Os banheiros e as latrinas de hoje

A despeito da evolução da arquitetura e do incremento dos hábitos de higiene pessoal como medidas preventivas da medicina, em termos de desenvolvimento humano, a difusão das instalações sanitárias foi o fomento que avançou mais lentamente na concepção da humanidade em todos os tempos e em todos os continentes, mesmo assim ainda há muita resistência para melhor equipar com dependências sanitárias alguns estabelecimentos e prédios de pessoas e sociedades diversas. Para se ter uma ideia, no mais suntuoso e majestoso castelo do mundo, o Palácio de Versailles (Château de Versailles), em Paris, inaugurado no final do século XVII, na sua estrutura não continha uma só dependência sanitária para seus ocupantes reais e convidados ilustres da monarquia, apesar de possuir 700 quartos, 2.153 janelas, 67 escadas 352 chaminés, 1.250 lareiras entre outras acomodações essenciais aos ocupantes da realeza de então, e como quase não se tomava banho, também não tinha banheiro propriamente dito. Na construção daquele palácio chegou a trabalhar simultaneamente um contingente de 36.000 trabalhadores e 500 cavalos, mas a higiene, então era a mesma, nula. À época o Rei da França, em 1715, também ano do seu falecimento, Luis XIV, o Rei Sol, assinou decreto que determinava que semanalmente fosse feita limpeza nas dependências do Palácio Versailles retirando os excrementos acumulados por todas as partes, inclusive nos seu famoso jardim que também era utilizado como latrina para as necessidades de quem fosse visitá-lo e apreciar a beleza das suas flores. Com certeza ali também se usavam os conhecidos urinóis ou penicos, cujos dejetos eram descartados janela a fora, não somente naquele palácio, mas como de costume da época em todas as residências, inclusive no nosso país, as ruas eram depósitos dos excrementos humanos, sobretudo, reinava a fedentina e a falta de respeito aos transeuntes nas vias públicas. E destes hábitos lerdos de higiene ainda hoje e também amanhã se pode muito observar ambientes sanitários precários em instalações de uso coletivo, onde se nota a ausência de limpeza, a falta do próprio assento sanitário e o necessário papel higiênico. Também é notória a ausência da chamada “Defesa Sanitária” para interferir na concepção de medidas de limpeza de muitos locais de frequência pública, que são igualmente medidas sanitárias cogentes, obviamente essenciais e indispensáveis à saúde de todos, ainda que existam usuários que convivem muito bem com a sujeira, sequer sabem dar descarga, deixando o ambiente sujo para o próximo usuário. Um sanitário limpo é sinônimo de saúde, mas isso passa pelo fator educação e pode ser tratado na família e na escola.