As correntes do PT: Divisão ou não do partido dos trabalhadores?

No próximo dia 1º de Janeiro, a presidenta Dilma Rousseff sobe novamente a rampa do Congresso Nacional para tomar posse de seu segundo mandato, sendo o terceiro líder do executivo a cumprir dois mandatos consecutivos em nosso país. Mas, o segundo mandato da presidenta Dilma não será nada fácil, como foi do seu antecessor, Lula, o fato é que, Dilma terá que enfrentar um país que passa por um momento econômico ruim, escândalos de corrupção que envolve a maior empresa do país, a Petrobras, e ainda terá que enfrentar um Congresso Nacional extremamente conservador, e por fim, terá que enfrentar o seu próprio partido, o PT. Pois, o que já demonstra neste momento é que existem duas correntes bem distintas dentro do partido dos trabalhadores, a Democracia Socialista, grupo do qual faz parte a atual presidenta e que tem como grandes lideranças, petistas gaúchos, e do outro lado, um grupo ligado ao ex-presidente Lula, denominado de Construindo um novo Brasil, que já foi considerado o grupo majoritário do PT, mas não se sabe até que ponto este grupo influenciará no segundo mandato da presidenta Dilma.

A presidenta Dilma mostra a intenção de certa forma distanciar do CNB, isto fica claro na montagem do novo ministério, onde se vê a exclusão de petistas ligados ao ex-presidente Lula, até porque, muitos desses nomes estão de alguma forma envolvidos em algum tipo de escândalo, o que faz Dilma neutralizar a influência política desses da estrutura do governo. Isto, para muitos analistas é um sinal que a atual presidenta quer construir um governo próprio dela, sem a presença de pessoas ligadas ao ex-presidente Lula, é uma ação arriscada, mas que pode trazer benefícios, já que, neste momento o grupo do ex-presidente esta de certa forma enfraquecido, restando apenas a imagem do mesmo.

Mas, isto não quer dizer que a presidenta Dilma vai afastar literalmente o grupo do governo, até o momento, Mercadante, que atualmente ocupa a pasta de Ministro Chefe da Casa Civil é o grande nome do CNB no governo, mas, não se sabe até que ponto este ficará o que se sabe que existe uma intenção pessoal do Mercadante de se colocar como possível candidato a presidente em 2018 pelo Partido dos Trabalhadores, só que, não é um nome forte dentro das correntes petistas, assim, o próprio Mercadante teria que construir a sua candidatura internamente.

O que veem sendo criticado pelo CNB é a postura política que esta sendo tomada pela democracia socialista do PT, para muitos, alguns nomes estão sendo indicados como uma forma de trazer o neoliberalismo de maneira moderada para dentro da estrutura do Estado Brasileiro, não há dúvidas que a indicação do Joaquim Lévy para Ministério da Fazenda se estabeleceu como uma estratégia para agradar o mercado financeiro quebrando definitivamente as ideias que o PT trouxe consegue até então nas suas bases ideológicas. Isto mostra uma nova tendência dentro do PT.

Para o grupo do CNB o nome mais indicado para assumir o Ministério da Fazenda era o então membro da Empresa Olímpica Rio 2016, Henrique Meirelles, que durante o governo Lula ocupou a Presidência do Banco Central, mas, Meirelles possuía um histórico de conflito com Dilma, na época que a mesma era Ministra Chefe da Casa Civil, ou seja, logo foi descartado, desagradando friamente o grupo do CNB. Postulava-se assim o primeiro atrito entre os dois grupos internos petistas.

Desta forma, o que podemos pensar é como que vai se configurar o PT internamente ao longo desses 4 anos, se a tendência continuar do jeito que esta, veremos um PT rachado em dois grupos, e assim, estes dois grupos irão disputar internamente o poder, que de certa poderá enfraquecer o partido, uma quebra de unidade neste momento é algo que não seria agradável para as intenções petistas, isto abre brecha para consolidação de uma crise interna e que pode trazer consequências inimagináveis.

Gonçalves B G G
Enviado por Gonçalves B G G em 30/12/2014
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