E agora, José?

Começo este texto parafraseando Drummond, expondo um simples questionamento. E agora, José? Esta é a situação que se encontra a nossa política neste exato momento após a divulgação da lista de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, a famosa operação Lava Jato. O que se percebeu ontem (06/03/2015) após o STF divulgar a lista que a nossa situação política é mais complicada do que se parece, mostrou a fragilidade de nosso sistema construído em perante a consolidação de interesses pífios, eliminando o real sentido da política que é a busca consolidação de bem-estar comum para todos. Mas, no Brasil a partir de agora, chegamos a seguinte conclusão, a nossa política literalmente só funciona a base da corrupção.

E agora, José? O que fazer? Ficou bem claro que a corrupção não é fruto de um único partido, que a corrupção é fruto do sistema, partidos políticos somente estão inseridos dentro desse jogo maquiavélico que busca a consolidação de um bem comum para os “senhores de terno”. Não adianta mais a população pedir isso, pedir aquilo e etc. Não há menor condição de falar que a corrupção que rege o país é culpa do PT, veja a lista, temos políticos (PP, PMDB, PT, PTB e do PSDB). Continuar com um discurso que beira o ódio é algo que não vai acabar com a corrupção. Como historiador lembro-me de um fato que mudou o curso da história do nosso país, as Diretas Já, ali houve a consolidação de um frente popular política para o reestabelecimento de nossa democracia após anos terríveis de Ditadura Militar. Agora, vejo como uma única saída para salvar a nossa jovem democracia, a comoção popular novamente nas ruas pedindo a Reforma Política.

Então, agora José é necessário estabelecer uma reestruturação, ou melhor, uma reformulação do nosso sistema político, pois é ele o grande causador da corrupção, até pelo fato do próprio ser humano ter sinais de corruptor, o sistema impulsiona esta afeição ainda mais.

Aquelas pessoas que estão dispostas a ir às ruas no próximo dia 15/03, por favor, não vão, pois irão fazer papel de otários, não há cabimento algum neste momento de nos brasileiros irmos para as ruas das nossas cidades pedirem impeachment, se realmente querem mudar o curso da história política do país, vão para as ruas sim, mas peçam a reforma política popular, não podemos aceitar de maneira alguma que esta situação continue, não temos mais estrutura política para definir o que é bom o que é ruim, o que temos é um sistema todo arruinado.

Aqueles que ainda se acham espertos, prestem atenção, enquanto houver, por exemplo, financiamento privado de campanha, me desculpem, mas podem tirar a Dilma e o colocar “Zé das Couves”, não vai mudar nada.

E agora, José! É o momento de mudarmos o nosso país, a bola foi lançada em campo e temos que mudar a postura do jogo, senão sairemos derrotados novamente, e esta derrota será bem pior que aqueles 7 x 1 da Alemanha no Mineirão.

Gonçalves B G G
Enviado por Gonçalves B G G em 07/03/2015
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