Domínio do fato e fato indeterminado...

Tudo está bem nítido. E cada um vê de acordo com a sua capacidade cognitiva. Se alguém ainda acredita que se faz justiça, que assim pense. Mas os fatos demonstram o contrário. A justiça brasileira é aliada inconteste do golpe contra a democracia; um golpe contra os pobres e a classe média. Não, o juiz de primeiro piso, no comando da Lava Jato é só uma peça no tabuleiro da justiça, que faz política e justiça seletiva. E se desmoraliza aqui e lá fora. Será descartado, como foram Gurgel e Joaquim Barbosa; como foi Janot. Mas descartado por quem? Pela chamada mídia empresarial; pelos 3% dos que monopolizam a riqueza do país. Assim como foram descartados os manipulados seguidores do pato amarelo. Eles não mobilizam, pois foi-lhes retirado dinheiro, que os sustentava e mídia, que lhes dava visibilidade; também porque muitos paneleiros perceberam a enrascada em que se meteram. Basta um pouco de raciocínio para entender o que está em disputa. Joaquim Barbosa ganhou o prêmio Faz a Diferença, das mãos dos Marinho, os todos poderosos da Globo. JB, Gurgel e procuradores amantes de holofotes, fizeram o trabalho sujo, condenando, pelo domínio do fato, parlamentares que incomodavam o sistema e alguns empresários, empreiteiros, que legal ou ilegalmente, financiaram eleições a todos os partidos, mas a justiça seletiva lançou suas garras aos que implantaram projetos de inclusão social e soberania nacional. Sérgio Moro recebeu o mesmo prêmio das mesmas mãos sujas e, agora, a Carmen Lúcia, presidente do SUPREMO. A senha para que Lula seja preso. Cada um que tire as suas conclusões. Domínio do fato e fato indeterminado são as formas encontradas de condenação, uma vez não encontradas as provas materiais. Prevalece, na justiça seletiva, a convicção. E aos amigos, parceiros de golpe e corrupção, prescrição. Que modo estranho de condenar políticos e empresários; de quebrar o país. Não há justiça em que as pessoas são condenadas, para depois buscar as provas; em que a presunção da inocência é descartada; a Constituição rasgada. Mas muitos, com sede de sangue, quer mais sangue. A turba ensandecida, aplaude. Não importam se o Estado de Direito é vilipendiado. Foi o ódio sutilmente introjetado nos corações incautos, que tornou cega uma parcela considerável da população. Ódio disseminado pela mídia concentrada nas mãos de seis famílias. Mas esta mesma mídia é também uma peça no xadrez do golpe. Há forças, agora não mais ocultas, operando: A CIA. De novo o governo dos Estados Unidos e as grandes corporações financeiras, petroleiras, industria bélica, entre outras. Agora entende-se porque Moro e procuradores viajavam e viajam tanto aos Estados Unidos.

Tudo está bem claro. Mas não se iludam. O golpe não venceu. Tivesse vencido, quem estaria no topo das pesquisas eleitorais seria o ilegítimo Temer ou alguém ligado ao golpe. A direita venceu no tapetão, na vilania. Entretanto é Lula, massacrado cotidianamente pelo consórcio jurídico-midiático quem lidera a corrida presidencial. Por isso a necessidade de tirá-lo da disputa. E vão tirá-lo sim, prendê-lo, provavelmente. Eles não têm saídas, são reféns da mentira criada, precisam seguir o roteiro, o power point. A prisão de Lula, pelo "fato indeterminado" (sic) consumará a derrota dos golpistas.

"Nós estamos dando uma surra no golpe, na direita e em todo o campo dos partidos golpistas. 96% da população rejeita Temer. Lula tem de 55% a 60% de intenção de votos válidos em qualquer instituto de pesquisa. O PSDB é o partido mais rejeitado do Brasil. A Rede Globo é a emissora de TV mais odiada do país. Alckmin não sai dos magros 6% de intenção de voto para presidente. Meirelles tem 1%. Huck enfiou a sua viola desafinada no saco. Sergio Moro chafurda na lama da impopularidade. Quem está perdendo, cara-pálida?" (Gustavo Conde).

É verdade que há pessoas desesperadas com a falta de perspectivas; faltam empregos e os que há, são precários; as privatizações acontecem em ritmo acelerado e o nosso patrimônio entregue às grandes empresas estrangeiras, como o pré-sal, Embraer, Eletrobras, etc. Aos que acreditaram, que a corrupção seria combatida, perceberam o quanto foram ludibriados.

"Mas, no campo ideológico, essa direita que devasta a estrutura de poder e canibaliza a soberania nacional não está construindo absolutamente nada senão um imenso sentimento de rejeição e ódio históricos. Ela conquista também o adesismo dos fracos e dos covardes - a primeira coisa que faz um covarde é aderir ao poder, seja ele qual for", concluo com as letras de Gustavo Conde.

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