UM HOMEM SEM ALMA

UM HOMEM SEM ALMA

Antes de qualquer pensamento Teológico, um homem sem alma, se diz daquele que não mais consegue se enxergar em detrimento do outro. Ele existe, mas o seu “eu” vai se distanciando na proporção em que sua imagem não mais é refletida, tornando-se opaca, ou seja, sem espelho ele não se vê como um outro, se perde na sua essência, se objeta no vazio que ele construiu. Na alma se reside o verdadeiro “eu”, é a parte refletida do Criador na sua criatura, ela é a diferença entre o temporal e o eterno, o temporal deixa de existir quando o eterno é contemplado. O sentido figurativo é apenas no entendimento de pessoas que verdadeiramente existem, mas na sua essência, elas simplesmente se dissolvem, o que em outras palavras, poder-se-ia dizer: sem alma. Na Teologia se torna mais fácil o entendimento: corpo, espírito e alma, me identificando como tricotomista, portanto. A constituição do corpo que caracteriza a espécie humana, ou seja, dizer do que é o humano - humano é humano, e macaco é macaco, nos diferenciando na essência que é refletida, sendo o homem o principal de toda criação dentro do propósito do Criador. O ato sexual é o processo, no entanto, o folego de vida é quem propicia a existência, o sopro do Criador, criatura com responsabilidade eterna. Em suma, cada um de nós é projeto de Deus e não obra do acaso. Voltando ao tripé de nossa existência. O corpo humano, é uma construção fantástica constituída para abrigar a alma. No entanto, na sua função, o corpo atende ao que meu espírito determina em atendimento às necessidades orgânicas (a mente é o provedor), ele me diz: estou com sede! Meu provedor faz com que eu busque água, e não gasolina. Logo, o meu espírito atende as necessidades funcionais do corpo, e cada um de nós toma a decisão segundo o seu espírito. Quando meu corpo se encontra satisfeito de acordo com os meus sentidos, o desejo de suprimento para a alma é o que transcende, está além do que é efêmero (psiquê) o que é eterno se manifesta na busca pela essência do meu verdadeiro “eu” que está em Deus, isso é inerente a todo ser humano. Aquilo que meu espírito produz por si somente, não supre os anseios da alma – “Minha alma tem sede de Ti ó Deus, quando me apresentarei ante tua face?” diz o salmista (Sl 42). “Porque estás abatida ó minha alma, e porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face”. Para quem é capaz de entender a sua alma, basta contemplar o sorriso de uma criança; o abraço da pessoa amada; a gratidão pela vida com saúde; o momento de adoração a Deus. Mas, o homem sem alma, pode ser aquele que se julga ter o poder, que age sem piedade, destituído de amor, que não enxerga o seu próximo, que não tem lágrimas, de coração é malvado, de mente infernal consumido pela covardia – são os que matam, se drogam, se prostituem, se corrompem, que roubam, que se enveredam pelos caminhos da injustiça, que se satisfazem com a futilidade. Por sua descrença, não se importa com as contas a serem prestadas a Deus, não pensam na eternidade. Posso afirmar: quem tem olhos verá a queda desses homens maus que ora governam o Brasil. Todos serão comidos pelos vermes da terra, porém, o peso maior será o castigo eterno. O homem sem alma, na sua temporalidade poderá deixa-la de lado por um momento, no entanto, a beira da morte se lembrará de que não é nada nesta vida, seu legado será apenas uma lápide com a inscrição: jaz aqui um homem um verme. Sua alma foi entregue à escuridão eterna.