O DIA DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS
 

A tradição da igreja Católica comemora a crucificação de Jesus na “sexta-feira santa”. A “semana santa” é uma tradição religiosa católica que celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Este dia é considerado um feriado nacional em muitos países pelo mundo todo e em grande parte do ocidente, especialmente as nações de maioria “cristã”. Mas, o que diz as Escrituras acerca da crucificação de Jesus? Ele foi realmente crucificado na sexta-feira? Onde estão as provas bíblicas para a tradição religiosa católica fazer tal afirmação? Nos últimos anos esse assunto tornou-se motivo de muitos debates nos grandes círculos teológico. Certamente que, a causa principal disso está relacionado as invencionices de líderes religiosos, e pregadores que não examinam as Escrituras. Preferem seguir a tradição religiosa ao invés de se renderem ao infalível testemunho da Bíblia. Só sabem repetir as mesmas coisas que ouviram de seus antepassados. É assim que surgem as heresias. Infelizmente, até pastores evangélicos estão dizendo aos crentes que Jesus foi crucificado na sexta-feira. Por isso, os crentes de hoje estão como os crentes de Tessalônica que ouviram a pregação de Paulo, mas não tiveram o cuidado de conferir nas Escrituras se o que ele pregava era de fato assim mesmo (At 17.1-4).
 

Se Jesus realmente tivesse sido crucificado na sexta-feira, conforme prega à tradição da igreja católica, isso faria com que o Seu corpo ficasse no túmulo apenas um dia e duas noites, 36 horas apenas, tornando assim Suas próprias palavras mentirosas. O ensino que Jesus foi crucificado na sexta-feira, não está de acordo com Bíblia. Porque “assim como” esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra (Mt 12.40). As palavras de Jesus “assim como” ώσπερ hôsper, quer dizer “exatamente assim” ou “do mesmo modo”. Em outras palavras, “o mesmo tempo” que Jonas permaneceu no ventre do grande peixe, o corpo de Jesus permaneceria no túmulo após a crucificação. O momento exato que esta palavra de Jesus começou a cumprir-se foi na cruz do calvário quando Ele disse: “Está consumado” (Jo 19.30). Jesus bradou com voz forte: “Pai! Em tuas mãos entrego o meu espírito”. E havendo dito isto, expirou. “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, porque era o dia da preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados”. (Jo 19.31) Versão – de João Ferreira de Almeida – Clássica, Editora Atos.

Outra versão das Escrituras diz:
               

“E, porque era o Dia da Preparação da Páscoa, véspera de um Sábado especialmente sagrado, os judeus não admitiam que os corpos ficassem na cruz durante o sábado”. “Pediram, então, a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e retirar seus corpos” (Jo 19.31). Bíblia King James Edição de 400 anos Editora bvbooks.
 

Ambas as versões estão conforme o texto original grego koinê do Novo Testamento, no entanto é importante esclarecer que (este sábado) mencionado por João, não era o mesmo sábado de uma semana regular.
 

O texto escrito pelo apóstolo João, nos revela que do pôr-do-sol de terça-feira até ao pôr-do-sol da quarta-feira, “o dia da preparação” era um sábado especial por causa da festa da Páscoa, não o sábado normal da semana, que aconteceria dois dias depois – conforme está escrito no livro de Levítico (23.6-11). Outro aspecto importante da narrativa de João é que segundo a lei Mosaica os corpos não podiam permanecer na cruz a noite inteira (Dt 21.22,23).
 

No ano 27 d.C., (dois anos antes da crucificação), em um certo dia de sábado, Jesus passava pelas lavouras de cereal, Seus discípulos começaram a colher e debulhar espigas com as mãos, (Lc 6.1 – ARC). A narrativa deste texto merece uma atenção muito especial por parte dos exegetas no que tange ao estudo sistemático dos manuscritos originais do Novo Testamento. Tal estudo faz-se necessário, porque a maioria das versões da Bíblia em português omite uma parte do texto que acabamos de ler. Lucas faz menção do [segundo sábado] ou [sábado segundo primeiro] – [depois do primeiro] δευτεροπρώτω deuteroprôto,” conforme consta nas versões (Almeida Trinitariana e Almeida Atualizada) e do (Novo Testamento Grego) “The Greek New Testament Text of Stephens, 1550, Authorized Version 1611, Zondervan Publishing House”. Por causa da má tradução, muitos estudiosos da Bíblia fazem confusão entre o שבת Sabath, “sábado semanal” exigido por Deus aos judeus (Ex 20.10), e o שבת Sabath, sábado anual. Na semana que Jesus foi crucificado ocorreram dois sábados, o sábado semanal e o sábado anual da Páscoa que corresponde a [quinta-feira da semana regular] o [segundo] sábado [depois do primeiro] conforme o calendário judaico. O [segundo] sábado [depois do primeiro] é um sábado secundário (não o sábado regular – o sétimo dia da semana), mas sim um sábado que antecedia o sábado semanal. Além desses, havia um sábado magno especial a cada sete anos, e um sábado de dois anos a cada cinquenta anos.
 

