O DITADOR CANIBAL

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• Bokassa, Jean-Bédel (1921-1966) nasceu na aldeia Bobangui, cerca de 80 quilômetros de Bangui, capital da República Centro-Africana. Era um dos 12 filhos do chefe da aldeia. Por um ato de rebelião aos colonizadores franceses, seu pai foi espancado até a morte e sua mãe, uma semana depois, comete suicídio. Órfão, Bokassa é educado por missionários católicos franceses, onde era frequentemente hostilizado por seus colegas devido a sua orfandade. Durante seus estudos, tinha fixação por um livro de gramática francesa escrita por um professor de nome Bedel; seus professores, então, passaram a chama-lo de Jean-Bedel Bokassa. De pequena estatura, mas fisicamente forte, entrou para o exército e acabou condecorado (como herói) com a Cruz de Guerra por ter lutado ao lado das forças francesas na 2a Guerra Mundial.

• Em 1960, quando seu país ficou independente, Bokassa já era capitão. Seu primo David Dacko elegeu-se o primeiro presidente da república Centro-Africana e Jean-Bedel tornou-se general. Em 1966, depôs o primo e tomou o poder. Em 1972 declarou-se presidente vitalício e, em quatro de dezembro de 1977, proclamou-se imperador Bokassa I. Mudou o nome do país de República para Império Centro-Africano.

A Extravagância

• A cerimônia de coroação custou aos cofres públicos cerca de vinte milhões de dólares. Inspirado na coroação de seu ídolo Napoleão Bonaparte, Bokassa chegou numa carruagem de oito toneladas, toda enfeitada a ouro, usando um manto de nove metros de veludo púrpuro que pesava cerca de trinta quilos e sapatos de pérola. O trono tinha a forma de uma águia com três metros de altura e quatro de largura. A coroa trazia a águia em ouro. Convidou e pagou as despesas de viagem de três mil autoridades de outros países e mandou construir modernas casas pré-fabricadas só para alojá-los.

O Canibalismo

• Em 1979, após cem alunos do ensino fundamental, terem sido metralhados pela guarda imperial, num protesto estudantil contra o governo, as tropas francesas o depuseram. Quando invadiram o palácio, encontraram os freezers do palácio cheios de órgãos humanos de seus desafetos. Até hoje, antigos correligionários de Bokassa dizem que os corpos encontrados no freezer foram plantados pelas tropas francesas.

O Zoológico

• Bokassa também possuía um zoológico particular com crocodilos que, segundo um empregado, eram alimentados com os corpos dos seus inimigos.

Julgamento e Morte

• Em 24 de outubro de 1986, Bokassa retorna do exílio na França e, logo que sai do avião, é imediatamente detido pelas autoridades. Recebe 14 acusações diferentes, incluindo traição, assassinato, canibalismo, uso ilegal de assalto à propriedade e peculato. Bokassa negou todas as acusações contra ele.

• O julgamento começou em 15 de dezembro de 1986 e acabou como aqui é costume acabar: em pizza: condenado à morte, teve a pena anulada e comutada a prisão perpétua em confinamento solitário; no ano seguinte, foi reduzida para vinte anos e em 1993, foi anistiado e, depois de libertado, é recebido como herói pela população. Ele se proclamou o 13º apóstolo e alegou ter encontros secretos com o Papa. Bokassa morreu de ataque cardíaco em três de novembro de 1996, em Bangui; tinha 75 anos, 17 esposas e 50 filhos. ®Sérgio.

TÓPICO RELACIONADO: (clique no link)

O Açougueiro de Uganda.

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Fonte: Lentz, Harris, M. Os Chefes de Estado e de Governo: Uma Enciclopédia mundial de mais de 2.300 líderes de 1945 a 1992, Jefferson, North Carolina: McFarland & Company,1994.

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Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 07/11/2011
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T3322040