NOVOS ISCARIOTES, VELHA GANÂNCIA

Há alguns dias impactou-me uma rápida notícia, como costumam ser rápidas as noticias nos telejornais, durou menos de trinta segundos, mas sua força era suficiente para impactar. O famoso Jornal Nacional noticiava o assassinato de vinte cristãos no Quênia por extremistas muçulmanos que queriam vingar-se do governo que havia destruído uma célula terrorista. Os assassinos abordaram o ônibus e permitiram que todos os que se declaravam muçulmanos e recitavam algum trecho do Corão fossem embora, os cristãos, 20, foram fuzilados. Agora, em novembro de 2014. Às vezes notícias assim passam despercebidas por nós, o jornal é muito rápido e cada notícia é fragmentada ao máximo. Mas não é só isso, existem outras razões, como, por exemplo: estamos mais preocupados com a informação política ou esportiva que virá a seguir, ou, em muitos casos, as pessoas só estão aguardando a novela começar. Em todo caso, o fato é que, a nós, cristãos, notícias assim não deveriam passar em branco, a mim não passou.

Pense um pouco comigo, será que isto que aconteceu a nossos distantes irmãos é uma raridade? Infelizmente, a nós sempre parece que sim, mas, a verdade é que não, isso não é raro. O problema é que aqui, vivendo em uma forte democracia no Brasil, temos toda a liberdade para vivermos nossa fé sem barreiras, ou perseguição. É verdade que muitas vezes somos criticados, rotulados, zombados, mas o que é uma crítica boba, perto das lutas enfrentadas por nossos irmãos em Cristo que sofrem em várias partes do mundo? Além disso, muitas das críticas são merecidas, não por todos, obviamente, mas por aqueles que envergonham o nome de Cristo, pelos novos Iscariotes.

Talvez boa parte, senão a maioria, dos crentes ignoram que no mundo inteiro, em vários países, particularmente, nos países muçulmanos, os cristãos experimentam algo parecido à grande tribulação, muitos são presos, torturados, abandonados pela família e amigos, simplesmente por decidirem seguir a Jesus. Se você é um destes que desconhecem essas informações, sugiro que aproveite todas as vantagens da internet e conheça sites como o de Portas Abertas, que retrata a Igreja Perseguida no mundo. Contudo, infelizmente, o desconhecimento dessa realidade por muitos é proposital, fazem-se de cegos e surdos, pois isso lhes tiraria a tranquilidade. É fato, não custa nada ser evangélico aqui, às vezes é febre, é moda, e para alguns é até lucrativo.

É triste ver como o Evangelho no Brasil foi, em boa parte das igrejas, deturpado, descrucificado, perdeu-se na exagerada bonança, tal qual nos tempos constantinos.

Enquanto muitos irmãos sofrem lá fora, aqui se brinca com a Palavra de Deus, os novos Iscariotes usam-na, não como a Verdade, mas como um simples manual para manipular, enganar e enriquecer, tal qual o personagem de Gary Oldman, que perseguia Eli para tomar-lhe o livro, no filme: "O Livro de Eli". Seus telecultos são um circo dramático, ufanista e místico. Talvez, repetindo em seus subconscientes a máxima do velho e famoso apresentador: "Quem quer dinheiro?" O fato é que milhões querem, e por isso seus templos estão lotados, não de fiéis, mas de consumidores ávidos por uma bênçãozinha. De nada valem os avisos de Paulo: "O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males" (ITm. 6:10), nem de Pedro: "Também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio..." (IIPe. 2:3), e nem mesmo, as do próprio Jesus: "Não podeis servir a Deus e às riquezas." (Mt. 6:24). A ignorância total de mensagens tão claras como essas se deve ao fato de que os novos Iscariotes são muito inteligentes, muito sagazes (para não dizer outro termo com sa...), nunca você vai ouvi-los pregando mensagens expositivas que, de fato, ensinam claramente as verdades das Escrituras, sua mensagens, além de água com açúcar, não passam de um bate papo furado, como se estivessem explicando o Evangelho, quando na verdade são lorotas baseadas em versículos descontextualizados, completamente retirados de algum texto muito rico, mas, com muita habilidade sofista, conseguem levar as pessoas a crerem que realmente foi aquilo que Jesus e os apóstolos quiseram ensinar.

