O que será do Brasil? A democracia brasileira por um triz

Faltam poucas semanas para as eleições de outubro, eleições estas que provavelmente serão as mais importantes da Nova República, capazes de definir a situação do país não só nos próximos anos, mas talvez nas próximas décadas e gerações.

O que há de se considerar, primeiramente, é que o estado brasileiro está em ruínas. O modelo político e institucional de 1988 falhou. As contas públicas beiram a anarquia, tanto a nível federal como estadual. As instituições servem a poucas classes e setores que se beneficiam do acesso ao poder (servidores públicos da elite e mega empresários, por exemplo), enquanto a maior parte da população é asfixiada pela enormidade de normas e obrigações para com o Estado. Com a morte da sociedade, também morre o próprio Estado e isto poucos parecem perceber.

Diante desse cenário, resultado de inúmeros fatores históricos e institucionais, deu-se a reação da sociedade (des)organizada. Desorganizada porque só a visão de abismo é que motivou as massas a se insurgirem contra o poder dos setores organizados e, também, porque vem de forma equivocada. Enquanto briga-se pela hegemonia cultural e política, também concorre o declínio da democracia. Muitos não querem reformas profundas e democráticas no sistema vigente. Querem uma revolução.

Os militares já se posicionam para tomar o poder (de que forma, ninguém sabe). Do outro lado, os grupos de esquerda desrespeitam todas as instituições constituídas ao afirmar que são vítimas de uma conspiração, de um golpe. É certo, porém, que ambas as partes acirram as narrativas de ódio e o próprio processo revolucionário.

Não é mais questão de quem está certo ou errado, mas de como faremos para evitar o colapso e a irrupção da anarquia.