TESTE DE BRASILIDADE

TESTE DE BRASILIDADE

Responda se for capaz: Primeiro - Quem foi ele? Se de dez, sobraram nove, caso o assunto fosse dedos, e de nove, para roubar foi o suficiente, mesmo assim, com o povo adormecido, por três vezes, foi capaz de ser presidente; Segundo - Dos animais ele comeu, ficou rico da noite para o dia, dinheiro não tinha e nada vendeu, mas um jatinho adquiriu; Terceiro - Médico ele sempre se diz, se alguém salvou eu não sei, mas vice se tornou de quem ele tanto denunciou ter quebrado o Brasil, ao lado de quem hoje é muito feliz; Quarto - A letra “h” em grego tem som de ‘r’, assim, se diz de alguém ruim, mas em português, “H” tem som de “A”, tornou-se ministro, toma conta da fazenda, mas nunca foi fazendeiro, já foi candidato a presidente, hoje “cuida” do nosso dinheiro - nosso fim; Quinto - No ninho eles eram em onze, desses, dez se encolheram e um se tornou de fininho o mais importante, ele é alto, quase um gigante, bateu o martelo e disse: “eu mando no restante, quem se meter no meio, só “Deus nos acuda”, se não, posso mandar todos para a ...; Sexto - Se gordura dá poder, ele se tornou muito poderoso, não obedece a ninguém, sabe falar de mansinho, mas é o mais perigoso - sabe cantar de galo, e quando imprensado, disfarçado sorri, e de todos faz pouco caso; Sétimo - ela Té poderia chamar de “Bete”, queria ser presidente e acabou no confete, tornou-se ministra de manhã e à noite lhe tiraram o topete, pobre menina, tinha sonho de vedete; Oitavo - Jacó traiu Esaú por um prato de canja (lentilha), em Brasília fomos traídos por ela, pois não levava jeito para ser importante, mas quando viu brotar uma oportunidade, logo se fez dama, tomou conta do palácio e até comprou cama, hoje, do nosso dinheiro se esbanja; Nono - Sua importância se tornou tão grande quanto o lançamento do carro “Kics”, de terrorista se tornou presidente, e quando menos se esperava, foi levada a sentar na cadeira dos “Brics”, onde vive sorridente. Que mundo cruel! Já não sei qual meu papel, fiz meu teste de brasilidade, me vi tão velho, pois que não tenho mais idade para lutar, e comigo comunga todos os velhos, homens de verdade, que de tão poucos que restam, foi-se embora nossa liberdade. Pobre juventude, já não se sabe quem é homem ou que é mulher. Na hora da briga, todos correm para o mesmo lado, onde nunca se sabe se macho ou fêmea, que triste a nossa realidade. Socorro Manoel Bandeira! “Vou me embora para Pasárgada, lá sou amigo do rei, lá tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei. Vou-me embora para Parságada, aqui eu não sou feliz, lá a existência é uma aventura, de tal modo inconsequente. Que Joana a louca de Espanha, Rainha e falsa demente, vem a ser contraparente, da nora que nunca tive. E como farei ginástica, andarei de bicicleta, montarei no burro brabo, subirei no pau-de-sebo. Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado, deito na beiro do rio, mando chamar a mãe-d’água pra me contar as histórias que no tempo de eu menino, Rosa vinha me contar. Vou-me embora para Parságada. Em Parságada tem tudo, é outra civilização, tem um processo seguro, de impedir a concepção, tem telefone automático, tem alcaloide à vontade, tem mulheres bonitas para a gente namorar, e quando estiver mais triste, mais triste de não ter jeito, quando de noite me der vontade de me matar - Lá sou amigo do rei - Terei a mulher que eu quero, na cama que escolherei, vou-me embora para parságada.” Onde será este lugar inspirado pelo poeta? No seu imaginário, uma espécie de refúgio, um local maravilhoso que só existe na sua imaginação - onde só há espaço para os prazeres da vida. Portanto, não se preocupe com o teste de brasilidade, e nem permaneça no seu imaginário, antes, é preciso partir para a luta, esse pedaço ainda é nosso, basta que saiamos da gruta e, com nossa brasilidade vençamos a lida. Por terem nos roubado a liberdade das palavras, com elas fazemos poesia!