Equação do delito

Contra a violência praticada indiscriminadamente no cotidiano social contra quem quer que seja, onde qualquer um pode ser a próxima vítima, muitos de nós temos a possibilidade de minimizar ou mesmo prevenir, bastando ser cauteloso e zeloso por si e consciente do grau de perigo que nos rodeia; até o fator sorte pode contribuir, pois a causa do ato criminoso a que nos submetemos no dia-a- dia às vezes é simplesmente casual, ainda que potencialmente exeqüível a qualquer tempo e em qualquer lugar, até por que a própria vítima pode sugerir o desencadeamento do crime contra si. Quando se trata de um crime organizado é sempre uma questão de tempo, pois para se consumar o intento, o criminoso faz todo seu planejamento mental, estabelece contatos relevantes, faz estudo de situação, programa e cumpre todas as suas etapas preparatórias, estabelece elos, busca logística, dispõe do perfil da sua vítima, radiografando até os seus pensamentos do paciente, cria situações, checa as conexões bilaterais do crime, simulando a cena do fim com a maior fidelidade possível, tudo para consumar sem erro conforme a fórmula estabelecida para toda aquela equação do delito. Na seqüência põe em prática uma ação delituosa abominável, abjeta, um crime quase perfeito. No crime organizado, os seus agentes selecionam suas vítimas, dispõem de mobilidade eficiente, antever plano de fuga, checa suas armas específicas, prever uma lógica de defesa legal, gira uma recompensa prévia inter-criminosos. Com todos esses ingredientes delituosos associados e devidamente alinhados, logo apontam na direção da vítima, indo ao seu alcance, um fato certeiro, tal como planejado. No delito comum às vezes a vítima vai ao criminoso. O crime organizado sempre vai à vítima no lugar da sua preferência, surpreende, executa. Finaliza tudo. A sociedade fenece.