O Estado Russo & o Perigosinho

Aprendi, lendo Maquiaveli, que o pior exército é o de mercenários.

Durante toda a História, soberanos e generais levaram a pior com semelhante pessoal.

Agora, na linda e loira (por fora, só) Ucránia, não poderia ser diferente.

O Grupo Wagner ( ótimo nome para uma banda de classical power metal), superestimado pelo stablishment russo, tomou ares de força dianteira nos combates.

Em uma guerra, nunca a elite militar segue na frente. Primeiro envia-se reservistas, tropas médias ( recém profissionais), e mercenários (EUA usam muito esta fórmula). Se a coisa ficar feia, colocam os cowboys e espadachins.

É aí que entra o Grupo Wagner.

Fundado por Yevgeny Prigozhin, ex-presidiário da pesada na Rússia, tornou-se célebre como força militar privada, agenciadora de mercenários de todo o planeta, e no caso da Operação Militar na Ucránia, com fileiras recheadas de presidiários, que trocaram o tempo de pena, pela atividade no front de combate.

Uma beleza.

Desde o início das escaramuças, o Wagner é protagonista de atrocidades inabordáveis,

Rivaliza em brutalidade e ausência de qualquer escrúpulo, com os dois sustentálos do Governo Zelensky: os Batalhões Azov e Aidar, na verdade, bandos ou milícias de fanáticos nazistas adoradores da suástica.

Deu no que deu.

Absoluta falta de qualquer resquício de respeito ou humanidade de ambos os lados. Descrições nojentas de tormentos infligidos às populações indefesas, máquinas de matar movidas pela ambição corrompida dos líderes.

O que o Estado Russo queria?

Era óbvia a intenção golpista de Prigozhin, desde o início, criando sempre conflitos com a cúpula militar russa, de maneira a aparecer na mídia como o único movido pela fidelidade à Mamãe Rússia.

Volodomyrzinho esfregou as mãos. Mistura midiática de vendedor de conteúdo com santo de chanchada, Zelensky viu logo a chance de sucesso na contraofensiva, e de saldo favorável dos bilhões de dólares despejados por Eua e aliados, constantemente, no abastecimento da guerra. Em tudo idêntico às vendedoras de conteúdo e moçoilas, hábeis em pedir pix aos velhotes babões das redes sociais, sempre que pode pede um bilhãozinho aqui outro lá, sempre em nome da resistência neonazista (sim, porque entre outros motivos desencadeadores do conflito, a submissão do Governo Zelensky à extrema-direita nazista, é absoluta).

Voltando ao Perigosinho (vamos chamá-lo com o carinho que as trapalhadas exigem), quem disse a ele que o Putin é idiota, medroso e indefeso?

Assim que o Wagner entrou pela fronteira russa na direção de Moscou, as tropas de elite (56a Brigada Aerotransportada à frente), embarcaram rumo aos arredores da Capital.

O que se viu, foi o prelúdio de um massacre, que não ocorreu, porque Perigosinho foi o primeiro correr, deixando seus comandados vendo bala, dando a impressão que foi assessorado na tentativa de golpe, por Bozo, Anderson Torres e Ives Gandra, tamanha a falta de nexo e domínio cognitivo das ações.

Ou seja: Zelensky vai ter que encarar o fato de que se meteu numa roubada, e que a luz no fim do túnel é do trem que vem a mil.