A crise é de ganância

Karl Marx, em "O Capital", já previa que o capitalismo induziria a classe operária a consumir cada vez mais, tomando empréstimo nos bancos. Não tendo como pagar aos bancos, estes viriam a falir. Parece que a profecia marxista se cumpre.

Contudo, a crise não se dá tão somente pelo consumismo desenfreado. O consumo até aquece a economia mundial, gerando aumento da produção e ampliando o mercado mundial, dando lugar inclusive aos chamados países emergentes como Brasil e China.

Na verdade, a crise não é de fato econômica. Antes, a crise é de ganância. Quanto mais se tem, mais se quer. Quando a apuração dos lucros se mostra aquém das expectativas exageradas dos investidores e especuladores, estes procuram meios de continuar ganhando. No mercado de trabalho, demitem inadvertidamente, exigindo dos que permanecem que trabalhem em dobro com redução de salários.

O mundo não jaz na crise. O mundo jaz na insaciável sede do lucro exarcebado.