Homilia Pe. Ângelo Busnardo- XI Domingo Comum.

XI DOMINGO COMUM

14 /06/ 2015

Ez.17,22-24 / 2Cor.5,6-10 / Mc.4,26-34

Ezequiel compara Israel a um grande cedro. Este grande cedro poderá conservar sua majestade e sua glória se perseverar na fidelidade a Deus, mas poderá ser rebaixado se abandonar o seu Deus. Deus tem poder para elevar o pequeno e rebaixar o grande: 51 Mostrou o poder de seu braço e dispersou os que se orgulham de seus planos. 52 Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes (Lc.1,51-52).

Quando Jesus começou sua vida pública, Israel tinha uma grande estrutura religiosa, com sinagogas em todos os povoados e um grande templo em Jerusalém. Milhares de chefes de sinagoga coordenavam o serviço religioso em todos os povoados e centenas de sacerdotes exerciam o ministério no templo. Mas os líderes religiosos procuravam exercer suas funções sem se preocupar com a fidelidade. A prática puramente externa da religião impediu que aqueles que presidiam a vida religiosa reconhecessem que Jesus era o verdadeiro Messias.

Jesus começou sua vida pública como pregador itinerante. Sendo rejeitado pelos líderes religiosos de Israel, reuniu um pequeno grupo de seguidores e fundou a sua Igreja, avisando os sacerdotes que a Igreja presidida por eles seria suprimida: 43 Por isso eu vos digo: O reino de Deus (a igreja do Antigo Testamento) será tirado de vós e será dado a um povo que produza os devidos frutos. 44 Aquele que cair sobre esta pedra ficará despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será esmagado” (Mt.21,43-44).

No ano setenta da nossa era, os romanos destruíram o templo e exilaram os sobreviventes entre os povos dominados pelo governo romano. O grande cedro foi destruído. O pequeno galho de cedro plantado por Jesus no monte Sion cresceu e se espalhou por todos os povos: 22 Assim diz o Senhor Deus : Eu mesmo pegarei da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um rebento e o plantarei sobre um alto e escarpado monte. 23 Plantá-lo-ei no alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem, dará frutos e se tornará um majestoso cedro. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de seus galhos as aves farão ninhos. 24 E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor que abato a árvore altiva e exalto a árvore humilde, faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, falei e farei” (Ez.17,22-24).

Acreditamos que o prêmio que nos espera é muito superior aos sacrifícios que fazemos agora para alcançá-lo, apesar de, por enquanto, contarmos apenas com a promessa de Jesus: 6 Assim estamos sempre confiantes, persuadidos de que o tempo em que passamos no corpo é um exílio distante do Senhor. 7 Andamos na fé e não andamos na visão. 8 Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos do corpo para morar junto do Senhor. 9 É também por isso que nos esforçamos quer na pátria quer no exílio por lhe ser agradáveis (2Cor.5,6-9). A recompensa que nos espera é proporcional às obras boas feitas na terra: 10 Pois teremos todos de comparecer perante o tribunal de Cristo. Aí cada um receberá segundo o que houver praticado pelo corpo, bem ou mal (2Cor.5,10).

Jesus compara a Igreja que Ele fundaria a uma semente de mostarda que, apesar de pequena, se transforma numa árvore grande: 31 É como o grão de mostarda que, na semeadura, é a menor de todas as sementes da terra. 32 Mas, depois de semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças. Estende ramos tão grandes que os passarinhos podem abrigar-se à sua sombra” (mc.4,31-32). Quando Jesus morreu deixou na terra somente um pequeno grupo de seguidores confusos e assustados. Cinqüenta dias após a ressurreição, Jesus enviou da parte do Pai o Espírito Santo que transformou aquele pequeno grupo de discípulos em corajosos missionários que levaram a Boa Nova a todos os povos.

Os líderes religiosos contemporâneos de Jesus o rejeitaram e contestavam tudo o que Jesus dizia. Mesmo assim, Jesus continuou anunciando o Evangelho para cumprir a missão que recebera do Pai. Mas, em vez de usar uma linguagem direta, usava parábolas para anunciar a doutrina: 33 Com muitas parábolas como esta, Jesus anunciava-lhes a palavra segundo podiam entender, 34 e nada lhes falava sem parábola; mas em particular explicava tudo a seus discípulos (Mc.4,33-34). Assim aqueles que eram considerados sábios ouviam, mas não entendiam e, sem entender, não podiam contestar: 10 Os discípulos aproximaram-se e lhe perguntaram: “Por que lhes falas em parábolas?” 11 Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus mas a eles não (Mt.13,10-11). Os discípulos também não entendiam as parábolas, mas para eles, em particular, Jesus explicava as parábolas. Infelizmente, os evangelistas relataram as parábolas de Jesus sem acrescentar-lhes as explicações dadas por Ele para todas elas. Apenas algumas parábolas chegaram até nós seguidas da explicação dada por Jesus aos seus discípulos. Por isto, ainda hoje, algumas parábolas confundem comentaristas que julgam entender o Evangelho.

Código : domim938

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 10/06/2015
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