Para a Lava-Jato, Carmen Lúcia é anti-higiênica

Os descalabros dos procuradores da Lava-Jato já foram desmascarados pelo Intercept, que evidenciou como o juiz Sérgio Moro foi parcial no julgamento de Lula, conversando diretamente com o acusador Danton Dallagnol. As mensagens revelaram até o preconceito dos procuradores contra Lula e a falta de empatia na ocasião da morte da esposa de Lula.

 

O novo caso envolvendo procuradores da Lava Jato é a conversa vazada pela revista Piauí, onde as procuradoras Livia Tinoco e Janice Ascari fazem comentários depreciativos sobre a aparência física de Cármen Lúcia. Era o ano de 2015.

 

Livia chega a dizer que gosta da ministra e que a considera "excelente magistrada", mas emenda: "Em matéria de cuidados corporais, ela é péssima. Parece até anti-higiênica". Diz que a ministra tem "uns dentes horríveis, amarelos e tortos", e que já estava "passada da hora" de ela "fazer um preenchimento e um botox".

 

Em outro momento lamentável, insinuam que ela nunca teve um afeto amoroso nem filho para sustentar, que seria uma mulher franciscana, que não se importa com cuidados de aparência e cabelo.

 

Os julgamentos por duas mulheres sobre uma terceira jogam luz sobre um problema da sociedade: o escrutínio público e privado que o corpo feminino passa. A mulher pública e a que não é tão pública estão sendo submetidas a esse tipo de comentário: 'será que ela pinta o cabelo? Será que o dente dela é de verdade?'

 

A mulher que não se enquadra no padrão de beleza e cuidados da sociedade é logo caracterizada como alguém que não se dá o devido valor.

 

Outro aspecto é a imparcialidade dos procuradores. Hoje, estamos debatendo a conduta desses procuradores da Lava Jato. O modus operandi dessa turma da Lava Jato, o próprio STF já revelou que não havia imparcialidade por parte do juiz Sergio Moro para conduzir essas investigações, por conta desse tipo de mensagem que era trocada.

 

Vale lembrar que a ministra Carmen Lúcia, por diversos anos, foi considerada uma das maiores apoiadoras da operação, votando quase sempre de acordo com as posições defendidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

 

Essa troca de mensagens de pessoas públicas que estavam debatendo em um grupo de trabalho de servidores públicos, com internet paga pelo poder público, gera o debate se esse tipo de mensagem poderia ser trocada em tal ambiente com o dinheiro do contribuinte.

 

Acho que tanto as mensagens reveladas pelo Intercept como pela revista Piauí explicitam qual é o caráter dos procuradores envolvidos na Lava Jato. O próprio Danton está mais preocupado com sua carreira pessoal, em ganhar dinheiro, do que em combater a corrupção. Sua atuação política na atualidade deixa isso bem claro. Que bom que o Brasil revelou como são verdadeiramente as pessoas por trás da operação Lava Jato.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 15/03/2024
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