MONSENHOR JOSÉ JOÃO, 50 ANOS DEPOIS (APONTAMENTOS INICIAIS)

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

[...] rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.

(HEBREUS, 7:1-3).

O mundo já vivenciava as duas últimas décadas do século XIX e a História do Brasil registrava a acessibilidade do povo do campo com o povo da cidade através da passagem dos trilhos de ferro na Várzea do Paraíba e bem assim o prenúncio do desenho ideológico político, administrativo e agrário, que levaria em 13 de maio de 1888 a assinatura da Lei Áurea que acabou com a escravidão no Brasil através do ato histórico da Princesa Isabel e em 15 de novembro de 1889 o fim do Segundo Império Brasileiro e da própria monarquia com o advento da República, quando a povoação da Villa (Cruz) do Espírito Santo/PB teve a pedra fundamental de sua futura Igreja Matriz lançada festivamente, inclusive com a participação da banda musical do corpo de polícia da Província da Paraíba, em 2 de fevereiro de 1884, graças ao vigário da freguesia de Santa Rita, padre Firmino Herculano de Figueiredo, a quem a referida vila e povoação estava eclesiasticamente subordinada. O tempo passou e somente no dia 18 de abril de 1885 aconteceu à benção da primeira tesoura do majestoso prédio da matriz atual da Freguesia do Divino Espírito Santo, sendo importante citar que as senhoras: Córdula Fernandes de Carvalho, dona do Engenho Pau D’arco, mãe do intelectual e poeta Augusto dos Anjos e Maria Cavalcanti Vasconcelos, esposa do major Ursulino Vasconcelos, proprietário do Engenho Itapuá, foram às madrinhas do referido evento. O que fica evidente de que quando Dom Pedro II, em visita a Paraíba em dezembro de 1859, passou com sua comitiva pelas terras do atual município de Cruz do Espírito Santo com destino ao Pilar, porém ainda não existia a capela e muito menos a freguesia do Divino Espírito Santo e muito menos vigário na localidade. Existiam sim, inúmeras capelas nos engenhos e fazendas, pertencentes a particulares, como por exemplo(s), podemos citar, a capela de Nossa Senhora do Desterro, construída por Carlos Gomes de Mello (sepultado na referida capela), em 1869, cuja data de fundação é citada por Carvalho (2009, p. 25) quando menciona que:

[...] O patrimônio de N. S. do Desterro, também encravado entre os engenhos, documenta a permanência da prática desse tipo de fundação no já recente ano de 1869 – em plena vigência da Lei de Terras de 1850 (IPHAN-PB, 2009c: 3).

E bem assim, ainda que por analogia, o H.P.I.P – Patrimônio de Influência Portuguesa, pertencente a Fundação Calouste Gulbenkian, segundo enfatiza o pesquisador Carvalho (2005, p.143/144), a respeito da arquitetura religiosa da Capela de Nossa Senhora do Desterro, localizada na zona rural de Cruz do Espírito Santo, Estado da Paraíba, afirma categoricamente que:

“A capela situa‐se sobre uma elevação, de forma que é visível a partir do Rio Paraíba, distante 500 metros, e do Engenho Santana, na margem oposta. Seu único registo identificado é de 1910, quando aparece sem vínculo com outra propriedade – indício de que possuiu património próprio. Ela é o segundo exemplar paraibano com alpendre (Santa Rita, Capela de Nossa Senhora do Socorro), e apresenta outros elementos usuais nas capelas dos séculos XVII e XVIII: janelas frontais no rés‐do‐chão e duas sacristias ligadas à capela‐mor por arcos. Contudo, é possível que seja mais recente, com elementos arcaizantes. Como demonstraram Saia e Azevedo, o alpendre permitia que mais pessoas pudessem assistir à missa e, simultaneamente, as hierarquizava espacialmente. As sacristias abertas, reservadas aos mais poderosos e suas famílias, tinham funções semelhantes. Sem proteção legal e com pouco uso, a capela teve o alpendre demolido na década de 1990. Foi reconstruído em 1998, por iniciativa particular”.

No tocante a história da capela do Engenho Santana, construída antes de 1910, tendo em vista que Tavares (1910, p. 537) cita a referida capela católica dentre outras existentes na época da publicação de sua magnífica obra histórica, pois:

Além da igreja e uma capela edificadas na Villa do Espírito Santo, há outras mais nas seguintes localidades: Sapé, S. Miguel, Sobrado, S. José de Cachoeira, Boa Vista, Tapuá, Sant’Anna, Desterro, Puchy, Páo d’arco, Taboca, Santo Antônio, Consolações, Marahú, Fundo do Valle e Unas. (TAVARES, 1910, p. 537).

