A Juventude em “Saturday Night Fever”

Um filme antigo com uma temática tão atual! É assim que defino “Saturday Night Fever” – Nos Embalos de Sábado à Noite.

É claro que já havia assistido a este filme antes, mas esta semana pude revê-lo; agora, porém, com outros olhos...

Lembro que este era um filme que eu não gostava. Quando alguém comentava sobre ele, eu já me apressava em responder: “Prefiro Grease!” (Grease – Nos tempos da Brilhantina). Mas minha afirmação se baseava apenas nas cenas dançantes, na diversão e na trama romântica. Esta semana porém, o que me chamou atenção ao revê-lo, foram os conflitos enfrentados pelo jovem – tanto na década de 70 (quando a película foi rodada), quanto atualmente.

Uma palavra é a chave para os conflitos apresentados: “autoestima” – ou talvez, a falta dela...

O personagem de Travolta carrega a sensação de estar sempre errado, devido ao excesso de críticas que recebe de sua família – diga-se de passagem, muito mais problemática do que ele. E assim, é apenas entre os amigos e através da dança que ele consegue sentir que realmente tem valor.

Agora pergunto: quem de nós não conhece atualmente um jovem com o mesmo perfil do personagem de Travolta?

Aproximadamente dezenove anos, cheio de sonhos, mas sem saber por onde começar sua busca ou qual caminho seguir para realizá-los... Contraditoriamente, carregando o medo da vida por conviver de perto com pessoas mais velhas (os pais, por exemplo) que viveram sem nada realizar e enterram os sonhos juvenis na própria amargura.

Jovens valorosos, cheios de energia e potencial, mas que convivem diariamente com críticas, o que os faz sentirem-se muito menos do que realmente são.

Quantos destes jovens, sem saber canalizar toda esta energia, não estão gastando-a de forma errada e autodestrutiva, exatamente como os personagens de “Nos Embalos...”? Quem não se lembra da cena em que o grupo de amigos de “Tony Manero” sai na noite em busca de algum mexicano para poder espancar, em retaliação ao amigo que já foi espancado? Além das cenas onde usam drogas e arriscam a própria vida brincando sobre uma ponte perigosa (Ponte de Nova Iorque e do Brooklyn).

Essas cenas são extremamente atuais. Infelizmente, este filme é extremamente atual!

Mudaram o estilo de roupas, os cantores e as músicas... mas o jovem continua sem saber qual é seu papel nesta sociedade. O jovem continua sendo mal compreendido dentro de seu próprio lar.

Há uma frase no filme que é a chave dos conflitos internos enfrentados por “Tony Manero”. A cena se passa quando ele está conversando com seu irmão, que desapontou os pais por desistir de ser padre. Tony então diz:

“Talvez você não seja tão bom, e talvez eu não seja tão ruim...”

Tony enfrentava diariamente o velho dilema da comparação, que tanto massacra o jovem...

Deixo agora o convite para reflexão: o que temos feito para fortalecer a autoestima de nossos jovens? Como reconhecer seu potencial e incentivá-los dentro de seus próprios talentos?

“Uma pessoa com boa autoestima, é uma pessoa que respeita a si mesma e também ao outro.”

Lady J
Enviado por Lady J em 30/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3249703
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.