Vamos ver alguns exemplos: No Evangelho de Lucas capítulo 11 Jesus está ensinando sobre oração aos seus discípulos, no versículo 9 Ele diz que se pedirmos receberemos, se batermos as portas se abrirão e se buscarmos acharemos, é claro, que este versículo é um prato cheio para os novos Iscariotes, é um dos versículos preferidos para fazerem suas mensagens. Isolado, este versículo realmente parece ensinar que Deus está pronto a atender aos nossos gananciosos pedidos de prosperidade, é simples, peça e Deus dará. Mas, o que nos diz o contexto? Será que de fato Deus quer nos dar tudo que pedimos?

Não há necessidade de se fazer uma exegese exaustiva, ler o texto no grego original, nem ser um teólogo experiente, qualquer um de nós conseguirá entender o contexto, basta-nos ser honestos, sinceros e ler o capítulo do início. Veremos que um discípulo é quem pediu a Jesus que se lhes ensinasse a orar, então Ele lhes ensina (e a nós) a famosa oração do Pai Nosso, depois, continuando, lhes ensina sobre importância de serem perseverantes na oração, daí o motivo porque Jesus fala de pedir, buscar e bater, e depois do famoso versículo e do versículo 10 que lhe complementa, Ele nos fala algo maravilhoso, se nós, sendo maus (pois todos somos Rm. 3:10-18) sabemos dar coisas boas aos nossos filhos, certamente o bom Deus nos dará...Carros importados? Mansões luxuosas? Prêmios acumulados da Loteria? Milagres estrondosos? O versículo final do texto (13), (pois a partir do 14 o assunto é outro) nos revela o quanto são enganadores os novos Iscariotes. O que o Mestre ensinava aos discípulos (e a nós) era que sua promessa falava do mais importante, do mais sublime e fundamental ao cristão, e não tem nada a ver com bênçãos materiais e passageiras, riquezas consumíveis que podem ser destruídas pelas traças ou roubadas por ladrões (Mt. 6:19). O que cada um de nós deveria aprender a pedir seria Aquele que pode transformar e fazer de cada um de nós um novo homem ou mulher, Aquele que nos ilumina e capacita a crer e entender a voz de Deus.

Obviamente, se famintos clamarmos, Deus nos alimentará, se nus pedirmos Ele nos vestirá. Porém, o que Jesus quer deixar claro é que o material não é nada comparado ao espiritual. Tristemente, alguns preferem o material, leviano, consumível e passageiro.

Há um outro também famoso versículo, sempre descontextualizado, que também é usado por aqueles que querem manipular a Palavra de Deus. Provavelmente, você já deve tê-lo visto no vidro traseiro de algum carro, ou na camiseta de alguém. Trata-se de Filipenses 4:13: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece." Isolado assim sempre é usado para dar ao cristão a falsa ideia de que ele pode fazer o que bem entender, basta ter fé em Jesus.

Há poucos anos vi, num destes programas televisivos, um famoso pregador com seu convidado gringo convidar seus fiéis contribuintes do programa a dar uma "pequena" oferta de fé (R$500, mais caro que meu tablet), e Deus iria, em seis meses, retribuir com uma grande bênção. Bênçãozinha cara essa, heim? Mas, a questão não é nem tanto em relação ao valor, e sim ao fato da promessa. Será que podemos até marcar data e comprometer a Deus? Podemos todas coisas mesmo? Parece até aquelas piadinhas bobas: "Deus lhe pague, porque eu não tenho dinheiro". A ideia é parecida, "você nos dá a oferta e Deus que se vire para abençoá-lo". Provavelmente, quem doou e não se sentiu abençoado nem adiantava reclamar, a resposta cínica estaria na ponta da língua: "você é que não teve fé meu irmão!"

