprimorando procedimentos técnicos e avançados que impõem o pavor, o medo e o terror na população igualmente presa nos seus domicílios. Por mais que se prenda sempre haverá mais criminosos enquanto os mandados de prisão superam as expectativas de cálculo de qualquer cidadão. O estado e a sociedade já não suportam tanta despesa para sustentar pessoas confinadas em razão de seus atos delituosos. Precisamos mudar procedimentos na segurança pública. Precisamos formar não só policiais e nem só delegados, mas formar mentalidades que possam avaliar todas as situações que ocasionalmente ou sazonalmente estejam influenciando ou desencadeando um ou mais fatos delituosos, inclusive, o que pode estar ocorrendo com uma só pessoa que possa levá-la ao cometimento de desatinos por falta de uma estratégia de proteção. Portanto, a segurança precisa de técnicos em diversas áreas da humanidade, por exemplo, para avaliar com profundidade, quais os problemas econômicos locais e abrangentes se encontram influenciando para uma imigração criminosa com os mais diversos tipos de delitos, tais como lavagem de dinheiro, fraude, estelionato, furtos, assaltos etc, etc. Na área de saúde quais os procedimentos que estão levando ao cometimento de crime a exemplo de aborto criminoso, na área da computação, na área agrária, quais as atitudes que contribuem para a prática de delitos relacionados com o campo, na área político-administrativa quais as atitudes que no contexto conduzem a uma criminalidade genocida, et, etc.