A olho “nu” verifica-se dentre as capelas citadas a falta da localidade e da capela de Nossa Senhora da Batalha no território da Villa do Espírito Santo em 1909, segundo escreve Tavares (1910, p. 537). E por outro lado não deixa dúvidas de que a Capela de Sant’Ana, situado no engenho do mesmo nome, foi construída antes de 1914. Assim sendo, não é aceitável por falta de referência histórica a afirmação de Paraiwa (s.d) de que a:

Capela de Sant'Ana - Situada no Engenho do mesmo nome, na margem direita do rio Paraíba em Cruz do Espírito Santo. Foi construída em 1914 e atualmente é patrimônio do INCRA.

Diante dos fatos não resta dúvida de que a capela de Santana foi construída antes de 1909, inclusive vem corroborar neste sentido a informação de que a:

[...] Capela de Sant’Ana - Situada no Engenho do mesmo nome, à margem direita do rio Paraíba em Cruz do Espírito Santo. Construção do século XVIII, com um belíssimo frontispício em estilo barroco. Atualmente é patrimônio do INCRA. [...].(SILVA, 2003, p.78).

Por outro lado (PARAIWA, s.d.) e bem assim Silva (2003, p.78), afirmam que o:

Engenho Maraú - Construído a partir de 1714 por Frei de Santa Clara, pertencia aos frades beneditinos. Sua Capela é de 1724 e concluída em 1752. O Imperador Pedro II fez parada no local em sua viagem pela província. Localizado em Cruz do Espírito Santo.

Corrobora a referida fonte informativa de que a:

Capela do Desterro - Construção do século passado, junto a um cemitério. Situada na várzea do rio Paraíba, na margem esquerda, no município de Cruz do Espírito Santo. Possui alpendre à frente e encontra-se em restauração.

Assim sendo se deduz que o termo século passado seja referente ao século XIX, em combinação com outras fontes históricas aqui mencionadas que afirmam que a capela do Desterro foi fundada em 1869.

Afirma também que a:

Capela de Nossa Senhora da Conceição - Situada nas proximidades do antigo Engenho Espírito Santo. Em estilo manuelino, no seu interior só existe o altar, aberto ao público para a missa mensal.

É importante mencionar que o Engenho Espírito Santo serviu de palco ímpar, uma espécie de altar mor para o nascimento do nativismo e patriotismo nacional primitivo para expulsão dos holandeses do território nacional brasileiro quando em:

“16.10.1636 – ENGENHO ESPIRITO SANTO. PB. Holandeses no NE. O estratégico engenho situado à margem direita do Rio Samuraguai, defendido pelos holandeses com muito empenho, lhes foi tomado de assalto pela companhia do cap. Francisco Rabelo. Lutando entre os defensores, morreu o conselheiro Ippo Eyssens, governador da PB, membro do Supremo Conselho do Recife. (DONATO, 1996, p. 283)”.

Para o referido fato histórico materializado pelos acontecimentos que antecederam a batalha de 16 de Outubro de 1636 em terras do Engenho Espírito Santo, à margem direita do Rio Samuraguai (que é o mesmo Rio São Domingos e atual Rio Paraíba) é registrado com outra versão histórica, onde:

“Ippo Eyssens, segundo governador da Parahyba durante o domínio holandês. Foi nomeado e tomou posse no correr de 1636. Estando um dia assistindo ao fabrico de farinha no engenho Santo Antonio, foi inesperadamente cercado por forças do capitão português Francisco Rebello. E, com o fogo ateado à fazenda, teve de render-se, sendo então morto, a 14 de Outubro de 1636. Chronologicamente foi o 14º governador que teve a Parahyba” (BITTENCOURT, 1914, Vol. 2, p. 148). (Transcrevemos com a ortografia da época).

Portanto, a batalha travada em 16 de Outubro de 1636 em terras do Engenho Espírito Santo (DONATO, 1996, p. 283) é ato continuo ao assassinato do governador Ippo Eyssens, ocorrido em 14 de Outubro de 1636 em terras do Engenho Santo Antônio (BITTENCOURT, Vol. 2, p. 148). Assim sendo, o Rio Samuraguai que é sem sombras de dúvidas o Rio São Domingos e/ou o Rio Paraíba de nossos dias, divide geograficamente os dois lugares citados pelos historiadores aqui referenciados, o que nos leva a crer que o referido terreno ainda selvagem nas três primeiras décadas do século XVII, era por assim dizer uma área rural de densa vegetação. E por fim, os historiadores se referem ao capitão Francisco Rabelo que é o mesmo capitão Francisco Rebelo, é apenas uma questão vocálica envolvendo a troca do “a” pelo “e” e que nada disso vem depor e/ou descredenciar o referido personagem em toda sua historicidade.

Voltando ao site Paraiwa (s.d), já referido que enfatiza a historicidade da:

Capela de Santa Luzia - Construída em 1862, no município de Cruz do Espírito Santo. Do antigo engenho Tabocas restou o bueiro e algumas pedras espalhados pelo canavial.

