ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016! QUANTO VALE O SEU VOTO?

Vem aí, mais uma vez, em todos os rincões Brasil adentro as eleições municipais, período eleitoral em que muitos candidatos, de modo proposital, deixam aflorar os problemas sociais, não com o propósito de mostrar para o eleitorado que os municípios precisam melhorar, até mesmo porque muitos já tiveram a chance ou estão atrelados àqueles que também já tiveram oportunidade de contribuir para o bem comum e foram omissos, ora, a intenção é nocautear os concorrentes, transformando-os em adversários, se passarem pelos salvadores da Pátria e, muitos, depois de eleitos, olharem somente para seus próprios umbigos, enganarem o povo, mais uma vez.

Já não é mais novidade. Para candidatos descompromissados com a sociedade eleição é mais que uma disputa acirrada. É mania de levar a vida fácil e confortável em cima da desgraça de uma maioria de enfraquecidos. Nós, enquanto meros eleitores estamos sozinhos, num barco social desgovernado sem cais, sem porto seguro, como sempre. Novamente o papel de espionar os mal-intencionados é de cada um de nós. É tempo de ficarmos espertos com as armadilhas que estão por vir. Para ganhar votos e sair na frente muitos vão jogar sujo, como grande parte deles sempre faz. No fim das contas são eles, os pseudogestores, quem sempre ganham. Quem perde é o eleitorado.

Em Wanderley, município do oeste baiano, provavelmente não será diferente, até este exato momento, pelo menos quatro indivíduos já se pisicionaram como pretensos candidatos ao cargo eletivo wanderleense para o quatriênio 2017/2020. Diante disso, a impressão que se tem é que a comunidade esbanja opções para votar, o que de fato não é verdade, salvo, talvez, se esses e outros não vierem de ramificações que, outrora, ao passar pelo poder, transformaram o ato de governar a coisa pública, num elemeto de cunho assistencial individual, parcial, familiar e amigável, agregando vantagens grupal e unilateral e zombando do social.

Como caracteristica geral do quadro político do Brasil, em Wanderley, a política partidária, muitas vezes, também tem deixado de cumprir sua função social, se transformando num verdeiro enojamento, num caos. Muitas vezes, o problema está justamente na falta de fiscalização no município, o que não obstante, acaba contribuindo com a facilitação para que políticos inescrupulosos exerçam práticas corruptas, execrando a sociedade que acaba por arcar com os prejuízos provocados pelos feitores, sem cessar. Há gestores que tratam o dinheiro público com total falta de compromisso para com a sociedade. Para se ter um pequeno norte do descaso político wanderleense, vejamos como exemplo, o fato de prefeitos tentarem se reelegerem e uma vez sendo derrotados nas urnas acabarem por entregar a cidade sucateada, prédios municipais e prefeitura sucateados, documentação ausente, papel pelo chão, computadores supostamente substituídos por carcaças, armários danificados, veículos automotores pacialmente quebrados, postos de saúde saqueados para o próximo gestor que, apesar de criminar a atitude daqueles no calor do ato, quatro anos mais tarde repete o feito, numa total falta de respeito com a decisão do eleitor e de consideração com o contribuite que, novamente vai pagar a conta, arcar com os prejuízos.

O poder de tirar ou colocar um político para governar está na mão do povo e a arma é o voto. Cabe ao povo wanderleense e de todo o Brasil ficar de orelha em pé, observa do, acompanhando e fiscalizando cada passo dado pelos políticos do sei município e afora. Barrar a corrupção não é votar a troco de um cargo ou de mera quantia financeira como muitos eleitores também fazem, e sim, denunciar os corruptos e exigir justica.

Lamentavelmente, de modo geral, a política wanderleense se pauta pelas brigas e divergências pessoais e, em épocas de campanhas eleitorais, a rivalidade toma conta do cenário de Wanderley. A disputa não é feita em cima de propostas, discussões de ideias e questões de maiores interesses para beneficiar o município, pauta-se pelas brigas e disputa pelo poder. Como disse anteriormente, ainda é feita às antigas, isto é, além de gerar muita inimizade entre os políticos, converge para o voto de clientelismo, ou seja, a troca de favores. A política partidária wanderleense vive os anos de 1940 e 1950, se caracterizando pela relação direta do líder político com as massas eleitorais, de modo que quando eleito, concede direito (precário) como sendo favores à classe oprimida que lhe jura fidelidade.

Além do descaso com a saúde, a moradia própria, a educação, a prática de cultura, esporte e lazer, nos últimos anos Wanderley também vem agonizando com o aumento da violência e sofrendo com a redução da população, como ficou comprovado no último senso do IBGE. Motivo disso é a falta de incentivo de alguns gestores com olhares diminuídos para com aqueles que os elegeram.

Não se pode aceitar nenhum gestor público, eleito pelo voto oferecer migalhas ao povo adquirido com recursos dos tributos como se estissem prestando favores, quando, na verdade, chega a ser bem menos que o que de fato seria a sua obrigação.

Outro problema gravíssimo, mais do que nunca, trata-se da questão ambiental do município que também há muito vem sendo deixada aos escanteios. Lamentavelmente, os wanderleenses viraram reféns de um aparelhamento desmantelado e sem gerenciamento municipal. Diante dessa sórdida realidade, na qual Wanderley se sucumbiu, dadas algumas gestões galgadas na inoperância, nos resta perguntar: Quem desses quatro ou mais pretensos gestores será o vencedor dessa luta? Terá realmente o vencedor, entre eles, peito para reconstruir e reequipar o município de modo a oferecer merecida dignidade ao povo wanderleense, povo que o que tem feito nas últimas décadas é tentado, em vão, acertar e no fim é nocauteado? Com a palavra, o povo...

Gilson Vasco

escritor

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 14/07/2016
Reeditado em 17/07/2016
Código do texto: T5697989
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