Mas, era isso o que Paulo tinha em mente? Neste caso um exame simples dos versículos anteriores vai nos mostrar que Paulo agradecia a esta igreja por todo o apoio recebido, principalmente apoio financeiro. E apesar de toda sua gratidão, o apóstolo quis deixar-lhes claro, nos versículos 11 e 12 que sua força sempre foi o Senhor. Ele estava preparado para encarar qualquer circunstância, sejam os momentos de escassez ou de abundância. Se havia abundância ele sabia que ela vinha de Deus e não podia fiar-se nela, se havia escassez, a graça de Deus o ajudaria, qualquer situação ele podia viver no poder de Cristo. A interpretação é simples assim.

É compreensível que os novos Iscariotes não interpretem corretamente essa lição de Paulo, afinal ela é completamente antagônica à sua teologia da prosperidade, na qual só a abundância é encarada como uma situação aceitável ao cristão.

Alguém já disse, sabiamente: "A Bíblia é a mãe das heresias", é provável que alguém se assuste com a frase, mas é a pura verdade, vejam os exemplos acima, ninguém formulou aquelas meiasverdades a partir do Corão, Sânscrito, Livro de Mórmon, ou algum outro livro religioso ou filosófico. A Palavra de Deus quando não ensinada integralmente pode ser grande fonte de mentiras. Aquilo que deveria ser fonte de vida, torna-se fonte de morte. A Palavra de Deus pode ser bem manejada (II Tm. 2:15), ou manipulada.

Um paralelo poderia ser relacionado aos alimentos, fonte de vida e saúde, mas a manipulação errada deste alimento, pode contaminar, adoecer e até matar. Um cozinheiro, por imperícia, pode contaminar centenas de pessoas no refeitório de uma empresa, ou escola. E isso, deveras, já aconteceu várias vezes, é, geralmente, por imperícia mesmo. Contudo, infelizmente, a manipulação da Palavra de Deus não se dá por imperícia, mas, por malícia. Os novos Iscariotes sabem muito bem o que estão fazendo.

É verdade, que muitos dos seus discípulos, não recebem uma preparação adequada. Mas, isso não os justifica, é um grande erro querer ensinar a Palavra sem ao menos conhecê-la profundamente (Mt. 22:29; Mc. 12:24). É notório que tais obreiros nem sequer frequentam faculdades teológicas, por um ano que seja, no máximo, recebem um treinamento básico de poucos meses, não para manejar bem a Palavra, mas, para reproduzirem fielmente os ensinamentos de seus líderes. Um exemplo desse treinamento é conhecido de todos, pois foi filmado e divulgado. Informalmente, em uma pelada de futebol, o líder ensina seus discípulos: "tem que pedir mesmo, sem ter vergonha", e conclui de maneira bem leviana, e imoral, com a velha piadinha: "é dá ou desce!" E muitos dão, alguns, inocentemente, muitos outros, como investindo na "Bolsa de valores do céu". Infelizmente, nem todos poderão resgatar seu "investimento", pois, não terão acesso ao "banco".

Manipular a Palavra de Deus, além de ser trágico, é um grande desrespeito à Jesus, aos evangelistas, a Paulo, Pedro, Davi, e outros. Servos de Deus que muito sofreram para dar-nos a revelação maravilhosa, fonte de vida. É um desrespeito inclusive com aqueles que deixam suas casas para irem aos seus suntosos templos, ou os assistem pela televisão, pessoas que muitas vezes acreditam piamente estarem ouvindo a Palavra de Deus. Quando, na verdade, ouvem guias cegos, infelizmente, todos cairão no barranco (Mt. 15:14).