Confirmando assim as informações constantes na obra de Tavares (1910, p. 537) da existência de uma capela em Tabocas, atual Santa Luzia.

Não menciona o termo capela de Puchy, citada por Tavares (1910, p. 537), embora seja a mesma que está em ruínas no meio do canavial da Usina São João e mencionada no site de Paraiwa (s.d.) como sendo a:

Capela de São Felipe - Pertencia ao engenho São Tiago Maior, um dos mais antigos da Paraíba, movido a bois. Posteriormente incorporou o patrimônio da Usina São João. Essa construção do início do século XIX está desabando.

Entre o rio Paraíba, a linha férrea (Estação Paula Cavalcanti e/ou Entroncamento – é o mesmo ponto referencial) e a ponte de Cobé sobre o referido rio, estão às ruínas do que resta ainda da capela de “Consolações”, segundo termo usado na publicação de Tavares (1910, p. 537):

Capela da Consolação - Situada próximo ao entroncamento em Cruz do Espírito Santo, sua construção é de 1850 e ela está desabando rapidamente.

E o site (PARAIWA, s.d.) nos informa, sem citar suas fontes historiográficas de que o:

Engenho Patrocínio ou Una - Um dos mais antigos da várzea, atualmente possui casa grande de construção do início do século e engenho. O destaque é a capela de São Gonçalo, de 1.700, reconstruída em 1913. Em forma hexagonal, possui rara beleza arquitetônica, constituindo-se em um dos mais exóticos monumentos esquecidos da várzea.

É importante mencionar de que o Engenho Una, São Gonçalo e/ou Patrocínio é a mesma localidade rural e que suas terras se encontram na divisão territorial dos municípios de Santa Rita e de Cruz do Espírito Santo, por esse fato é comum a ambas municipalidades sua historicidade.

A histórica capela da Batalha é tombada pelo patrimônio histórico e artístico nacional e é mencionada por Paraiwa (s.d.) que a:

Capela de Batalha - Em 14 de Outubro de 1636, Rabelinho, líder na resistência contra os holandeses, matou o então governador holandês no engenho Espírito Santo, quando este último assistia a uma farinhada. Perseguido, enfrentou uma batalha no local onde hoje está situada a referida Capela.

Ressaltamos, porém de que Donato (1996, p. 283) afirma de que a batalha ocorreu no dia 16 de outubro de 1636 no Engenho Espírito Santo, quando foi assassinado o conselheiro Ippo Eyssens, então governador holandês na Paraíba.

É importante mencionar de que Tavares (1910, p. 537) não cita a existência da capela da Batalha na Villa de Espírito Santo e muito menos na Villa de Santa Rita, pois, em sua obra prima limita-se a informar de que existe a localidade: “Batalha”, dentre outras localidades pertencente ao município de Santa Rita/PB quando cita textualmente:

[...] Alem de sua sede tem o município de Santa Rita as seguintes localidades: Fabrica de Tecidos, Varsea Nova, Barreiras, Bôa Vista, Engenho Central, Livramento, Ribeira, Ilha do Marques, Carapeba, Forte Velho, Guia, Fagundes (Praia), Gameleira, Lucena, Ponta de Lucena, Batalha e Socorro [...] (TAVARES, 1910, p. 521).(Grifamos).

Portanto, o termo “capela da Batalha” e/ou Capela de Nossa Senhora da Batalha, até então, em 1910 não é contemplado na obra do referido historiador como uma capela e/ou localidade da Villa do Espírito Santo, atual Município do Cruz do Espírito Santo/PB.

Ressaltando, porém, de que o Almanak oficial do Estado da Paraíba (1899, p.219) afirma categoricamente a existência do povoado da Batalha no município do Espirito Santo já em 1899, contrariando assim a afirmação de Tavares (1910, p. 537). Tanto é assim que transcrevemos que:

[...]

MUNICIPIO DO ESPIRITO SANTO – Creado pela Lei nº 40 de 7 de Março de 1896, comprehende além da Villa do mesmo nome as povoações de S. Miguel, Sobrado e Cachoeira, sédes de districtos e os povoados de Batalha, Bahia, Consolações e Sapé com uma população talvez excedente de onze mil habitantes; é servido por linha ferrea com 4 estações, e estrada de rodagem é cortada pelo Parahyba na extensão de mais de 6 leguas onde deságua além de alguns ribeiros, os rios Gurinhém e Curimataú; possue onze egrejas, servindo de uma Matriz em São Miguel de Taipú e 9 capelas particulares [...].(ALMANAK/PB, 1899, p.219). (Grifamos).

