REALITY-SHOW

Este é um momento maior.

Independente de responsabilidades, é fundamental que os democratas e movimentos populares se unam.

Lógico que não é possível admitir desvios e corrupção, mas uma coisa são provas colhidas no âmbito da competência das autoridades judiciárias, constando indícios de materialidade, nexo causal, lugar de crime, e não esta baboseira idiota de bilhetes, anotações sem pé nem cabeça, declarações de ex-amantes, como se os dois ex-presidentes vivos que completaram os mandatos, estivessem alijados da posse e propriedade de bens, por algum voto de pobreza estúpido, existente apenas nas cabeças da direita midiática. Ao apresentarem Lula e FHC como delinquentes em função de apartamentos no litoral paulista e na Europa, abre-se um perigoso precedente investigativo de levantar todo e qualquer bem dos ex-presidentes, como decorrência de crimes contra a administração pública, o que é incompatível com a realidade, e tem por objetivo enfraquecer mais ainda os conceitos de liderança e autoridade, por serem progressões da cidadania. E isso, só admite uma interpretação: restrição constitucional e política, o que é incompatível com democracia. Investigar em função de crime, é uma coisa. Tribunal de inquisição no qual institutos e regras jurídica como sigilo investigativo, princípio da inocência, contraditório e ampla defesa, convencimento dos fatos, prescrição, não podem estar submissas ao condenadorismo sensacionalista, ou o devido processo legal se submete ao reality-show.