A CRISE NOS TRÊS PODERES

O fantasma do desemprego reflete a dura realidade do momento que atravessamos.

Mais preocupante ainda, é o fato de que Brasilia, referindo-me aos três poderes constituídos, não parece capaz de solucionar nossos graves problemas, senão vejamos: no poder executivo, a Presidente Dilma alterna sua completa inabilidade na condução política, com uma tibieza sem precedentes na história. Às voltas com dificuldades de toda monta, a mandatária nega-se a reconhecer sua incapacidade e bate cabeça enquanto perde apoios à olhos vistos. De mãos atadas pelo esvaziamento de poder que experimenta, Dilma claudica nas tentativas frustradas de ajustar as contas públicas, enquanto o velho dragão da inflação parece acordar de sua hibernação. Assustado, o governo eleva a taxa de juros para conter o consumo, desacelerando ainda mais a surrada economia. Some-se a isso, a necessidade de elevação de tarifas públicas, antes garroteadas com fins eleitorais, alem da crise cambial que pressiona os custos e alimenta a inflação.

No âmbito do poder legislativo, assistimos a um Congresso Nacional cujo perfil pode ser visto em seus próprios presidentes. Democraticamente eleitos pela maioria dos seus pares, Calheiros e Cunha, são a cara dos nossos políticos. O caras deveriam ser a cara do nosso povo. E talvez até sejam, se constituindo em problema ainda maior. Ora contra, ora "a favor", os presidentes das duas casas esgueiram-se entre as acusações de corrupção e o velho "toma-lá dá-cá" que vige e prospera na nossa vergonhosa nação.

A prova disso, é que o Presidente da Câmara, declarado adversário do governo, acaba de ser contemplado com dois ministérios. A impressão que tem-se, é que a famigerada dança de cadeiras no ministério, inclusive com algumas jogadas para trás da cortina, não surtirá os efeitos "da-cá" que o governo almeja. Isso com base no folhetim de terror dos vetos da pauta-bomba, imaginem com as verdadeiras "bombas" como o impeachment, por exemplo. Fisiológico e venal, salvo exceções, resta saber se o Congresso cumprirá seu importante papel no inevitável e necessário afastamento da Presidente da República. O teste se aproxima e atende pelo codinome "pedaladas fiscais". O Tribunal de Contas da União recomendou, por unanimidade ao Congresso Nacional, a rejeição das contas do Executivo em 2014, por apresentarem ilegalidades. Tratam-se de operações em que os bancos controlados pelo Governo bancavam, com recursos próprios, programas e compromissos sem o devido repasse da parte do Governo, o que se constitui em crime de responsabilidade fiscal. Além de mascarar balanços e demonstrativos no interesse da campanha presidencial, a atitude irresponsável espelha bem o sentimento de impunidade muito comum no Brasil, principalmente na classe política.

No judiciário, o critério da indicação, pelo executivo, dos componentes da Corte Suprema, coloca sob suspeita muitos dos seus nomes. O comportamento honrado e a determinação do ex-ministro Joaquim Barbosa, faz falta em momento importante, mas também diz - com sua aposentadoria precoce - do tamanho da influência a que estão submetidos nossos magistrados.

Em ambos os poderes, a pressão popular será determinante para que cumpram seu importante papel, num possível julgamento do abuso econômico e das fraudes, levantadas nas últimas eleições presidenciais, por exemplo.

Este é o nosso país, um povo que vê sua esperança ameaçada por maus compatriotas sem compromissos com a dignidade e que, eleitos ou indicados para trabalharem pelo bem comum, desvirtuam conceitos para atender aos seus próprios interesses.

É importante que nos unamos na importante pressão sobre estes representantes, sob pena de, negligentes e omissos, nos igualarmos aos maus que tanto repudiamos!

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 11/10/2015
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