Assim sendo, os historiadores aqui elencados citam nominalmente a existência do povoado de Batalha, ora território de Santa Rita (TAVARES, 1910, p. 521) e ora território de Cruz do Espírito Santo (ALMANAK/PB, 1899, p.219). não falam da existência da capela de N. S. da Batalha e sim do povoado de Batalha, que existiu historicamente e atualmente extinto. A partir de então se deduz o aparecimento da figura capela de Nossa Senhora da Batalha, o único prédio existente na referida localidade na atualidade. E o povoado de Batalha, o tempo levou, atendendo assim perfil ideológico latifundiário da várzea do Paraíba.

E enquanto isso, o referido Almanak/PB (1899, p. 220), cita ainda que a Vila do Espírito Santo:

[...] Conta crescido numero de prédios, dentre os quaes sobresahem o magistoso templo do Divino Espirito Santo, e um edifício proprio municipal com accommodações especiaes para sessões do concelho e prefeitura, jury e audiencia do juizo,além de outros de ordem secundária como a capella de N.S. da Conceição, cemiterio publico, escolas primarias, matadouro publico, casas de mercado e cadeia. Tem uma grande e abundante feira nos dias de sabbado, e 18 estabelecimentos commerciaes de fazendas, molhados e miudezas ferragens; 2 padarias, uma das quaes é movida á vapor, uma importante olaria, além de outras de 2ª ordem, e diversas officinas pequenas pequenas de arte. [...].(Ortografia de época/transcrevemos).

No tocante a divisão eclesiástica paraibana de 1899, consta que a Villa do Espírito Santo:

Tem uma freguezia com sede na povoação de S. Miguel de Taipú sob a invocação de N.S. Rainha dos Anjos, pertencendo uma parte do termo a freguezia de Santa Rita.(ALMANAK/PB. 1899, p. 219).

E isso é fato e contra fato não se tem argumento.

É bom repetir que era assim a Villa do Espírito Santo/PB em 1899, portanto, no fim do século XIX e inicio do século XX, quando o Estado da Paraíba tinha apenas trinta e cinco municípios.

Enquanto isso, o termo: “Socorro”, aparece duas vezes, uma vez como localidade e outra vez como capela de Nossa Senhora do Socorro (TAVARES, 1910, p. 521/524) e ambos os termos localizados no município de Santa Rita.

Por outro lado, Paraiwa (s.d.) afirma que a:

Capela do Socorro - Após Rabelinho e sua tropa matarem o governador e travarem batalha, obtiveram socorro da população no local onde posteriormente foi erguida a Capela do Socorro numa homenagem à resistência popular e posterior saída dos holandeses da província. Situada em Cruz do Espírito Santo, nas margens do rio Paraíba, é uma construção de 1856 e atualmente está sendo restaurada.

Tavares (1910, p. 537) menciona a capela de Santo Antônio, existente ainda atualmente entre a PB 004 com fundos para o Rio Paraíba, construída em 1856, portanto, construída de pedra e cal 220 (duzentos e vinte) anos depois do 14 (quatorze) e/ou 16 (dezesseis) de Outubro de 1636 do assassinato de Ippo Yessens, na várzea do Paraíba no regime holandês, valendo salientar de que o site da Organização não Governamental: Paraiwa (s.d.), presta um grande serviço aos estudantes, professores, historiadores e intelectuais da terra dos tabajaras, porém, não cita fontes de suas pesquisas e também não faz referencia sobre a existência do engenho e da capela de Santo Antônio, em sua valiosa contribuição histórica e/ou publicação.

O que é finalmente uma capela? Dentre inúmeros significados e/ou conceitos e/ou definições específicas e/ou artísticas e culturais, encontramos que:

A palavra "capela" provém da Cappella (ou manto) de São Martinho, a relíquia mais sagrada dos reis francos, sobre o qual se faziam os juramentos e que era levado à frente das tropas em batalhas. Os seus guardiões eram os cappellani e o santuário no qual se guardava era a cappella. Por isso, cappella veio a ser designação de um edifício religioso, inclusive o seu mobiliário e pessoal, isto é, tudo o que fosse necessário para o culto de um rei ou nobre (RAYNOR, 1981, p. 62).

Com a emancipação política de Sapé em 01 de dezembro de 1925, parte das capelas de Cruz do Espírito Santo passaram a pertencer ao novo município, antes distrito deste município, a exemplo das capelas: São José de Cachoeira (atual Renascença); de Sobrado (emancipado em 29 de abril de 1994) e São Miguel (emancipado em 22 de dezembro de 1961). A capela de Tapuá e/ou de Itapuá, atualmente pertence à Freguesia e ao município de São Miguel de Taipu.

Diante disso é importante ressaltar que:

[...]

