SERVO OU ESCRAVO?

SERVO OU ESCRAVO?

De início, pode parecer que a duas palavras tenham o mesmo significado. Contudo, as palavras podem ganhar significados diferentes. Do ponto de vista bíblico, o que vive em pecado é escravo do pecado e já não tem domínio sobre sua vontade; enquanto a palavra servo surge como aquele que serve ao seu Senhor, está comprometido com uma causa – o cristão é chamado de servo de Cristo. Contudo, no trato com seus discípulos, Jesus dá novo sentido – Portanto, nem servos nem escravos, mas “já não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (Jo 15.15) Mesmo ante essa dificuldade, até mesmo dos dicionários, me parece existir a possibilidade de interpretação contextualizada com a situação a ser exposta. Logo, em se admitindo essa possibilidade, quando nos vemos como cidadão de nossa Pátria, nosso “estado de direito” nos trata, em princípio como servos, ou seja, o conceito de servo traz uma herança de tempos feudais. Tempos passados, o servo feudal era um camponês, era-lhe permitido receber sua terra com a finalidade de proporcionar-lhe o sustento, porém, por ela, paga impostos sobre sua produção, tendo ainda que prestar serviço ao seu senhor e ainda submisso aos seus mandos. Desta mesma forma são servos do Estado, os empresários, trabalhadores, pois que, todos são submissos aos mandos de um governo – o chamado livre comércio, direito de ir vir, são relativos, uma vez que estão sob a tutela do Estado que os resguarda, enquanto cobra impostos e impõe condições segundo seus interesses. Assim, o servidor público que por seu salário se dispõe em atender ao público – servo, portanto. Quase um escravo, porém, com algumas regalias. Pelos constantes ensaios de havidos pela esquerda não somente no Brasil, mas como em todo o mundo, há uma intromissão velada sobre os cidadãos, quando vem lhes tirando direitos, privilégios, próximos de uma escravidão. A começar pela família já desgastada e ameaçada como uma instituição divina; filhos sobre ameaça de se tornarem propriedade do estado; crianças sendo desviadas dos bons costumes, engodadas pela escola do gênero sexual. Quem seriam os senhores a exemplo do período feudal? Notadamente, não há que ser confundido o modelo político que privilegia, homens maus, criminosos de colarinho branco. Quais trabalhadores diríamos que vivem à margem dos interesses políticos por uma causa de melhores salários para os professores, militares – escravizados, sim, pois que tratados como desiguais. Que dizer de uma justiça que não funciona, a não ser em favorecimento às bancas de advogados – “senhores do direito” que na sua grande maioria são privilegiados com maior celeridade em seus processos, enquanto outros às centenas de milhares permanecem amontoados nas varas e fóruns de todo o Brasil. Servos ou escravos? Que cada um faça juízo sob qual situação a que estão submetidos como indivíduos que fazem parte desta sociedade de desiguais. A despeito de todas essas coisas, permanece o espírito cristão, único que conduz aos que vivem em comunidades religiosas, onde o pão pode ser dividido, onde o sorriso pode ser dispensado a todos, onde são possíveis os braços, onde os que comungam da sua fé podem ser chamados de amigos. “Há muita fome no meu país, há tanta gente que é infeliz! Há criancinhas que vão morrer, há tantos velhos a padecer! Milhões não sabem como escrever, milhões de olhos não sabem ler, nas trevas vivem sem perceber que são escravos de outro ser.” (Hino 552-HCC). Então, como te sentes? Servo ou escravo?