O Santo do Silêncio

O SANTO DO SILÊNCIO
Miguel Carqueija


São José, padroeiro dos trabalhadores, é um dos mais importantes santos de toda a História, na qualidade de pai adotivo de Jesus Cristo e protetor da Virgem Maria. Entretanto, é uma das figuras mais discretas dos Evangelhos: não se registra uma única palavra que ele tenha dito!
Sabemos porém que ele, além de carpinteiro e homem justo, era obediente à vontade de Deus, que seguia sem discutir (ao contrário de Jonas). José obedeceu prontamente à palavra do anjo dita em sonho:
“Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, porque Herodes procura o menino para matá-lo.” Mt 2,13).
Assim a Sagrada Família fugiu pelo deserto, duas pessoas adultas e uma criancinha, acompanhadas pelo burrinho que carregava a mãe e o bebê. José seguiu a pé. Eram pobres demais para possuir cavalos.
Ron Miller conta a história imaginada deste singelo burrinho, no belíssimo desenho de média metragem “O Pequenino”, de 1978 (Miller é genro de Walt Disney).
Voltando ao Evangelho de São Mateus, eis o que ocorreu depois: “Com a morte de Herodes o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino”. (Mt 2, 19-20). E o evangelista acrescenta, para deixar claro o espírito dócil do santo, sempre atento à vontade divina: “José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel (Mt 2,21).
São José – cujo dia comemoramos hoje – apesar de sua discrição é considerado um dos pilares da Igreja, e um santo assaz milagroso, que do Céu, vela amorosamente por nós.

Rio de Janeiro, 19 de março de 2015.


imagem: a Sagrada Família (Canção Nova)