E por que prosperam e fazem sucesso os novos... (vocês já sabem)? É simples, usando uma linguagem, um pouco pesada, do mundo policial: "Só há traficantes porque há consumidores de drogas", da mesma forma, os suntuosos templos que hoje são construídos e as redes de televisão são compradas porque há muitos "crentes" ávidos por bênçãos e riquezas. Como escreveu Paulo em sua segunda carta a Timóteo 4:3: As pessoas não estão mais interessadas na sã doutrina, eles querem é ouvir coisas agradáveis, palatáveis, nada de cruz, morte, novo nascimento ou renúncia, mas só bênçãos, bênçãos, bênçãos, assim como as filhas da sanguessuga (Pv. 30:15).

É possível que a esta altura do texto alguém já deve ter perguntado: "Por que você chama os pregadores da teologia da prosperidade de novos Iscariotes? Minha resposta tem origem no excelentíssimo livro: "A Cruz de Cristo" de John Stott, certamente, um dos mais belos e edificantes livros que cada cristão deveria ler. Compreender a morte de Cristo é essencial à fé, e este livro ajuda muito. Ao analisar os responsáveis diretos pela morte de Jesus, no âmbito terreno, Stott percebe que para Pilatos, de forma covarde, entregar Jesus para a crucificação ele sofreu enorme pressão dos religiosos judeus que lhe entregaram o Mestre por inveja, e Iscariotes por sua vez o entregou a estes, por qual motivo?

Fantasiosas interpretações de alguns acreditavam ser ele um zelote, que se decepcionou com seu messianismo pacífico, ao invés de lutar e derrotar os romanos cruéis. Outros tinveram uma ideia ainda mais tresloucada: Ele esperava que ao ser preso, Jesus reagiria, convocaria seu exército de anjos e derrotaria as forças de César. Apesar de todas as especulações, o evangelista João traz a verdade, Iscariotes traiu ao Senhor por pura ganância.

Próximo à crucificação, João narra a interessante história de Maria, que perfumou os pés do Mestre com um caríssimo bálsamo, Iscariotes, fingindo preocupação com os pobres a critica muito, dizendo que antes de derramar sobre os pés santos, deveriam mesmo era vender para dar aos necessitados. João um dos apóstolos, e que, certamente conheceu bem este desonesto tesoureiro da equipe do Messias, afirma que ele costumava roubar a bolsa onde era guardado o dinheiro. O traidor deve ter ficado revoltadíssimo pelo grande prejuízo, mas logo encontrou uma solução de como recuperar pelo menos parte da grana. O bálsamo valia, segundo avaliação do próprio avaro: 300 denários, ou seja um ano de salário de um trabalhador, os sacerdotes só lhe deram 30 moedas de prata (Mt. 26:15), "melhor do que nada" deve ter pensado ele.

A ganância é um dos mais terríveis motores dos piores pecados e crimes da humanidade. Os dias atuais no Brasil têm revelado claramente isso a nós. A cada semana uma operação da PF é deflagrada, mostrando-nos o quão frágil é nossa democracia, de fato, ela existe, mas muito facilmente é manipulada pelo $$$$$$$$$. Nossa maior empresa, uma das grandes produtoras de petróleo do mundo, vilipendiada, roubada e desvalorizada. E por que pagamos quase R$ 4, em um litro de gasolina, enquanto em Pacaraima, brasileiros, na fronteira com a Venezuela pagam R$ 0,90? A explicação sempre são os impostos. Pagamos muitos impostos e por que aquela nossa tia fica quatro horas em um posto de saúde para o (único) médico lhe atender em dois minutos e sem lhe olhar o rosto tem o diagnóstico na ponta da língua: "virose", e a receita na ponta da caneta: "buscopam"? Por que temos tantos analfabetos funcionais e muitos professores migram para outras carreiras em busca de melhores salários? Por que pobres camponeses são expulsos de suas terras para que grandes latifúndios ressurjam como uma praga persistente? Por que crianças ficam sem merenda, o aparelho de raio X do hospital está quebrado, mas as casas do prefeito e dos vereadores estão cada vez maiores, e as garagens sem espaço para os carros importados? Por que ainda é possível encontrar escravos em pleno século XXI? GANÂNCIA: "amor ao dinheiro, raiz de todos os males"(ITm. 6:10).