Nos primeiros momentos de povoação em 1745, na capitania da Paraíba, passou a existir em São Miguel de Taipu, a Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Anjos, mesmo antes da construção da igreja matriz já existia uma casa denominada orago. E a condição de Vila (1949), São Miguel de Taipu se mostrou tradicionalmente Católica, com a catequização de nossos nativos pelos Jesuítas que chegaram à região, a Igreja Matriz foi concluída pelo Vigário Antonio Rodrigues (1875), que também rezava missas nas Paróquias do Pilar e de Cruz do Espírito Santo. Com a sua fundação os padres que por aqui passavam tinham residência fixa em Cruz do Espírito Santo (1875 a 1930) [...]. (CUNHA, 2015, p. 16). Grifamos.

É esse o motivo histórico e político do Padre José João Pessoa da Costa, ser chefe religioso e chefe político do povoado de São Miguel de Taipu e de Cruz do Espírito Santo, no seu ministério sacerdotal e da política partidária, concomitantemente.

A história da matriz do Divino Espírito Santo registra que é a última grande construção de cunho religioso católico feito no século XIX na Várzea do Paraíba, obedecendo às normas estruturantes da arquitetura no estilo barroco brasileiro, financiada através de doações dos fiéis e da classe dominante. Somente em 03 de março de 1904, a autoridade eclesiástica da Paraíba em nome da Santa Sé Romana desmembrou a referida paróquia da de Nossa Senhora Rainha dos Anjos (São Miguel de Taipu). Até então a comunidade católica de Cruz do Espírito Santo não tinha vigário e sim padres visitantes que celebravam pelas capelas das fazendas e engenhos a convite de seus proprietários. Um exemplo disso, é a própria presença do padre Firmino Herculano de Figueiredo, vigário de Santa Rita e sonhador e/ou mentor principal da edificação do prédio monumental que é a Matriz do Divino Espírito Santo (1884). E até porque somente em 3 de janeiro de 1904 foi criada a paróquia de Cruz do Espírito Santo, diante do desmembramento da freguesia de Nossa Senhora Rainha dos Anjos (São Miguel de Taipu), quando foi nomeado assim o primeiro vigário na pessoa do Padre José João Pessoa da Costa, nascido na cidade de Areia, Estado da Paraíba, aos 9 de maio de 1878 e faleceu em Cruz do Espírito Santo/PB, em 13 de setembro de 1964 e encontra-se sepultado na Igreja Matriz da referida cidade. O Padre José João, foi ordenado com 23 (vinte e três) anos de idade em 1901 e era filho de desembargador. Recém ordenado padre foi vigário de Alhandra e Taguara (atual Pitimbu), Estado da Paraíba, de 1902 a 1904 quando foi transferido para Cruz do Espírito Santo/PB. O referido sacerdote tem as dignidades eclesiásticas: Cônego Honorário do Cabido da Paraíba e Monsenhor Camareiro do Papa João XXIII. Fora da Igreja Romana ele foi chefe político de São Miguel de Taipu-PB (FERREIRA, 2016, p. 137), porém, permaneceu sacerdote até morrer. Ele aqui viveu e conviveu com ricos e pobres, durante sessenta anos em Cruz do Espírito Santo, morreu sendo venerado e respeito por todos, tanto é assim que seus paroquianos o sepultaram nas dependências da referida matriz, na capela do Santíssimo Sacramento, lugar de visitação pública religiosa ou não de quem visita o referido monumento religioso. Quando Monsenhor José João Pessoa da Costa, faleceu 1964, foi substituído temporariamente pelo Padre Paulo Koelen, vigário de Santa Rita, que foi substituído pelo Padre Aluisio Ferreira dos Santos, filho natural de Cruz do Espírito Santo (ele era afilhado de batismo do pai do autor deste texto), depois foi substituído pelo Padre Ricardo Romonelli, que foi substituído pelo Padre Hildebrando Santana, igualmente substituído pelo Padre Moisés Miranda, que teve como sucessor o Padre Piercalo Mazza, depois veio o Padre Giuseppe Laera, que foi sucedido pelo Padre Severino Lourenço, substituído por Padre José Diácono de Macedo e finalmente pelo Padre Moacir Carreiro, que tinha como coadjutor dos trabalhos religiosos o Padre Gabrielle Romannelle e finalmente o Padre Cicero Salvador, o atual vigário, dentre outros sacerdotes e diáconos visitantes. Todos esses sacerdotes são Melquisedeque(s), tendo como fundamentação a Santa Escritura. O motivo do presente artigo é tão somente para registrar a passagem dos cinquenta anos do falecimento de Monsenhor José João Pessoa da Costa, fato esse ocorrido em 13 de setembro de 2014, tendo em vista que ele conviveu durante mais de sessenta anos entre o povo católico de Cruz do Espírito Santo (1904 a 1964).

