apolítica EU não sou

Nunca defini bem do que este blog se trata. Mas por que fazer tal coisa? Além disso, eu não me imagino escrevendo sobre uma coisa apenas – sobre um algo específico (aqui no blog).

Mas, e se me fosse proposto isto, do que falaria eu? Sobre o amor, família, esporte, política, humor, cultura, viagens, novelas, fofocas, moda...? Uma infinidade de temas, cada um com sua relevância num mundo globalizado, em que as redes sociais têm tornado as pessoas, de todas as idades – superconectados, hiperconectados, multiconectados – sim, isto são palavras do Português que possuem prefixos e sim, elas querem dizer a mesma coisa: a geração das pessoas que estão/vivem conectadas com a Internet.

Todavia não é sobre isto que quero falar, em mais um texto. Contudo, deixo claro: eu falo/escrevo o que eu tiver pensando na hora, na semana. Algo que eu sinta necessidade de expressar mesmo! Não porque alguém pediu, ou porque é o assunto do momento! E, eu não quero ser arrogante dizendo isto, só estou querendo dizer que gosto de escrever assuntos que me despertam interesse e, que eu queira compartilhar. Tá bem? Ótimo.

Sei que há poucos textos ou quase nenhum, neste blog, sobre política. Hoje quero falar sobre o assunto. Eu não levantarei aqui, nem uma sequer bandeira; também quero dizer que não sou ‘apolítica’.

Segundo definição do Google, o termo se refere a: “ (apolítico) que não é político, que não apresenta significado político; que não se interessa por política ou por ela tem aversão; aquele que não se interessa por política ou por ela tem aversão”.

Com tudo isso, é impossível não pensar no que vem ocorrendo com nosso país. Nos últimos meses ou melhor – há exatos um ano, nós brasileiros: ou nos calamos, ou fechamos ou olhos e ouvidos, ou discutimos, ou protestamos de alguma forma. Isto tudo pode ser feito de uma só vez também; ou nada disso ser feito ou até isto e mais, pode ser feito.

Do golpe às reformas. Do que falar primeiro?! Nem sei se isto merece uma ordem.

Quando falamos sobre política, não significa dizer que a pessoa gosta dela, aprova ou desdenha. Quando falamos de política, estamos também exercendo um direito nosso. Pois enquanto cidadãos também possuímos este direito de controle, de participação, de voz e expressão. É bem no início de nossa Constituição que fala sobre a participação: Art. 1º “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da desta Constituição”. A constituição é clara em dizer que, o [presente e futuro] da nação estão nas mãos do povo, isto é, através da participação dos cidadãos.

Quando ocorre, por motivos justificáveis e aceitos, uma mudança em leis, documentos sociais, etc e até na Constituição foi através da participação de representantes de grupos sociais. Desta forma, concluímos que reformas em que a sociedade não tem o direito de opinar, pensar, aceitar ou não é um ato inconstitucional.

Def. “Inconstitucional, que se opõe ou vai de encontro a constituição (reunião das leis que regem uma nação) de um país; contrário à constituição; anticonstitucional”.

Falando de protestos. Eu desprezo toda esta mídia televisiva que, mostra quase que um massacre as motivações e as forças que movem estes movimentos. Você assiste a TV e o que percebe nas notícias é o enfoque dado a “pessoas que vão as ruas fazer motim, baderna, atrapalhar o transito diário das pessoas”. Mostra ainda, os que vão encapuzados levando a violência e afrontando a segurança. Por quê?

Então a pessoa instruída a ver este tipo de mídia, apenas a concordar, e ouvir reportagens que mostram versões diferentes e no final dar àquele ‘boa noite e até amanhã...’, enfim como estas pessoas serão politizadas, como elas podem ter pensamento crítico do que ocorre com o país? Do que realmente está a acontecer com as reformas e propostas?

As ‘propostas prioritárias’ serão mudanças absurdas à toda a sociedade brasileira, principalmente às mulheres, aos negros, ao idoso, a população que tem pouco recurso. É sim, uma reforma baseada em mitos que se agarra numa ideia de “crise” da previdência – o que também é uma farsa.

As propostas prioritárias como a de congelamento de gastos de todas as áreas, incluindo a saúde e a educação que só poderão ser corrigidos pela inflação dos últimos 12 meses; a reforma da previdência que pretende criar uma idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres tanto na iniciativa privada quanto na pública; a concessão de privatizações; as mudanças no ensino médio com modificações no currículo; a reforma trabalhista e a terceirização, tratando de regras de contratação e também da jornada de trabalho.

Percebe o quão estas mudanças mexem com a constituição? Sobretudo com direitos conquistados através dos movimentos sociais como a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) [que em muito ainda há falhas]; como os direitos trabalhistas trazidos por meio da CLT, a jornada de trabalho, as condições de trabalho [e ainda convivemos com denúncias de casos de escravidão no país]; sobre a reforma da previdência, o presidente falava de igualdade de gênero [ele quer igualar a idade para aposentadoria entre homens e mulheres], no entanto, essas desigualdades persistem com disparidade salários, as jornadas exaustivas tendo estas de lidar com trabalho e com os afazeres domésticos, e, será assim 25 anos de contribuição para ambos os sexos, além da alteração das regras de alguns benefício como o de Prestação Continuada(BPC) [salário mínimo para idosos acima de 65 anos em extrema pobreza e pessoas com deficiência, só será pago a partir dos 70 anos]; a educação nem se fala! A quem irá favorecer esta reforma do currículo? “Em síntese, a formação dos jovens será dividida em duas fases. 1ª mantém as 13 disciplinas que hoje são obrigatórias. 2ª parte delas passa a ser facultativa com o objetivo de direcionar os estudos dos adolescentes para a formação profissional que ele desejar”. Ótimo! Mas e as escolas do interior... aquelas salas de aula multisseriadas, ou ainda aquelas escolas que a estrutura é péssima, onde não há cadeiras, quadro, giz, professores?

Mas isso ainda existe? Ah, é claro! Então, por que não reformar as escolas, os espaços educacionais? Por que não procurar entender o que está acontecendo nestas cidades, em que a educação não é eficaz? Por que não fiscalizar os repasses de verbas, os projetos que são propostos, a merenda que não chegou ainda? E o transporte para crianças e adolescentes irem da área rural a urbana, que deixa a desejar? Por que não valorizar o profissional da educação?

Há muito o que ser feito e não refeito/reformado.

Então, tem como ser imparcial diante de tudo isto? É sim, necessário falar de política – falar de nossos direitos é exercer a cidadania, portanto, defendê-los é nosso dever.

Elisângela Feitosa
Enviado por Elisângela Feitosa em 13/05/2017
Código do texto: T5997850
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.