PARA ENTENDER VIDA E MORTE

PARA ENTENDER VIDA E MORTE

Para falar do que é obvio, basta provocar e logo se terá uma resposta, todavia se deve ter em conta o que cada um anda fazendo de sua vida, aliás, nem é sua a vida, mas apenas a pessoa que respira. A temporalidade não decide o que é a vida, pois que a verdadeira vida começa na eternidade para a qual ela foi criada, para tanto tendo sido espelhada à imagem, à semelhança do Criador. O viver a vida vã fica a critério de cada um entender porque vive, para que e para onde vai após vencida a garantia desse corpo - essa é a realidade do que é a vida, dada com a liberdade de ser vivida, em princípio, dentro dos atributos de Deus espelhado no homem, transcendendo a sua razão pura, mas, de alguma forma “acontecendo”, não no sentido da vulgaridade: “deixe a vida me levar”, mas com responsabilidade. Se abrir espaço para filosofar, três são as condições dadas para entender a vida como é construída por cada um de nós: A primeira, aquela que é conduzida moralmente, que sendo por princípio a família; a segunda se prende às conquistas materiais, ou legais, os bens adquiridos; a terceira, que é a mais importante, infelizmente é a mais negligenciada - para onde vamos ao final da linha de chegada, a vida espiritual com efeitos eternos. Se nesses moldes a vida é entendida, o caminho para a morte começa a se abrir e isso não deve assustar ninguém - todos nós vamos morrer a qualquer momento, pois que ninguém pode determinar o dia e hora. Mas, porque falar em morte, se viver a vida é bem melhor? Não é bem assim, viver a vida, é viver num campo de batalha, nem sempre os campos estão verdejantes, nem sempre há fruto na videira. De tempos em tempos se vive de partes importantes que dão alegria e se comemora, umas duram um pouco mais de tempo, mas logo virá o dia inesperado da velhice quando todas as fantasias vão ficando para trás - mesmo os filhos mais bem cuidados; a saúde sendo reclamada, quando não mais o dinheiro compra; as palavras que afagavam, já não mais ouvidas, dando espaço à solidão, a linha de chegada fica cada vez mais perto. Como será o aceno final? Deixei a casa preparada em relação aos bens que conquistei, sabendo que cheguei nú e voltarei nú. Como será feita a justiça na partilha para que a benção dos bens conquistado se redundem em bênçãos para os que ficam? É quando a questão moral precisa ser resolvida, e o que é legal precisa continuar dentro da legalidade, para que o último aceno seja apenas um tchau e você tenha deixado um legado de amor e fé que testifiquem o que a sua proporcionou em quanto aqui. Assim, resolvida a temporalidade, de igual modo, abrir os olhos para contemplar a eternidade, cuidar da espiritualidade, para que ao atravessar a linha de chegada não seja surpreendido, pelo remorso de não ter feito o que devia. Vida e morte são vizinhas, e para se viver a vida, necessário se torna entender tanto a vida quanto a morte - estamos morrendo em cada dia, e a garantia vai se findar quando esta carcaça não mais suportar, e a partir daí, só restará a nova realidade, a vida na sua plenitude conforme desejada desde o início de tudo quando a vida era um jardim florido. No entanto, para quem correu legitimamente a carreira da fé, não terá o que temer, apenas entender que uma porta se fecha, quando outra se abre, vencida a temporalidade e brotando a eternidade. Será que deu para entender até quando a vida tenha proporcionado viver? Então, não tenha medo, morra em paz. Morrer também é bom ...!