Na Paraíba logo após a Proclamação da Republica em 15 de novembro de 1889, a exemplo dos demais Estados membros também foi fundado o Partido Católico, sediado em Campina Grande, que dentre os seus candidatos destacamos a figura de Irineu Joffily nas eleições de 1891, diante do resultado negativo das urnas o referido partido foi extinto (JOFFILY, 1982, p. 144-148). Ressaltamos porém de que não foram poucos os sacerdotes que ingressaram e tiveram vitórias na vida política na Paraíba. Um exemplo disso foi a candidatura do Padre Antônio Targino Pereira de Castro, então vigário de Cruz do Espírito Santo/PB, pela ala Venancista em dissidência temporária com a ala Alvarista, representantes da oposição e situação estadual. Tanto a oposição, quanto a situação estadual tinha em seus quadros padres ocupando cargos eleitos e chefias políticas estadual municipais. (MARIZ, 1946, p.55-68).

Assim podemos destacar na vida pública do altar e da política municipal paraibana, simultaneamente:

[...] Padre Aristides Ferreira da Cruz (Piancó); Padre Joaquim Alves Machado (Patos), Padre.José João Pessoa da Costa (São Miguel de Taipu), Padre Jovino da Costa Machado (Santa Luzia), Padre Luís Francisco de Sales Pessoa (Campina Grande), Padre. Manoel Gervásio Ferreira da Silva (Santa Rita) (FERREIRA, 2016, p. 137). Grifamos.

Padre Walfredo Soares dos Santos Leal, que foi Deputado Estadual (duas vezes), Intendente Municipal em Guarabira, onde o mesmo era o vigário da paróquia local, Senador e Vice Governador (tendo assumido duas vezes o governo da Paraíba por renuncia dos titulares) e Senador da República (FERREIRA, 2016, p. 138).

O Monsenhor José João Pessoa da Costa, em sendo um Melquisedeque, pastor por mais de sessenta anos a frente da Paróquia do Divino Espírito Santo, ainda é lembrado e respeitado por sua gente. Ele por analogia pode ser comparado ao que está escrito na Bíblia Sagrada que menciona que Melquisedeque, foi o rei sábio que dominou a terra de Salém, que significa paz e que se acredita que seja a atual Jerusalém, segundo nos ensina o livro Pentateuco, além de ser o “sacerdote do Deus Altíssimo”, ex-vi Gênesis, capítulo 14, versículo 18, um dos livros do Velho Testamento. Já nos tempos da luz, narrado no Novo Testamento, Melquisedeque é comparado literalmente ao próprio Jesus Cristo, o que se comprova pela simples leitura da Epístola aos Hebreus. É possível de que o primeiro registro bíblico da doação de dízimos na faze da terra tenha acontecido através do direcionamento que Abraão tomou depois de ter ouvido Melquisedeque. Assim é certo de que Abraão e Melquisedeque foram contemporâneos à luz das narrações bíblicas. O nome Melquisedeque é uma junção de mais de uma palavra de origem hebraica e significa “Rei de Justiça”. O Padre José João, celebrava a missa em latim e pregava em língua vernácula os seus eternos sermões de conversão e perpetuação da fé católica. Condenava os absurdos da classe dominante apesar de ser amado por todos. Tinha personalidade forte e era respeitado.

De modo que a cristofania, representada por alguns teólogos cristãos mencionam que Melquisedeque é a própria aparição de Jesus Cristo, o Messias, antes de seu nascimento humano, carnal. Isso seria uma espécie de pré-encarnação temporária de Jesus Cristo, já no Antigo Testamento. O padre Zé João era um homem de fé e sabia que Jesus é o Filho de Deus Uno e Trino, presente na profecia do Antigo e Novo Testamento, tendo em vista que se trata de um único Deus.

Por analogia ao comportamento de defesa da fé católica e evangelizadora, o Padre José João, como carinhosamente era chamado por gregos e troianos de Cruz do Espírito Santo, sabia e tinha conhecimento de que em Hebreus, capítulo 7, versículos 1-3, onde o autor ensina que Melquisedeque não teve pai e nem mãe, nem ascendência e nem descendência:

Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também é rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. (HEBREUS, 7:1-3).

