O PESO DO FRACASSO DO AMOR ENLATADO

O olhar ao se cruzar parecia soltar fagulhas no ar. O corpo retraia, a voz mudando o tom e o ar ganhava um peso que era peculiar com os dois juntos.

O telefone quando tocava não era atendido com carinho a vinte anos atrás e o mesmo ainda o é hoje. Saudade, uma palavra que ainda não ouvi saindo de nenhum dos lados muito menos elogiados.

Esses quando feitos são levados como implicância. Um fator interessante, se um diz que gosta de rosa o outro só usa azul para mostrar que não se importa.

A porta do carro bate com violência para avisar que chegou, o grito com o cachorro substitui o que queria ser um ao outro e o único amor demonstrado é com os bens acumulados.

Fim de semana se disfarçam de casal e vão a casa dos pais e de Deus. O braço que não sabe o caminho do corpo do outro se posiciona na postura de amados. Mas o corpo não aceita o fracasso e se afasta mesmo que seja o quadril.

Não adianta viver assim. Você não é realizado nem o outro amado, o silêncio da volta no carro só é quebrado com o portão que abre sem lubrificação.

Manter tudo como está parece o costume certo a aceitar, mas ainda se pode mudar?

Algo os mantém no ar, porque então não investigar e descobrir o que se pode mudar e harmonia encontrar.

Só que nenhum dos dois se importa em saida encontrar. Porque acomodaram com ferpas no ar e feridas um no outro causar.

É uma pena olhar, tantos abraços sem um ao outro se encontrar. Tantos beijos por se dar. Tanto olhar que não vão mais se encontrar. E o amor jamais puderam desfrutar.

Dividiram apenas a obrigação de debaixo do mesmo teto se encontrar com o compromisso de cada dia um ao outro se machucar, para que saída não possam encontrar para uma nova vida ir atrás.

O tempo passando e os dois se enganando para um sentar e pensar em comemorar os 50 anos que apenas passaram e nunca entrelaçados de verdade no amor encontrado.

Um dia o amor pode mudar, mas jamais aceite viver um desafio diário de como um caminho encontrar para auto negar fracasso que não conseguiram assumir e mudar.

leticiapsicanalista@gmail.com

(31) 975159830

Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 16/01/2022
Código do texto: T7430509
Classificação de conteúdo: seguro