VENEZUELA E OS EUA

Não estou defendendo ou acusando Nicolas Maduro de nada, não estou achando que foi correto ou incorreto a instalação de uma nova constituinte na Venezuela. Na verdade, como a quase totalidade de nós brasileiros, pouco (ou quase nada) sei sobre aquele país, até porque as notícias a respeito que chegam até nós, com toda a certeza no mais das vezes são distorcidas, deliberadamente ou não, no sentido de adaptar fatos (ou supostos fatos) ao ponto de vista e/ou ideologia do agente (ou agentes) noticioso que as veiculem. Existe uma "grande mídia" (tradicional) no mundo ocidental capitalista, e no Brasil em particular, que nos dá suas versões dos fatos sobre o processo histórico contemporâneo da Venezuela, com versões ensejadas a partir de uma perspectiva capitalista (neo liberal?) e/ou "direitista"; e pequenos inúmeros noticiosos (sobretudo Blogs) que nos dão suas versões ensejadas a partir de uma perspectiva "esquerdista". Assim, me sinto meio no escuro a respeito, ainda que assumidamente eu seja esquerdista desde criancinha.

De um modo ou de outro no entanto, afirmo, com todas as letras, que cabe a própria Venezuela do modo que venha ser possível, mesmo que à longo prazo, encontrar o caminho que melhor lhe convenha. É ilícito, é imoral e é cegueira defender-se intervenções de quaisquer natureza por parte de nenhum país, muito menos dos EUA, à autodeterminação de qualquer povo: Seja Vietname, Seja Coréia, seja Iraque, Seja Irã, seja Afeganistão, Seja Líbia, Seja Síria ou seja Venezuela. Salvo evidentemente se sofrer algum tipo de ataque (ou ameaça real) militar ou coisa que o valha.

Em situações extremas, específicas; ainda que se trate de um organismo hoje não muito confiável aos olhos de boa parte do mundo; cabe a ONU, através de seus conselhos, optar ou não por intervenções ou sanções de qualquer quilate em uma nação soberana, quando for o caso e por decisão de um colegiado de nações: é o que temos, boa ou ruim, a ONU. Nunca apenas um país, ou meia dúzia deles. A não ser que seja inscrita uma constituição mundial, com a participação de representantes de todos os povos da face da Terra, delegando aos EUA, por exemplo, a condição de XERIFES da Terra com amplos poderes de julgamento e ação.

Mas, pensando bem, deixemos de papas na língua: a questão da Venezuela do ponto de vista do EUA e seus aliados europeus principalmente, não está relacionada com defesa da "Democracia", ou combate ao "comunismo", ou qualquer outro pretexto: no caso específico trata-se de ações ligadas a Geopolítica. De petróleo. De hegemonia política e econômica na América Latina. De aprofundamento do colonialismo moderno onde o "maior", o "mais poderoso", quer a subserviência do menor para melhor lhes explorar as riquezas. Os não subservientes passam a ser alvos dos "xerifes" do mundo. O alvo do momento é a Venezuela.