O primeiro שבת Sabath, significa “sábado intensivo”, (intervalo). O propósito deste Sabath era o descanso para todo o povo (judeu); sua base estava na cessação da obra divina da Criação (Ex 20.11; 31.17); e na experiência histórica do trabalho forçado de Israel no Egito (Dt 5.15). O ponto alto do ano religioso para Israel era o dia da Expiação que Moisés descreveu como um “Sabá” Sábado dos sábados (Lv 16.31;23.32). A palavra grega σάββατον sabbaton, de origem hebraica, significa: “sábado”, ou “dia de repouso semanal”, é também a observância do sábado; por extensão, um se’nnigth, o intervalo entre dois sábados.
 

Jesus foi crucificado na véspera de um “Sabath” (sábado) e sepultado no final da tarde ao anoitecer quando já se iniciava o “Sabath” (Lc 23.53,54; Mt 27.57). É exatamente aqui que começa a contagem dos dias: O dia seguinte à morte de Jesus era “Sabath”, descansaram segundo o mandamento. “E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado repousaram conforme o mandamento” (Lc 23.56). Aqui há pelo menos duas revelações importantes da Palavra de Deus.

► O dia da morte de Jesus – foi à véspera do Sabath;
► O dia seguinte – um dia de descanso – o Sabath.

 

“Passado o Sabath, no (domingo) de madrugada, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem embalsama-lo” (Mc 16.1). Este é o sábado normal, o quarto dia após a crucificação e o terceiro dia após o grande sábado (o sábado especial), em decorrência do primeiro dia da festa dos pães ázimos (Lv 23.6,7).
 

Foi depois do Sabath, ou seja, no (domingo) que, as mulheres foram comprar aromas para embalsamar o corpo de Jesus. Todavia, no domingo as mulheres encontram o túmulo de Jesus vazio, porque Ele já havia ressuscitado dos mortos como prometera. Note que, as mulheres foram ao túmulo no DOMINGO ao raiar do (primeiro dia da semana judaica). É importante dizer que Jesus não lhes disse nada acerca da hora da Sua ressurreição. Afirmou apenas que por três dias e três noites seu corpo estaria túmulo.

Isto está comprovado nos evangelhos:

► No findar do sabath, ao entrar o primeiro dia da semana (Mt 28.1);
► Muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol (Mc 16.2);
► No primeiro dia da semana, alta madrugada (Lc 24.1);
► No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro (Jo 20.1).

 

O dia da morte de Jesus – foi à véspera do Sabath; o dia seguinte – um dia de descanso – o Sabath; no sabath regular da semana as mulheres foram comprar aromas para embalsama-lo; e no primeiro dia da semana – “domingo”, antes de clarear o dia (na madrugada), o corpo de Jesus já não se encontrava no túmulo, pois Deus já o havia ressuscitado. O testemunho das Escrituras deixa claro que Jesus não foi crucificado numa sexta-feira, como diz a tradição religiosa da igreja católica.
 

Jesus afirmou que “O Filho do Homem estaria três dias e três noites no coração da terra”. (Mt 12.40). Os τρείς ημέρας και τρείς νύκτας treis hêmeras kai treis nyktas, “três dias e as três noites” que Jesus falou, são dias normais de 24 horas. Seu corpo permaneceu 72 horas no túmulo.

► Jesus foi morto (crucificado) na quarta-feira dia 13 de abril, a ένατη ώρα enatê hora, “a hora nona” às 15 horas da tarde (Mc 15.34,37);

► Seu corpo foi sepultado ao anoitecer, “provavelmente” às 18 horas, antes do por do sol de quarta-feira iniciando a contagem da – primeira noite – as primeiras 12 horas no coração da terra;

► Houve descanso do Sabath da Páscoa dia 14 de abril, conforme o mandamento (Lc 23.56). Primeiro dia e segunda noite, mais 24 horas no coração da terra – (quinta-feira regular semanal) corresponde ao שבת Sabath, [sábado anual do calendário judaico da Páscoa]. Até aqui 36 horas;

► As mulheres saem para comprar aromas para embalsama-lo – segundo dia e terceira noite, mais 24 horas (sexta-feira regular semanal). Dia 15 de abril, 60 horas no coração da terra;

► Houve o descanso do Sabath semanal – terceiro dia, mais 12 horas (sábado regular semanal) dia 16 de abril, totalizando 72 horas completas [três dias e três noites] que o corpo de Jesus permaneceu no coração da terra, conforme Ele mesmo havia dito (Mt 12.40);

► Jesus ressuscitou “no findar do Sabath, no domingo, dia 17 de abril, em algum momento depois das 18 horas e 1 minuto ao entrar o primeiro dia da semana”, o domingo. É importante ressaltar que o sábado semanal regular encerrou-se às 18 horas e o domingo da ressurreição iniciou-se às 18 horas e 1 minuto conforme a contagem de horas e dias do calendário judaico.

Era alta madrugada, as mulheres foram ao túmulo, horas depois da ressurreição de Jesus e encontraram a pedra removida do sepulcro; mas ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus. O anjo disse as mulheres, Ele não está aqui, porque já ressuscitou.

“Examinai as Escrituras”.

JESUS FAZ A DIFERENÇA.
 

 

Pastor Jose Junior
Enviado por Pastor Jose Junior em 22/09/2018
Reeditado em 26/07/2023
Código do texto: T6456506
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