O Monsenhor José João Pessoa da Costa é um exemplo de sacerdote, de homem e de defensor da fé que deverá ser seguido como exemplo para a nova geração de padres da Igreja Católica. Ele era sim um Melquisedeque. Através de Gênesis, capítulo 14, versículos 18-19, Melquisedeque é citado como sacerdote do Deus Altíssimo, trazendo pão e vinho e recebe de Abraão o dizimo do que foi conquistado, abençoando-o ao afirmar: ”Bendito sejas Abraão, do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o Deus Altíssimo que entregou teus inimigos em tuas mãos”. E se não bastasse, isso é também é comprovado igualmente em Salmos 110.4: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um Sacerdote Eterno segundo a Ordem de Melquisedeque”. E além do mais, verificamos que Hebreus, capítulo 7, versículo 4, está escrito: “considerai, pois, quão grande era este a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos”. E não fica só nessas comprovações, ainda podemos mencionar: “do qual muito temos que dizer de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir”, no dizer de Paulo, em Hebreus, capítulo 5, versículo 11. E isso não é cristofania via interpretação de teólogos, que muitas vezes não tem amparo bíblico nos tipos de afirmações que fazem em sermões sem eira e sem beira durante suas homilias. O Padre José João era contextualizado ao texto bíblico em todas as suas pregações e além do mais, ele fazia as santas missões em Cruz do Espírito Santo com a presença de Frei Damião, tido como o “Santo do Nordeste”, que ficava hospedado na casa da eterna vereadora Terezinha Ferreira da Cunha, “in memorian”. Ele era um homem de paz e de fé, todos os anos, uma multidão de amancebados ou casais que viviam juntos se convertiam, se batizavam e se casavam durante as missões.

Assim sendo, mencionamos o pensamento de São João Paulo II, em sua encíclica: “Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis”, do dia 25 de março de 1992, que avocava por analogia para si a responsabilidade sacerdotal ao citar Jeremias, capítulo 3, versículo 15: “dar-vos-ei pastores segundo o meu coração”. Além do mais aproveitou a referida encíclica para lançar o desafio universal da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, afirmando que o Padre deve ter ou possuir cinco qualidades essenciais ou fundamentais: 1º) Ser um homem, física e psicologicamente sábio; 2º) Ser uma pessoa de oração e piedoso, o que significa dizer ter devotamento incondicional e filial aos pais, o que vale dizer ter carinho e afeto com Deus, no único e verdadeiro Pai, somente através desse modelo é que ele vai buscar a delicadeza paterna e materna, demonstrando assim a sua experiência humana, via o diálogo com o mundo de hoje, envolvendo todos os homens e mulheres de nossa contemporaneidade; 3º) Ser uma pessoa culta, afirmando de que a formação intelectual de um padre é no mínimo de sete anos de duração de estudos universitários (cursos de Filosofia e Teologia) e que deve ter competência pastoral comprovada; 4º) Ser um autentico e verdadeiro pastor, para tanto deve conhecer a problemática do ser humano para poder dar a resposta pastoral precisa e dentro da visão do mundo eclesial, segundo a hegemonia oficial da Igreja; 5º) Ser gente que saiba viver em equipe, participando do trabalho coletivo, vivendo em comunidade e para a comunidade, evitando trabalhar só, salvo nas coisas do trato direto com Deus. Assim sendo, tudo mais que seja feito através do trabalho coletivo e com a participação da comunidade que ele serve. O equilíbrio, a afabilidade e a capacidade de dialogar complementam tais qualidades que deve ter um padre. Todas essas qualidades o Padre Monsenhor José João era detentor quando de sua passagem pela terra que lhe acolheu na vida e na morte.

O homenageado como chefe religioso e como chefe político conviveu com a situação e com a oposição de seu tempo em São Miguel (Distrito) e Cruz do Espírito Santo, um exemplo disso é sua convivência com os grupos políticos ativos e ideológicos na Várzea do Paraíba sua base de atuação comum, ora padre e ora o político, quando o referido município que era um dentre os trinta e cinco municípios existentes na Paraíba e tinha uma grande respeitabilidade e representatividade no cenário estadual e nacional desde 1891, última década do século XIX e agora não seria diferente em 1917, a começar pelo prefeito Dr. Joaquim Fernandes de Carvalho, que ainda em sua mocidade fez parte da Junta Governativa da Paraíba Republicana em 1891, ex-vi o que escreveu Raimundo Hélio Lopes, tendo como fontes: Celso Mariz na obra “Apanhados”, e na “Síntese”, de autoria de L. Pinto, que textualmente afirma:

Joaquim Fernandes de Carvalho fez parte da junta governativa que assumiu o poder na Paraíba com a destituição do presidente do estado Venâncio Neiva, no contexto de crise política que marcou o final do governo do presidente Deodoro da Fonseca (1889-1891) e o início do governo Floriano Peixoto (1891-1894). Em 3 de novembro de 1891, diante das dificuldades políticas que então enfrentava, o presidente Deodoro da Fonseca dissolveu o Congresso Nacional. A Marinha, apoiada pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, iniciou uma revolta na baía de Guanabara. Diante da ameaça de uma guerra civil, Deodoro renunciou no dia 23 do mesmo mês, assumindo o vice-presidente Floriano Peixoto. Este, ao chegar ao poder, destituiu os governantes que apoiavam Deodoro, como era o caso de Venâncio Neiva, que deixou o governo paraibano em 27 de dezembro de 1891. Em seu lugar, assumiu uma junta governativa composta por Joaquim Fernandes de Carvalho, o coronel Cláudio do Amaral Savaget e Eugênio Toscano de Brito. A junta presidiu o estado até 18 de fevereiro de 1892, quando foi substituída por Álvaro Lopes Machado, nomeado presidente estadual por Floriano Peixoto. Depois dessa curta experiência no governo, Joaquim Fernandes de Carvalho foi eleito deputado estadual na Paraíba para a legislatura de 1892 a 1896. (CPDOC/FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, s.d.).

