Masturbação/ Priapismo/ Ereção involuntária/Polução Noturna

Onanismo é o termo usado para definir mesmo que masturbação, que é o ato de se tocar nos órgãos genitais com a finalidade de obter prazer em si ou no parceiro, através de caricias com as mãos ou com aparelhos vibratórios que provoquem estimulação sexual. Ocorre também entre alguns animais mamíferos, principalmente entre os primatas de grande porte. Condenada em algumas culturas, porém não é uma doença e nem causa nenhum mal. Atualmente a masturbação é totalmente desmistificada, liberada e recomendada por alguns profissionais de psicologia, psiquiatria e sexólogos em casos especiais de ansiedade, baixa autoestima, estimulação sexual para orgasmos duradouros, distimia, insônia e depressão.

A história da masturbação descreve amplas mudanças na sociedade em matéria de ética, de atitudes sociais, estudos científicos e representações artística de masturbação ao longo da história da sexualidade humana.

A estimulação sexual dos genitais teve e ainda tem, diferentes interpretações principalmente entre as inúmeras religiões e hoje em dia, ainda é objeto de legislação, controvérsias sociais, ativismo em diferentes povos, bem como estudo intelectual na sexologia.

A masturbação foi vista como tabu em diferentes culturas ao longo da história e em outras culturas como a do Egito que chegou a ser considerada como um ato mágico e tida como importante quando era realizada por um deus e que a realização do ato poderia ser a resposta para manifestações da natureza como o fluxo e refluxo do rio Nilo. Essas respostas de fartura em água e de alimentos obtidas pelo rio eram atribuídas ao Faraó do Egito pela frequência em se masturbar, sendo que essa prática se tornou obrigatória e feita como cerimonial ao rio Nilo que era a fonte de riqueza para o Egito na época.

O primeiro uso da palavra "onanismo" para se referir a masturbação foi registrado num panfleto em Londres em 1716 e atribuído ao teólogo holandês Dr. Balthazar Bekker , intitulado "Onania ou Heinous" - Pecado hediondo de auto-polução, e todas suas conseqüências odiosas para ambos os sexos. Dr. Bekker considerou conselhos espirituais e físicos para aqueles que já usavam desta prática abominável, onde baseou-se em temas familiares do pecado e do vício, desta vez em particular contra o "pecado hediondo de auto-polução", com terríveis advertências de que aqueles que assim faziam iriam sofrem de:

Perturbações do estômago e digestão, perda de apetite ou fome voraz, vômitos, náuseas, enfraquecimento dos órgãos de respiração, tosse, rouquidão, paralisia, enfraquecimento do órgão reprodutor, falta de libido, dor nas costas, distúrbios do olho e ouvido, diminuição total de poderes corporais, palidez, magreza, espinhas no rosto, diminuição da capacidade intelectual, perda de memória, ataques de raiva, loucura, idiotice, epilepsia, febre e, finalmente, o suicídio.

Samuel Auguste Tissot , um notável médico suíço foi um dos muitos que ficou horrorizado com a descrição da doença Onania. Em 1760, ele publicou L'onanisme , seu próprio tratado médico abrangente sobre os maus efeitos provocados pela masturbação. Citando estudos de casos de jovens masturbadores masculinos entre seus pacientes em Lausanne na Suíça como base para sua tese. Tissot argumentou que o sêmen era um "óleo essencial" e "fortificante" do corpo que quando expelido em grandes quantidades, causaria uma perceptível redução da força, da memória e até mesmo da razão; visão turva, distúrbios nervosos, gota, reumatismo, enfraquecimento dos órgãos reprodutores, sangue na urina, perturbação do apetite, dores de cabeça e um grande número de outras desordens.

Foi inclusive estabelecido no código de leis do século 17 em Puritan, colônia de New Haven, Connecticut que blasfemos, homossexuais e masturbadores eram elegíveis para a pena de morte.

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Embora as idéias de Tissot, agora sejam consideradas conjecturas na melhor das hipóteses, seu tratado foi apresentado como um trabalho acadêmico, científico, em um momento em que a fisiologia experimental era praticamente inexistente. Autoridades como Kant e Voltaire reconheceram os argumentos de Tissot que transformou a percepção da masturbação na medicina ocidental ao longo de anos e só dois séculos mais tarde essa ideia de doença foi sendo revista.

Immanuel Kant era um filósofo alemão que considerava a masturbação como uma violação da lei moral. Para ele na masturbação o sujeito se isola, não produz nada de útil para os outros, não está sujeito ao controle da sociedade e conclui que, masturbar-se era abraçar a animalidade nua.

