E SE DEUS NÃO EXISTISSE?

Já imaginou se um dia alguém chegar e provar por A + B que Deus realmente nunca existiu? Imediatamente, as religiões, sem exceção, se tornariam sem sentido, utilidade e suspeitaríamos amargamente que bilhões de pessoas, incluindo nós mesmos, ao longo da existência perderam tempo, dinheiro e vidas por causa de um deus que jamais existiu, inventado pela imaginação e interesse humanos. Os alicerces das várias culturas humanas se partiriam e sepultariam muitos de nós sob seus escombros.

Então, Deus não mais existe! Ótimo! Não mais precisaremos viver sob seu ‘fantasma’ pairando e observando nossos atos e pensamentos. Seríamos totalmente livres para fazer o que bem entendêssemos. Não mais precisaríamos nos comedir para almejar o paraíso, a vida eterna, pois que também teriam deixado de existir! Poderíamos comer de todos os frutos que quiséssemos sem medos, sem arrependimentos, sem vergonha. Enfim, libertos do jugo de seguir e servir a um Senhor, até então dito, Todo Poderoso.

Já que o espírito de Deus se dissolveu com a Sua própria descoberta da não existência, então, seria acertado pressupor que também não mais teríamos almas, já que elas sempre foram consideradas o sopro do espírito divino. Seríamos apenas uma mente e corpo vivendo por conta própria sujeito às leis físicas impostas pelos átomos gerados pelo Big Bang há bilhões de anos.

Mas, o fato sobre descobrirmos a não existência de Deus, não desconsidera em absoluto o Seu legado ou pelo menos o legado imaginado por aquele quem inventou esse seu personagem tão poderoso e longevo. Falo do legado do Amor. Uma pequena e simples palavra que tanto modificou a humanidade e ajudou-a a superar tantas ameaças fatais, possibilitando-a a continuar seguindo em frente.

Os países para se manterem com um mínimo de organização redigem e aprovam suas constituições. As empresas, as organizações militares, as entidades públicas, as religiões, todas elas precisam de regras e procedimentos para se manterem ativas através das interrelações pessoais de seus integrantes.

Deus ou quem o inventou também estabeleceu a constituição da espécie humana que é o Amor. O amor é a constituição humana!

A supressão de Deus na existência humana não extrai o amor de nossas vidas pela forma com que ele, o amor, aderiu às nossas realidades. Somos capazes de amores passionais por uma outra pessoa, homem ou mulher, somos capazes de amar um filho, uma filha, uma mãe, um pai, um irmão, adequamos tal sentimento em uma relação com algum animal, somos capazes de utilizar facilmente essa palavra numa situação de alegria ou mesmo de desespero, porque é nessa palavra, nesse sentimento que baseamos as nossas vidas. Esse sentimento de amor direcionado tem prazo de validade, e um dia se transforma em saudade. Mas também é amor. Amor derivado do Amor verdadeiro, do amor que nos foi ensinado e doado desde os primórdios de nossa compreensão como sociedade.

Mas é o amor verdadeiro aquele ensinado por Deus ou por que o inventou, o amor que nos faz mais tolerantes, mais compassivos, mais fraternos, mais solidários, mais compreensivos, mais amigos, mais esperançosos, mais bondosos. É o amor que nos fortalece a fé, é o amor sem cobrança, é o amor sem pressa, é o amor que nos faz viver, é o amor que nos faz acreditar em nossas possibilidades e nas possibilidades do outro, é o amor de entrega total, que concede e nada espera em troca, que acolhe, que protege, que alimenta, que faz conhecermo-nos interiormente e que nos possibilita a olhar para o outro e aceitá-lo de forma plena, o amor que nos faz amar a nós mesmos e nos capacita a saber a amar o outro da forma como ele é.

Sem Deus, fica-nos o Seu amor.

Deus deixa de ser importante à medida que conseguimos viver o Seu amor, porque no fundo é exatamente isso que Ele ou quem o inventou imaginava para nós, podermos viver na graça e na beleza do amor, mesmo sem a certeza da presença de Deus, pois o amor acima de tudo edifica-nos como seres humanos, construção indelével do amor de Deus!

Grato pela visita! Desejo-lhe sorte e prosperidade! abraços e um bom dia!