CPMI, QUANDO AS IMAGENS NÃO FALAM

CPMI, QUANDO AS IMAGENS NÃO FALAM

Se inverter a sigla CPMI, por IMPC, ficaria traduzido por Inquérito Mentiroso de Parlamentares da Comissão, quem não entendeu? O arranjo já havia começado na composição da comissão, para que houvesse confiança no seu trabalho, a primeira coisa a fazer seria igualdade de representação, não foi o que aconteceu – o governo ficou com maioria, num arranjo intencional para impedir o avanço das investigações, ou seja, que a verdade viesse à tona. O que toda a mídia da internet mostrou e tem mostrado, já é do conhecimento da maioria dos brasileiros: tudo foi armado pelo governo, mas, quando as imagens não falam, as vozes se atropelam em clima de guerra. Não demora muito, haverá alguns infartando de tanta indignação, e sendo engolidos pelo monstro faminto das vinganças infindas. A quem ouvir nesta hora? Ou melhor, quais deverão ser ouvidos e quais não deverão ser ouvidos? Até na composição da pauta, o governo está conseguindo blindar! Ora, se nesta formação da pauta estão sendo levantadas as questões que implicam em investigação, ou seja, a formação das peças do inquérito, para que em seguida se debruce objetivamente em julgar, e, a bom termo revelar a verdade sobre os acontecimentos de oito de janeiro. Aqui de fora, já vimos tudo, não só o enredo, mas toda a composição de uma história impactante, deslavada e esdrúxula. É tão estranho que, sendo tão espertos e armados, tenham se esquecido das câmeras ligadas por todos os lados, e mesmo estivessem passeando pelos corredores, conferindo passo a passo de todo um cenário, onde os atores principais checavam cada canto. Quando as imagens não falam, o trabalho desta CPMI não chegará a lugar algum, pois que, tão logo sejam parte das investigações, certamente que serão convocados peritos para confirmar a veracidade de cada uma, e sabe quando isso terminará? Nunca! Nem serão linhas gravadas para compor a própria história do país, e até, terão passados os anos de uma ditadura cruel de quatro anos de imbróglio sustentado pelas mais altas cortes do “país das maravilhas”, onde se rouba sem limites, onde se zomba dos homens de bem, onde as riquezas se esvaem a bem das ongs e amiguinhos do Fórum de São Paulo, ainda dos fazendeiros ocupantes de terras indígenas. É o país das maravilhas! Dele desfruta quem pode, e quem não pode, obedece – se não, pode ser preso, pode desparecer sem que deixe rastro, pois o monstro é cruel demais, apesar de ter os dias contados. Quando não há justiça, o povo padece, porém, para os que creem, ela jamais será tardia, quem tem olhos verá. Deus ama a justiça, mas odeia a injustiça, e de Deus não se zomba, aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Nesta justiça nós cristãos confiamos e nela firmamos nosso propósito, cultivamos a nossa paciência até que ela venha sobre os homens maus deste país. Quando as imagens não falam, a cegueira toma conta, os discursos não convencem, os políticos perdem a sua honra, o povo se indigna. Outros cegos, por não perceberem o que resultaria da sua ignorância no momento das escolhas, nos levaram a todos aos mesmos sofrimentos – os justos pelos injustos. Esses, se ainda tiverem vergonha e arrependimento, deverão se apresentar para a luta, pois que, mais que os políticos que tentam levantar suas vozes julgando que alguém as ouvirá, estamos nós do povo com as decisões em nossas mãos, se permanecermos calados e inertes, não esperemos que venha uma solução. Quando nem as imagens falam, nem o Congresso alcança, fica em aberto a palavra.