PELO SINAL DA SANTA CRUZ

Francisco de Paula Melo Aguiar

Foi o orgulho que transformou os anjos em demônios; é a humildade que faz homens serem como anjos.

Santo Agostinho

Segundo Samuel M. Dhoemaker, o significado místico do pelo sinal da santa cruz, pode ser compreendida e/ou entendida como sendo que “a oração talvez não mude as coisas para você, mas, com certeza, mudará você para as coisas”, o que vale dizer que provavelmente estão ao seu alcance no mundo presente, é apenas uma faculdade de querer ou não fazer. É uma esperança de mudança do comportamento humano para compreender o que lhe é possível e que não lhe é possível, porque tudo lhe é possível desde que você promova sua própria mudança em sua maneira de ser, através de suas atitudes e ações no seu dia-a-dia profissional, familiar e pessoalmente falando.

Um exemplo a ser seguido é o comportamento do pop star religioso católico do Padre Marcelo Rossi, que enfoca “o sinal da santa cruz é uma oração importante que deve ser rezada logo que acordamos, como a nossa primeira oração, para que Deus, pelos méritos da Cruz de seu Divino Filho, nos proteja durante todo o dia”, em todas as suas pregações internas e externas, dentro e fora do Brasil, assim tem procurado proclamar a boa nova.

Disso ninguém tem dúvida de que a cruz é a verdadeira arma entregue por Jesus Cristo, na alegria, na tristeza e na dor, pois, com este sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos inimigos conhecidos, desconhecidos e até mesmo ocultos. Que inimigos?”. E continua o referido sacerdote, como se fosse João Batista pregando no deserto, sempre recomendando em suas pregações de que todo cristão deve fazer diariamente o “Pelo sinal da Santa Cruz; livrai-nos Deus, Nosso Senhor; dos nossos inimigos”, isso em pleno século XXI, distante mais de dois mil anos da pregação daquele que batizou com água e preparou o caminho para aquele que batizará com fogo (Espírito Santo). Enfim, a reza no sentido de oração diária do pelo sinal da santa cruz é concluída com o “em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, amém”.

A religiosidade humana nos parece com sendo uma ideologia teológica (vários caminhos que oferecem salvação em Jesus Cristo), numa tentativa de explicar o inexplicável como sendo uma espécie de “deus” que não é “Deus”, embora ninguém queira aceitar a presença e/ou salvação em um Deus com “d” minúsculo. Assim sendo, teologicamente falando segundo os ensinamentos da Igreja Católica, o “pelo sinal da Santa Cruz”, isto é “ao traçarmos a primeira cruz em nossa testa”, signa que “nós estamos pedindo a Deus que proteja a nossa mente dos maus pensamentos, das ideologias malsãs e das heresias, que tanto nos tentam nos dias de hoje e mantendo a nossa inteligência alerta contra todos os embustes e ciladas do demônio”. Ato contínuo, vem o “livrai-nos Deus, Nosso Senhor”, o que quer significa, “com esta segunda cruz sobre os lábios, estamos pedindo para que de nossa boca só saiam palavras de louvor: louvor a Deus, louvor aos Seus Santos e aos Seus Anjos; de agradecimento a Deus, pois tudo o que somos e temos são frutos da Sua misericórdia e do Seu amor e não dos nossos méritos; que as nossas palavras jamais sejam ditas para ofender o nosso irmão”. E finalmente, a reza e/ou oração do pelo sinal da santa cruz, enfatiza “dos nossos inimigos”, o que vale lembrar que “a terceira cruz tem como objetivo proteger o nosso coração contra os maus sentimentos: contra o ódio, a vaidade, a inveja, a luxúria e outros vícios; fazer dele uma fonte inesgotável de amor a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo; um coração doce, como o de Maria e manso e humilde como o de Jesus".

Na realidade é um grande antídoto contra os olhos grandes em todos os sentidos, pois o pelo sinal da santa cruz deve ser seguido da oração que Jesus Cristo nos ensino o “Pai Nosso”.

Tudo é possível para a pessoa que aceita mudar a maneira de ser e de viver, senão vejamos que “ [...] por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”, segundo Romanos, 8:18, o que significa dizer que o livro dos livros nos ensina que o ser que faz o bem, também pode fazer o mal, basta querer assim proceder e até porque "O justo meditará a sabedoria e sua língua falará segundo a justiça; a lei do Senhor está no seu coração", Salmo 37, versículos 30/31. É verdade que o inimigo está sempre dentro de nossas próprias cabeças.