E a até porque:

[...]

Na Paraíba, os acontecimentos foram precipitados pela iniciativa de Antônio Ferreira Balthar, do coronel Alípio Ferreira Balthar (do Engenho Munguengue, de Cruz do Espírito Santo) e do capitão Edmundo do Rêgo Barros (do Engenho Espírito Santo).(IHGP/GUIMARÃES, s.d).

Mencionamos também a convivência pacífica em 1917 do Padre Zé João com o então senhor dos engenhos Santana e Massangana e vice prefeito José Francisco de Paula Cavalcanti - Coronel Cazuza Trombone - (o mesmo cidadão que em 1934 se elege Deputado à Assembleia Estadual Constituinte e em 1935 nas vésperas do Estado Novo do Brasil implantado por Getúlio Vargas, fez Cruz do Espírito Santo voltar a ter sua emancipação política até os dias atuais). O Conselho Municipal (a Câmara Municipal em 1917 era assim chamada em todo país), era presidido pelo Dr. José Fernandes de Carvalho e o vice presidente Francisco Ignácio Pereira de Castro, e tendo como vereadores em plenário as lideranças políticas ativas: Dr. Alcides Ferreira Balthar (poeta e advogado); Domingos Augusto de Meyrelles, Henrique Vieira de Albuquerque Mello, Joaquim Corrêa de Lima e o Dr. João Úrsulo Ribeiro Coutinho (advogado pela Faculdade de Direito do Recife, industrial, banqueiro, usineiro e pai de Renato, João, Luiz. Flávio, Cassiano, Odilon (CPDOC/FGV, s.d.) e Abelardo).

Além de vigário o padre José João era diretor das aulas paroquiais, uma espécie de escola particular. Conviveu livremente no meio de todas estas sumidades e lideranças partidárias, ideologicamente falando, na teoria e na prática, antes e depois da revolução de 1930. Homem religioso e chefe político respeitado pelas velhas e novas lideranças que iam surgindo, a exemplo de João Batista Brandão, Antônio Carneiro da Cunha, Ramiro Fernandes de Carvalho (Industrial e Deputado Estadual), Renato Ribeiro Coutinho (CPDOC/FGV, s.d.), João Úrsulo Ribeiro Coutinho Filho (CPDPC/FGV, s.d.), Pedro Paiva, dentre outras lideranças igualmente importantes da situação e ou da oposição que a cada vinte e cinco anos aparecem e desaparecem naturalmente.

Ele foi pastor e conviveu durante mais de cinqüenta anos de pastorado ainda no tempo em que as crianças beijavam as mãos do sacerdote e bem com senhoras generosas, benfeitoras, ricas e/ou pobres, católicas e respeitadas na sociedade, mães e esposas honradas, a exemplo de Ana Gomes de Mello Cunha (falecida na década de 40 e sepultada na Igreja do Desterro) e de sua filha Ana Gomes, mãe da senhora Maria Da Luz Mello Cunha – “in memoriam”, ainda no tempo em que os filhos iam à missa com os pais e respeitavam ao pé da letra os ensinamentos dos pais e os pais declaravam o seu amor paternal e/ou maternal publicamente aos filhos em qualquer parte do mundo e em Cruz do Espírito Santo não era diferente. Um exemplo disso é a dedicatória inflamada e escrita de próprio punho encontrada no verso de uma fotografia de mãe para filha:

“A minha querida filha Daluz a recordação eterna de sua mãe que muito lhe estima e minha bênção de felicidades. Abraços: Ana Gomes. Cruz do Espírito Santo, 12.10.53”.

Era esse o rebanho conduzido religiosamente pelo sacerdote aqui retratado com toda singularidade do fato histórico.

Em síntese, o Monsenhor José João Pessoa da Costa, falecido em 13 de setembro de 1964, cinquenta anos depois de sua morte, cuja data transcorreu em 13 de setembro de 2014, ele ainda serve de exemplo, de modelo e ou de paradigma, de Melquisedeque, de sacerdote, de homem e de pregador para as novas gerações não obstante ter sido chefe religioso e chefe político na várzea do rio: Samuraguai, São Domingos e/ou Paraíba. Com a palavra o povo que ainda respeita sua memória, ainda de ouvi dizer em Cruz do Espírito Santo, a sua eterna Salém, à luz das Santas Escrituras.

REFERÊNCIAS

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FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 27/09/2014
Reeditado em 25/07/2018
Código do texto: T4978872
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