Para o filósofo, Jean-Jacques Rousseau a masturbação era vista como "estupro mental" e argumentava que era a influência corruptora da sociedade que levava a tais atos não naturais e que os seres humanos que viviam uma vida simples no meio da natureza nunca faria tais coisas.

Essas condenações tomaram considerações importantes a ponto de haver recomendações para as calças dos meninos para fossem construídas de modo que os órgãos genitais não pudessem ser tocados através dos bolsos e que os escolares se sentasse em mesas especiais para impedir que se tocassem e se masturbassem e ainda que as meninas fossem proibidas de montar cavalos e bicicletas porque as sensações dessas atividades poderiam produzir sensações semelhantes à masturbação. Meninos e homens jovens que, no entanto, continuassem a usar dessa prática eram considerados como "fracos de espírito."

Em 1905, Sigmund Freud mencionava a masturbação em seus "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade" e fez comparação com uso de substâncias que causam dependência.

Ele descreveu a masturbação de crianças no período em que a criança em que é de colo, aos quatro anos de idade, e na puberdade. Que gostavam de manusear os órgãos genitais e sentir uma agradável sensação e, no caso dos meninos ver que modificava a aparência no tamanho, o que para eles era como uma mágica.

Ao mesmo tempo, Freud estudava o que chamou de "histeria", sendo tratada pelo que hoje seria descrito clinicamente como "masturbação para as mulheres", e era recomendado técnicas como o uso dos primeiros vibradores e esfregar os órgãos genitais com cremes placebo, para "acalmar" suas pacientes.

Atitudes médicas em direção a masturbação só começaram a mudar no início do século 20 quando Wilhelm Reich psiquiatra e psicanalista austríaco, considera aceitável em seus ensaios, noções prevalecentes sobre os papéis de fantasia inconsciente e os subsequentes sentimentos de culpa que emergiam dessas fantasias e que ele via como sendo proveniente do ato em si que a análise iria atuar para compreender o paciente e suas necessidades .

*** IMPORTANTE - Em 1972 a Associação Médica Americana declarou consensualmente a masturbação como sendo uma prática normal e saudável

Na década de 1980 Michel Foucault considerou que a masturbação era um tabu devido a " violação da atividade sexual que os pais exerciam sobre seus filhos", que deveria ser um conceito revertido e que não fosse algo discriminado pelos pais, pois não é apenas uma questão de poder ou autoridade que os pais deveriam exercer sobre os filhos e nem de ética de qualquer espécie, mas sim uma questão pessoal de obtenção de prazer.

Apesar dessas recomendações em 1994 a Dra. Joycelyn Elders, quando sugeriu que o assunto deveria ser um aparte importante e que fosse mencionado no currículo escolar, considerando a masturbação como um ato seguro e saudável, ela foi forçada a demitir-se pois os educadores conservadores e adversários afirmavam que ela estava promovendo essa prática pervertida e incentivando os jovens a se masturbarem.

NÃO...MASTURBAÇÃO NÃO É PECADO.

Só recentemente a masturbação foi considerada saudável, apesar de que, algumas religiões ainda condenam a prática entre os jovens e insistem em forçar seus jovens a terem sexo só depois do casamento, porém não crucificam mais seus adeptos e sendo uma prática usada não só por homens como também por mulheres.

Um estudo realizado pela Gossard Lingerie, empresa britânica de roupas íntimas, descobriu que 92% das mulheres praticam masturbação. A pesquisa foi feita com mais de 1.000 mulheres com idade entre 18 e 30 anos no Reino Unido, e revelou que 9 em cada 10 mulheres admitiram se masturbar.

É uma prática saudável e que as pessoas utilizam ou não, conforme sua necessidade. Alguns sentem prazer apenas com o toque, outros utilizam de objetos de estimulação genital, já outros preferem revistas sensuais, filmes e vídeos com cenas de sexo, tudo é válido e nada é prejudicial.

**Curiosidade** No século XIX existia um equipamento anti-masturbação que era um instrumento da época vitoriana, datado de 1880, que era preso por uma tira ao redor do corpo do garoto, que ficava impossibilitado de manusear seu membro genital. Foi projetado para evitar tanto a polução noturna que é a ereção involuntária durante a noite quanto a masturbação. Se um homem se excitava no meio da noite, esta engenhoca iria reprimir, extinguindo tanto seu desejo, bem como sua ereção de uma forma muito repentina e dolorosa. Muitos médicos acreditavam que a masturbação causava uma ampla gama de distúrbios mentais e físicos, podendo até ser fatal ao longo do tempo. Médicos e cirurgiões da época se dedicavam absurdamente para encontrar uma "cura" para esses desejos.