É verdade que depois de tudo, o remorso (não o arrependimento) alcançou Iscariotes, mas, já era tarde. De fato, como argumenta Stott, não apenas ele, os sacerdotes e Pilatos foram os que levaram Cristo à cruz, mas sim os pecados de todos nós. Contudo, mais que os sacerdotes e Pilatos, ele foi o maior traidor, que comia no prato com o Senhor, traição extremamente vil. Por causa da sua traição, a Verdade, foi humilhada, zombada, lhe cuspiram, e mataram. Esta é a grande semelhança dos novos Iscariotes, por causa de sua atitude de traição, a Verdade é humilhada, zombada e desprezada nos dias de hoje. Por causa do dinheiro eles traem a Verdade de Deus, por meiasverdades, ou mentiras descaradas que não passam de fábulas que enganam os incautos e àqueles que desejam "ouvir coisas agradáveis" (II Tm. 4:3).

Pesadas palavras? Você pensa que não deveríamos discutir temas como esse, afinal eles arrebanham milhões e têm feito coisas "boas"? Não penso assim, afinal, não fui eu, nem qualquer outro missionário, pastor, padre, monge, filósofo ou outra pessoa quem disse as palavras a seguir: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres?" A resposta do Senhor, sim, será muito pesada:"Então, lhes direi claramente: Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade" (Mt.7:22-23). Para quem acredita que o sucesso de público e movimento respalda qualquer ministério, esses versículos são esclarecedores, o contexto desses versículos é uma orientação do Mestre a respeito dos falsos profetas, que se parecem ovelhas mas são lobos devoradores (V. 15). Alguns podem estar questionando: "Por que Jesus diz: Nunca vos conheci? Ele não conhece todas as coisas?" Esse tipo de conhecimento não se refere apenas ao saber quem é quem, mas refere-se àquele conhecimento relacional, íntimo de amizade que o Senhor tem com suas ovelhas, Paulo deixa isso bem claro na segunda carta a Timóteo 2: 19, o Senhor de fato conhece cada um dos seus. E isso está de pleno acordo com o contexto de Mt. 7, são os frutos e não as palavras que revelarão os falsos e os verdadeiros profetas. E Jesus deixa claro no V. 21 que os bons frutos referem-se a fazer a vontade do Pai.

A expressão: "Jesus é o Senhor!" só faz sentido e tem valor, se de fato, tomarmos nossa cruz, renunciarmos a nós mesmos e aceitarmos seu domínio sobre nossas vidas, ou então, ela não passará de palavras bonitas, mas, vazias.

É verdade, todo texto tem um objetivo, talvez muitos pensem que este é a crítica somente. Contudo, afirmo que meu desejo é que reflitamos sobre nossa fé evangélica. Não devemos discutir os rumos da Igreja Brasileira? Será que está tudo bem? Estamos no caminho certo? Não nos afastamos da cruz? Precisamos de uma nova Reforma? Reflitamos!

Traiu-se a Luz, um beijo antes da cruz

Uma noite angustiante, um clamor perseverante

Lágrimas, sangue e dor revelaram seu amor

Angústia por sua breve separação, fruto da maldição,

Feita por nossas mãos

A vida ninguém lhe tomou, pois, Ele a doou

Sangue que Ele mesmo verteu, cálice que bebeu

Na manhã o Sol da justiça levantou-se determinado

Sua hora havia chegado

Levantado do chão, perdoou seus irmãos

Tirado da Terra, venceu a guerra

A morte o levou, e morta ela ficou

Ao terceiro dia a vida se erguia

Rompendo o véu, subiu ao céu

Séculos à frente, seguiu sua semente

Levando a cruz, servos da Luz

Mas, sempre há traidores, falsos pastores

A Verdade negociada, a Palavra humilhada

Almas vendidas, ovelhas perdidas

Lobos cruéis, rebanhos infiéis

EJF ÁZARA

Edson Ázara
Enviado por Edson Ázara em 11/12/2014
Código do texto: T5065934
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