Tiroteio na Assembleia Legislativa do RN

Em 1960, logo após as disputas eleitorais para o governo do Estado, quando ainda os ânimos estavam acirrados, aconteceu um fato que marcou a história política do Rio Grande do Norte, e narrado na obra de João Batista Machado: “Resgate da memória política”, pag. 99.

Carvalho Neto, deputado Estadual, denunciara em sessões anteriores da Assembleia Legislativa que o Deputado Moacyr Duarte pediu dinheiro ao empresário italiano Cornélio Giordanetti, proprietário do “Moinho Mobrasa”, para a campanha política daquele ano.

Moacyr repeliu a insinuação e exigiu provas das acusações contra ele. Foi incisivo: “Se Vossa Excelência não provar o que acaba de afirmar, pagará um preço caro pela sua irresponsabilidade”. A Acusação nunca foi comprovada.

Numa sessão tensa, quando todos já previam o que iria acontecer, Carvalho Neto pede a palavra e sobe à tribuna. O plenário fica em suspense.

O deputado reafirma as acusações, mas não apresenta a fita gravada que dizia possuir. Moacyr o aparteia e cobra a apresentação da prova. Carvalho desconversa, mas reafirma as acusações. Moacyr saca a arma e dispara em direção à tribuna. Carvalho percebe o seu gesto e tenta abaixar-se numa atitude de defesa, mas escorrega e cai para trás. Essa atitude involuntária salvou sua vida. As balas ultrapassaram a tribuna ao meio.

O tumulto tomou conta do plenário e das galerias lotadas. De repente ouve-se o disparo de um tiro que supostamente seria endereçado ao deputado Moacyr Duarte, porém o atingido foi o deputado Garibaldi Alves, irmão do Governador eleito Aluízio Alves e pai do atual senador Garibaldi Alves Filho, que nada tinha com a briga entre os parlamentares.

A Assembleia Legislativa funcionava onde hoje está instalado o edifício-sede do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte.

Garibaldi Alves foi transferido para Recife, onde foi operado.

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 25/11/2017
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