A saúde e a espiritualidade eram os principais motivos da condenação do ato. Logo, diversos artifícios foram elaborados para evitar a auto-estimulação, principalmente entre os mais jovens. No entanto, a severa repressão sexual da época serviu para aumentar a prática entre os jovens.

A masturbação sempre esteve e que ainda está, cercada de tabus e severas restrições, principalmente no caso das mulheres. Apesar dos avanços nos relacionamentos e diversidades em relação à sexualidade, ainda hoje, muitos levam esses pensamentos medievais pro nosso dia a dia.

Fontes: Wikipédia - The Chirurgeon's Apprentice - Sex Machines Museum

Polução Noturna - é quando o esperma é expelido espontaneamente durante o sono, sem que ocorra toques, para os homens e lubrificação vaginal para as mulheres. Normalmente em decorrência de desejos sexuais reprimidos ou sonhos eróticos, por isso também recebe o nome de sonhos molhados.

Apesar de estar mais associado aos homens, que pode ter até quatro ereções involuntárias numa noite, também ocorra em mulheres de maneira mais discreta e com menos frequência. A polução noturna ocorre basicamente por dois motivos: ereção involuntária e bexiga cheia.

Este fenômeno é um mecanismo de autodefesa do pênis para prevenir a fibrose dos corpos cavernosos no interior do pênis quando o homem não tem muita atividade sexual, o corpo então providencia as ereções involuntárias. É um mecanismo saudável e ocorre em indivíduos de todas as idades, sendo mais comum entre os 12 aos 20 anos de idade, pois nesta fase, o jovem ainda é inexperiente sexualmente e possui muita energia reprimida, mas ocorre também com homens adultos. Isso ocorre no sono profundo durante a fase REM (sigla do inglês Rapid Eye Moviment, ou movimento rápido dos olhos), sendo que a emissão pode acontecer com ou sem ereção.

Quando a bexiga está cheia ela pressiona os nervos responsáveis por transmitir os impulsos nervosos que controlam a ereção e então acontece a ereção involuntária.

Priapismo - é a ereção involuntária, porém dolorosa e persistente do pênis onde a ereção permanece por 4 horas ou mais. Está associada ou não ao estímulo sexual, podendo estar relacionada também com a doença falciforme onde grande número de pacientes relatam ter pelo menos um episódio de priapismo. Na anemia falciforme os glóbulos vermelhos sofrem alteração do formato arredondado para o de forma de uma foice, daí o nome falciforme, que endurecem e dificultam a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos estreitos, como é o caso dos vasos no pênis o que gera o acúmulo de sangue, o que causa a ereção involuntária. A masturbação é uma forma eficaz de induzir essa ereção.

Existem dois tipos de priapismo:

*Isquêmico- é o mais frequente e está associado à diminuição de sangue no retorno venoso. A ereção normalmente é dolorosa . O pênis fica rígido e com a glande macia. O uso de drogas e excesso de bebida alcoólica podem favorecer o priapismo isquêmico.

*Não-isquêmico- é menos comum e é caracterizado pelo auto fluxo arterial durante o retorno venoso normal, com aumento da pressão parcial do oxigênio. A ereção é indolor. O pênis rígido porém maleável.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com o caso. Pode ser feito uma punção no pênis e retirar de 10 ml a 20 ml de sangue do corpo cavernoso do membro, para que volte ao seu estado normal. A intervenção cirúrgica é indicada quando se faz necessário a comunicação entre o corpo cavernoso e o corpo esponjoso para circulação do sangue. E em casos mais graves quando a ereção dura por muitas horas pode ocorrer a fibrose do corpo cavernoso levando ao comprometimento das função do pênis e nesses casos é necessário utilizar uma prótese peniana.

No Priapismo Não-Isquêmico normalmente não precisa de tratamento. A ereção dura menos de 4 horas e melhora sozinha. Pode ser decorrente de uma lesão na penetração.

No Priapismo Isquêmico o tratamento pode ter recomendações diferentes como:

*aplicar bolsa com gelo - que pode aliviar a dor e o inchaço

*drenagem - que é a retirada do sangue do pênis com uma seringa com o paciente anestesiado.

*Cirurgia - para restabelecer e normalizar o fluxo de sangue.