Libertas Quæ Sera Tamen.

Esta manhã entra definitivamente para história do Estado de Minas Gerais, uma história que alias é riquíssima, desde primórdios da nossa sociedade colonial as Minas Gerais sempre se colocou como um local de grande expressão e anuência política foi na época auge do ouro que esta região começava a se destacar politicamente no cenário nacional, a luta pela liberdade sempre se caracterizou nos marcos heroicos do Estado, da Inconfidência Mineira a Diretas Já, sempre teve a marca política de Minas Gerais nestes eventos, onde a busca incansável pela liberdade se fez presente de forma concreta.

É sobre a concepção da liberdade que podemos destacar este dia (1º/1/2015), um dia que Minas Gerais depois de 12 anos voltará à concepção real da política, a posse de Fernando Pimentel (PT) como governador não simboliza apenas a chegada de um partido de esquerda ao Palácio da Liberdade, significa o fim de um dos períodos mais complexos da história política de Minas Gerais, onde o Estado na figura dos seus governadores utilizou de meios não tão democráticos para construir uma estrutura de poder, a censura, se tornou mecanismo claro de controle político em Minas nestes anos, casos complexos e concretos de jornalistas perseguidos pelo governo são claros como belos olhos azuis.

A chegada do Pimentel no governo significa novamente a conquista da LIBERDADE. A liberdade de expor as suas ideias, a liberdade em dizer aquilo que pensa a liberdade de visualizar e criticar aquilo que é de errado na mídia e na estrutura do governo, é como diz o lema da bandeira de Minas configurada sobre as ideias da Inconfidência Mineira: “Liberdade que ainda tardia”. Antes de tarde do que nunca, a liberdade foi reconquistada.

O novo governo já terá muito trabalho a partir de então, é visível que os governos anteriores deixaram grandes conquistas, mas, no fundo deixaram grandes problemas, como é o caso dos servidores da área da educação que estavam assegurados pela LC 100, e a partir de agora, não tem mais a estabilidade constituída por esta lei criada pelo então governador Aécio Neves, que efetivou milhares de servidores sem concurso público. A lei impugnada pelo STF no ano de 2014 retirou esta estabilidade desses funcionários, muitos desses a partir de agora não sabe se terão seus empregos novamente. E agora Pimentel? Como resolver a “bomba” deixada pelos seus antecessores? São mais de 80 mil servidores afetados e mais de 50 mil poderão perder seus empregos.

Em seu discurso de posse, Fernando Pimentel atacou de forma direta os seus antecessores, demonstrando a insatisfação da população mineira com as últimas administrações, que se focalizou numa visão centralista e esqueceu-se de olhar para o todo. O ataque ficou bem claro quando Pimentel prometeu realizar uma ampla análise e que será entregue em 90 dias a verdadeira realidade do governo estadual, nas palavras do governador: "Não se trata de uma mera auditoria de contas públicas. É algo maior e muito mais importante até. É uma explicitação do ponto de onde estamos partindo, como sociedade, em termos econômicos, sociais, de desenvolvimento e também, claro, das finanças”.

Assim, começa uma nova era em Minas Gerais, após 12 anos de governo do PSDB, Minas terá pela primeira vez um governo petista, e em seu discurso Pimentel deixou bem claro, que governará perante os princípios clássicos da república, fazendo uma política em cooperação com todos, ouvindo a todos. Ou seja, o governo participativo, como idealizou na Prefeitura de Belo Horizonte, e sinceramente, é isto que todos os mineiros esperam a volta da tão sonhada LIBERDADE, que faz parte da história desse grande Estado.

Gonçalves B G G
Enviado por Gonçalves B G G em 01/01/2015
Reeditado em 01/01/2015
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