Brasil, pátria educadora

Ontem, (1º/jan) iniciou-se mais um capítulo da nossa história política, um capítulo que por sinal traz consigo um novo ambiente, pois, a posse da presidenta Dilma simboliza a concretização definitiva da nossa recém democracia, o que se viu ontem em Brasília, não foi apenas mais um posse de uma liderança do nosso executivo, mas sim, a ascensão de nosso oitavo presidente da república sem interrupções, isto mostra de alguma forma que a nossa jovem democracia esta se consolidando, apesar de todos os problemas que ainda existam por detrás dela, temos que nos alegrar e dizer que, vivemos em uma das maiores democracias do mundo.

Diferentemente da posse de 2011, a presidenta Dilma neste momento encontra um país totalmente diferente daquele que encontrou quando o ex-presidente Lula lhe passou a faixa presidencial, naquele instante havia um Brasil em pleno desenvolvimento econômico, que se consolidava como uma das maiores econômicas do planeta havia um ambiente político totalmente favorável, devido à imensa e grandiosa popularidade do presidente que deixará o governo com mais de 80% de aprovação popular, era um país que esperava ansiosamente a concretização de um projeto de desenvolvimento social e econômico, que de certa forma continuou, mas, este sofreu abalos nestes últimos 4 anos.

Hoje o Brasil passar por uma estagnação econômica, crescimento pífio e o fantasma da inflação de certa forma nos assola novamente, mesmo sabendo que este medo inflacionário não deteve de maneira alguma o poder de compra do nosso salário, até porque, o país que não passa por um momento econômico benéfico, ainda tem plenas condições de gerar emprego, e de manter o salário mínimo acima do teto inflacionário.

No ambiente político, se em 2011 havia um contexto totalmente favorável neste momento isto já não pode ser dito, a operação Lava-Jato afetou e abalou a estrutura política do país, e em breve nomes de políticos serão entregues ao Procurador Geral da República e o inquérito será aberto, nomes que por sinal possuem ligação direta com a atual estrutura governamental, partidos da base aliada como PMDB e PP terão políticos mencionados, além disto, tudo que veem sendo mostrado no escândalo da Petrobras terá um significado importante, mostra que a nossa estrutura política é frágil e que nenhum partido pode se julgar como “bonzinho”, todos de alguma forma possuem ligações a casos assim, nesta operação, envolve até partidos de oposição.

A “guerra” política do segundo mandato da presidenta Dilma terá que enfrentar todos estes problemas, e de alguma forma, apesar das críticas explanadas até por alguns petistas sobre a formação do novo ministério, a presidenta sinaliza que esta buscando criar um ambiente de coalização, trazendo, por exemplo, o PSD, que hoje já obtém uma das maiores bancadas ao Congresso, o que mostra que o PT e o novo governo tentará de certa forma diminuir a dependência do PMDB, algo que pode sinalizar um novo ambiente na conjuntura política do país num futuro bem próximo.

Em relação aos discursos de posse é interessante analisar alguns pontos, que de alguma forma darão sintonia ao novo governo, o primeiro deles foi o recado dado pela Presidenta do Congresso Nacional, ela deixou claro que o poder legislativo deve trabalhar em prol da população, não defendendo interesses próprios, que ali estão os representantes do povo e estes tem um poder imenso nas mãos, de definir o futuro do país. E este recado fica claro quando toca na questão da Reforma Política, projeto que se encontra engavetado a várias legislaturas e que desde 2013 voltou a ganhar campo de discussão, e para Presidenta esta reforma é essencial para o seu novo governo, esta deverá ser feita a toda maneira, e as discussões ganharam corpo, pois há um clamor popular para sua efetivação.

Apesar de um discurso político, o que realmente se tornou o grande marco da posse foi à inauguração do novo lema do país, “Brasil, pátria educadora”. Deixando claro em suas palavras que: “Ao bradarmos ‘Brasil, pátria educadora’ estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades, mas também que devemos buscar, em todas as ações do governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de ética e sentimento republicano”.

Educação como prioridade, se pensarmos que o Brasil independente com seus 193 anos com diversas lideranças, sejam imperiais ou republicanas nunca discursaram de maneira tão veemente deixando claro que a educação seria prioridade em seus governos. A educação nunca foi prioridade neste país, sempre foi colocada em segundo plano, e quando vemos (especialmente nos educadores) um discurso de compromisso impondo a educação como marco essencial de uma política de estado, nos proporcionar de certa maneira a esperança. Pois, já crescemos economicamente, alcançamos postos que antes nunca iríamos imaginar aquele Brasil com estigma de “cachorro vira-lata” foi deixando para trás nestes últimos anos, e agora, já nos colocamos como protagonistas.

E neste momento que alcançamos tudo isto, todas estas conquistas, e ver a educação se tornando prioridade, é algo que devemos de alguma forma confiar, e claro cobrar. Pois, o verdadeiro desenvolvimento se alcança quando se faz um país onde todos terão acesso a uma educação de qualidade, formando cidadãos conscientes e que saibam se posicionar perante todas as realidades que se impregna na sociedade. “Brasil, pátria educadora”, sinaliza que as nossas lideranças políticas acordaram e perceberam que a educação é o verdadeiro motor da sociedade.

Gonçalves B G G
Enviado por Gonçalves B G G em 02/01/2015
Reeditado em 02/01/2015
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